Centro Municipal de Cultura de Uberlândia recebe mostra GRASSMANNIANAS – até 31/1

Série de mostras celebram o centenário do gravador

O álbum GRASSMANNIANAS, em homenagem ao centenário do artista plástico Marcello Grassmann, abre no dia 04 de dezembro de 2025 (quinta-feira), das 19h às 21h, na Galeria de Arte do Centro Municipal de Cultura de Uberlândia, em Minas Gerais. A curadoria e coordenação ficam a cargo de Eliana Ambrosio e George Gutlich. O evento, que é gratuito e tem parceria com a Secretária Municipal de Cultura de Uberlândia e apoio do Laboratório de História da Arte da Universidade Federal de Uberlândia – UFU, fica em cartaz até 31 de janeiro de 2026.

Serão exibidas 43 gravuras produzidas por artistas convidados, docentes e discentes da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, mais 1 gravura do Marcello Grassmann (que compõem a capa), totalizando 44 gravuras, além mais 8 gravuras do Grassmann (coleção particular de Uberlândia).

Elas foram apresentadas previamente na exposição “Centenário Marcello Grassmann e homenagem de Rubens Matuck ao mestre amigo”, em julho/2025, durante o 57° Festival de Inverno UFMG, no Centro Cultural UFMG – Sala Celso Renato de Lima e no Espaço Experimentação da Imagem, no Centro de Belo Horizonte. E a caixa intitulada Grassmannianas foi lançada, na ocasião da exposição, contendo gravura em metal, xilogravura, litografia e serigrafia, com obras dos artistas convidados Patrícia Montrezol Brandstatter, Paulo André Ferreira de Souza e Ana Elisa Dias Baptista (Zizi).

Sobre as GRASSMANNIANAS
O projeto é coordenado por George Rembrandt Gutlich, co-coordenado por Eliana Ribeiro Ambrosio Miyoshi, tem os docentes Maria do Carmo de Freitas Veneroso, Marina Romagnoli Bethonico e Ricardo Miranda Burgarelli e os discentes Alice Augusta, Ana Cristina Torres Amorim, Ana Gabrielle Coelho Vieira, Ana Luísa Fanco Greenhalgh de Oliveira, Beatriz Midlej, Clara Affonseca de Carvalho, Clara Luz Vieira, Cláudia Laiza de Oliveira Santos, Dilly Rodrigues Bastos Ximenes, Elena Bueno Ventura, Fernando Costa Ferreira, Gabriela Martins Saldanha, Guilzeppe Francesco, Ian Silva Abreu, Ian Nogueira Assunção, Isabella Rodrigues Fonseca, Ítalo Albert Miranda Carajá, Jéssica Sampaio Augustinho Lopes, Júlia de Oliveira Alves, Júlia Maria Corsino Costa, Juliana Almeida, Lara Araújo Machado, Leonardo Soares de Cerqueira, Leyla Carvalho Cristofaro, Lívia Spinellis Gonçalves Villela, Lorena Oliveira Costa, Luan Hyroshi de Paiva Futemma, Lucas Franco de Carvalho, Lucca Otaviano de Alvarenga Falieri, Luíza Brandão Pereira do Vale, Maria Clara Antunes Garcia, Syl Linhares Trifinelli Veloso, Tobo Eduarda Magalhães e Yurika Renan Morais.

Centenário
A mostra faz parte da programação do centenário do artista gráfico Marcelo Grassmann (1925-2013), que tem organização do Núcleo de Estudos Marcello Grassmann, associação sem fins lucrativos que preserva a memória e divulga a obra do artista nascido em São Simão, no interior de São Paulo.

Belo Horizonte, Campinas e São Simão
Anteriormente, aconteceram as exposições “100 Anos Marcello Grassmann”, em setembro/2025, na Casa da Cultura Marcello Grassmann, em São Simão – sua cidade natal; “Centenário Marcello Grassmann e homenagem de Rubens Matuck ao mestre amigo”, em julho/2025, durante o 57° Festival de Inverno UFMG, no Centro Cultural UFMG – Sala Celso Renato de Lima e no Espaço Experimentação da Imagem, no Centro de Belo Horizonte; “GRASSMANN PRESENTE –  100 ANOS DE MARCELO GRASSMANN”, em abril, no Instituto Pavão Cultural, em Campinas e “O Gabinete de Marcelo Grassmann”, com curadoria de Luiz Armando Bagolin, em março, no Museu Lasar Segall (Ibram/MinC), em São Paulo.

Sobre o artista
Marcelo Grassmann nasceu em São Simão, no estado de São Paulo no ano de 1925. Sétimo filho dos nove que a professora D. Elpídia de Lima Brito teve com seu marido Otto Grassmann. A família permanece na cidade até 1932 quando se muda para a capital, São Paulo. Chegando em janeiro, acompanharam toda a movimentação da Revolução Constitucionalista até mesmo os bombardeios ao Campo de Marte, fundos da casa da família na rua Voluntários da Pátria, Zona Norte da cidade.

Permaneceram em Santana até a transferência de D. Elpídia para Vila Clementino entre 1934 e 35. Marcello neste período dividia a escola com as revistas em quadrinhos e olhava do alto o fim da rua para o vale por onde passava o bonde Santo Amaro, com o matagal ladeando a passagem.

Nessa ocasião já reconhecia quase todos os desenhistas das histórias em quadrinhos publicadas na época. Marcello diz que sua obsessão não era tanto pelas histórias, mas pelos vários estilos em que os desenhos eram feitos: “Ainda em São Simão ficávamos fascinados pelas imagens e histórias do Tesouro da Juventude. Então apareceram os suplementos infantis, algumas tentativas nacionais de desenhos tipo Tico-Tico que eram historietas baseadas em protótipos europeus e americanos, porém com uma temática nacional, e nesta salada de estilos e figuras imaginativas a criança que fui ficava fascinada pela movimentação das imagens”.

Uma transferência de D. Elpídia levou a família para um novo endereço, rua Cônego Eugênio Leite, zona oeste da cidade, a dois quarteirões do Cemitério São Paulo no ano de 1938. Os caminhos do menino passavam por onde ficavam as oficinas dos escultores de túmulos e mesmo dentro do cemitério onde uma miscelânea de esculturas desde Victor Brecheret até os acadêmicos mais chatos foram parte da sua formação. A mãe, professora, conhecia o diretor do Instituto Profissional Masculino onde havia os cursos de orientação profissional para jovens que tivessem acabado o primário e começassem a procura de uma carreira ou aprendizado, técnico ou artístico. Como não havia um curso de escultura propriamente dito, Marcello opta pelo entalhe que na época lhe pareceu mais próximo. Furtivamente frequentava as aulas de pintura e escultura. Deste período ficaram os amigos Octavio Araújo e Luís Sacilotto.

Terminado o Instituto, formado e desempregado. O desencontro entre o ensino e a realidade da profissão de entalhador deixaram Marcello com uma nova procura, a expressão artística conjuntamente com a ampliação de interesses. De 1939 a 1942 duas exposições marcam os jovens egressos do Instituto Profissional Masculino: artistas franceses impressionistas, modernos, contemporâneos e românticos, na segunda a pintura abstrata. Nesta altura os jovens já tem contato pessoal com artistas do modernismo brasileiro: Bonadei e Flávio de Carvalho. A década de quarenta avança trazendo a primeira exposição no Rio de Janeiro, em 1949 muda-se para esta cidade onde frequenta as aulas de Henrique Oswald. Em uma individual sua conhece pessoalmente Oswaldo Goeldi de quem admirava o trabalho desde os tempos do Instituto, via suas ilustrações para o Suplemento Literário do jornal A manhã do Rio de Janeiro.

Quando 1951 chega, os jovens Marcello, Aldemir (Martins) e Franz (Franz Krajcberg) trabalham como operários na montagem da primeira Bienal de São Paulo participando também com suas obras, a Marcello é dedicado o prêmio aquisição. Finda a Bienal segue para a Bahia com Mario Cravo que conhecera no evento, esperando por eles algo como vinte pedras litográficas, presente ao artista baiano de Cicillo Matarazzo. Conhecedor dos rudimentos desta arte, aprendida com Poty em 49 no Liceu do Rio de Janeiro, mesmo sem prensa as pedras são usadas e impressas com colher, como xilogravuras.

Quando 1954 finalmente chega o dinheiro da bolsa, ganha em 1952 no Salão Nacional, segue para o velho continente. Quarenta litografias, dois cadernos e dois anos depois volta ao Brasil. Mora em Santo Amaro, próximo ao Cemitério Campo Grande. Lá Marcello desenvolve a maior parte de sua obra de desenhista e gravador. Forma dois irmãos impressores, Otto (falecido) e Roberto. Participa de outras Bienais nacionais e internacionais, expõe também dentro e fora do país. Em 1979 é inaugurada a Casa de Cultura Marcello Grassmann onde moravam seus avós em São Simão. Muda-se para sua chácara na grande São Paulo em meados dos anos oitenta. Várias são as exposições, individuais e coletivas neste período. Reconhecido como o mais proeminente gravador e desenhista nacional corre o mundo com seus trabalhos.

Na Pinacoteca do Estado de São Paulo está o maior conjunto de suas gravuras compradas em 1969 pelo governador Abreu Sodré. Destacam-se as exposições em comemoração aos 25 anos dede gravura no MAM\ SP (1969), 40 anos de gravura, Pinacoteca do Estado de São Paulo (1984). O mundo Mágico de Marcello Grassmann em comemoração aos seus 70 anos, MASP \ SP (1995). Marcello Grassmann, desenhos. Instituto Moreira Salles, SP\RJ\MG (2006). Sombras e sortilégios, MON \ Curitiba, PR (2010). Segue trabalhando até sua morte em junho de 2013.

Sobre o Núcleo de Estudos Marcello Grassmann
Marcello Grassmann é reconhecido como um dos protagonistas das artes gráficas no Brasil, assim, exemplificam os muitos prêmios que lhe foram atribuídos nos mais de 70 anos de atividade. Estudá-lo, significa, portanto, dar visibilidade à uma parte significativa da arte brasileira: a gravura e o desenho. A obra grassmanniana se faz presente em museus brasileiros, internacionais e coleções particulares, uma parcela dela permaneceu em propriedade do artista durante toda sua vida. São estes os que chamamos de os Grassmanns de Marcello.

Esse singular acervo foi legado a Ana Elisa (Zizi) Baptista, gravadora e companheira do artista por 17 anos, que decidiu não apenas preservá-lo, mas também ampliá-lo por meio de aquisições totalizando aproximadamente 1000 obras, incluídos também entalhes, matrizes, ferramentas e objetos pessoais, além da biblioteca particular do artista e livros com referências a este e sua geração.

O “Núcleo” é uma instituição sem fins lucrativos e tem como objetivos preservar a memória do artista, promover a pesquisa da obra grassmanniana por meio de mesas de estudo, debates, gravação de entrevistas, como também a difusão de seu acervo através da publicações de livros e exposições cumprindo um importante papel às artes gráficas brasileira. https://www.nucleomarcellograssmann.org.br


Centenário Marcello Grassmann

mostra Álbum GRASSMANNIANAS
curadoria e coordenação: Eliana Ambrosio e George Gutlich
parceria: Secretária Municipal de Cultura de Uberlândia
apoio: Laboratório de História da Arte da Universidade Federal de Uberlândia – UFU
abertura: 04 de dezembro de 2025 (quinta-feira), das 19h às 21h
visita: 05 de dezembro a 31 de janeiro de 2026
Segunda a sexta-feira,12h às 17h30
quanto: gratuito
classificação: livre

local: Galeria de Arte – Centro Municipal de Cultura
Praça Professor Jacy de Assis, s/n
Centro – Uberlândia – Minas Gerais – 38400-121
tel: (34) 3239-2800
site: https://www.uberlandia.mg.gov.br/2022/07/20/centro-municipal-de-cultura/

redes sociais
Núcleo de Estudos Marcello Grassmann @nucleomarcellograssmann
Eliana Ambrosio @erambrosio
George Gutlich @georgegutlich
Zizi Baptista @zizibaptista
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