Zé da Guiomar: o samba de Minas que conquistou o Brasil 22/07

Registro audiovisual com 14 canções que representam 20 anos de carreira estará disponível nos aplicativos de música e no YouTube a partir da próxima sexta-feira

Duas décadas de amor ao samba. A trajetória do grupo mineiro Zé da Guiomar está sendo celebrada em grande estilo com o lançamento do “áudio-visuálbum” Zé da Guiomar – 20 anos que reúne uma seleção afetiva de 14 sambas que já tinham sido gravados nos quatro discos da carreira do grupo e que será disponibilizado na próxima sexta-feira (22), nos aplicativos de música e no YouTube. O repertório elegante e de bom gosto traz, além de composições autorais e de novos talentos do “quintal de casa”, releituras de sambistas consagrados como Paulinho da Viola, Eduardo Gudin, Riachão, Batatinha, Wilson das Neves entre outros.

O grupo – que antes da pandemia já contabilizava mais de um milhão de pessoas que assistiram seus shows em diversas cidades do país e até no exterior – é formado por Márcio Souza (vocal e violão), Valdênio Martinho (cavaquinho), Marcos Flávio (trombone), Gustavo Monteiro (7 cordas), Totove Ladeira (percussão), Alexandre Batista (percussão) e Rodrigo Martins (percussão). E o Zé não toca?

Na verdade, a origem do nome do grupo surgiu a partir de uma figura folclórica da aprazível cidade de Conceição de Mato Dentro (MG): o Zé da Guiomar: líder de congado, um sujeito boa praça e com vários casos engraçados, que sem querer batizou o grupo. Os músicos que ainda tinham uma banda sem nome, viram em Zé da Guiomar não só uma bela sonoridade, mas, essencialmente, a representatividade da cultura brasileira, e fizeram uma homenagem a todos os “Zés”, de tantas “Guiomar” (que podem ser mães ou esposas), espalhados principalmente pelo interior do país.

Nesses 20 anos de estrada, o grupo Zé da Guiomar lançou quatro discos, com um repertório marcante. Para o registro audiovisual comemorativo, os integrantes escolheram 14 músicas, divididas em três sambas de cada álbum lançado, exceto para o segundo trabalho – mais autoral – que foram escolhidas cinco faixas. Não foi uma escolha fácil, mas prevaleceu o critério da memória afetiva.

O primeiro disco – com o nome do grupo – foi lançado em 2004 com releituras de sambas. Deste álbum estão as composições “Ainda Mais” (Paulinho da Viola/Eduardo Gudin), “É Preciso Perdoar” (Alcivando Luz/ Carlos Coqueijo) e “Na Cadência do Samba” (Luiz Bandeira).

Quatro anos depois eles gravaram o CD O Samba Tá – basicamente com músicas autorais. Deste disco foram selecionados quatro sambas do grupo: “Dizendo Adeus” (Valdênio Martinho), “Faltou Você” (Valdênio Martinho/ Fernando Tolomelli), “Solidão” (Valdênio Martinho/ Márcio Souza) e “Cinzas” (Valdênio Martinho). E, ainda, “Nega de Obaluauê”, samba-rock do compositor Wando que ganhou um arranjo caprichado.

Respeitando a cronologia bissexta, em 2012, o Zé da Guiomar lançou o disco Samba Feiticeiro com repertório de sambas produzidos na Bahia. Deste trabalho foram selecionadas as faixas “Direito de Sambar” (Batatinha), “Retrato da Bahia” (Riachão) e “Moça Morena Maria” (Edil Pacheco/Wilson das Neves).

Finalmente, em 2017, veio o disco Carta na Manga, quarto álbum do grupo que trouxe no repertório compositores mineiros e sambas autorais. Deste CD, além da faixa-título “Carta na Manga” (Sérgio Astchim), também entraram as músicas “Desamor” (Pirulito da Vila) e “Juro que não” (Valdênio Martinho/Chico Amaral);

O “áudio-visuálbum” Zé da Guiomar – 20 anos trouxe importantes instrumentistas da cena mineira para participar da gravação como convidados especiais. Estão lá o acordeonista Celio Balona, 83 anos, que já havia participado no primeiro e segundo álbum do grupo – que tem o artista como referência e ressalta o bom gosto e a lucidez no repertório que ele desenvolveu ao longo de sua carreira. O cantor, ator e compositor Maurício Tizumba – um ativista do congado que desenvolve uma obra muito ligada às questões da cultura negra, participa no vocal de “Retrato da Bahia”. E o guitarrista e arranjador Juarez Moreira, que imprime sua personalidade jazzística na música “É preciso perdoar”. Fecham o time de participações especiais do Chico Amaral (saxofone) – conhecido como compositor e parceiro de Samuel Rosa -, o baixista Ezequiel Lima e o baterista Ramon Braga.

Em 20 anos de estrada o Zé da Guiomar se transformou em um dos grupos mais bem-sucedidos de Minas Gerais. A fórmula: um instrumental eficiente, arranjos criativos e um repertório cuidadosamente escolhido, que mescla temas próprios e clássicos de várias épocas e tendências. O grupo é um dos principais responsáveis pelo fortalecimento e renovação do samba na capital mineira.

A ideia inicial era gravar este trabalho ao vivo com público, celebrando a data, porém o longo período pandêmico obrigou o grupo a alterar drasticamente os planos. O álbum foi realizado por meio de Campanha de financiamento coletivo e as gravações foram em estúdio, porém com os músicos tocando juntos, ao vivo, o que tornou a sonoridade mais orgânica e realista. O resultado poderá ser conferido em breve nos aplicativos de música e no YouTube. Mas a festa continua. Depois do lançamento, a intenção é rodar o Brasil em turnê comemorativa e a festa começa no dia 13 de agosto, onde tudo começou, em Belo Horizonte, no Catavento Cultural.

ÁLBUM Zé da Guiomar – 20 anos

Márcio Souza: Voz e violão

Valdênio Martinho: Cavaquinho

Marcos Flávio: Trombone

Totove Ladeira: Surdo e percussão

Alexandre Batista: Percussão

Rodrigo Martins: Percussão

Gustavo Monteiro: Violão 7 cordas

Convidado especial:

Chico Amaral: Saxofones

Participações especiais:

Célio Balona (Acordeom)

Juarez Moreira (Guitarra)

Mauricio Tizumba (voz)

Ramon Braga (bateria)

Ezequiel Lima (baixo)

Produção Musical: Zé da Guiomar

Gravação, Mixagem e Masterização: Fabricio Galvani (Estúdio Galvani)

Direção de Vídeo e Produção Audiovisual: Luis Evo (Primata Filmes)

Projeto Gráfico: Coletivo É

Assessoria de Comunicação: RB Escritório de Comunicação

Assessoria de Marketing Digital: Geração Y

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