Walter Firmo: No Verbo do Silêncio a Síntese do Grito até 02/10

EXPOSIÇÃO “WALTER FIRMO: NO VERBO DO SILÊNCIO A SÍNTESE DO GRITO” É PRORROGADA ATÉ 2/10 NO CCBB BH

Reunindo duas centenas de fotografias, a mostra apresenta retrospectiva de um dos principais nomes da fotografia brasileira, conhecido como “mestre da cor”

Sucesso de público na capital mineira, a exposição “Walter Firmo: No Verbo do Silêncio a Síntese do Grito”, foi prorrogada e segue até o dia 2 de outubro no Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte (CCBB BH). A mostra, que já recebeu mais de 100 mil visitantes, apresenta um panorama dos mais de 70 anos de carreira do fotógrafo Walter Firmo. Nascido no Rio de Janeiro, o artista é um dos principais nomes da fotografia brasileira. A exposição apresenta duas centenas de fotos, produzidas desde o início da carreira de Firmo, em 1950, até 2021.

As imagens que integram a mostra retratam e exaltam a população e a cultura negras de diversas regiões do país, em ritos, festas populares e religiosas, além de cenas cotidianas. As fotografias apresentadas registram a poética do artista, associada à experimentação e à criação de imagens muitas vezes encenadas e dirigidas, com destaque para ensaios aclamados, como do maestro Pixinguinha na cadeira de balanço e a série com o artista Arthur Bispo do Rosário.

Resultante de uma parceria entre o CCBB e o Instituto Moreira Salles (IMS), a exposição “Walter Firmo: No Verbo do Silêncio a Síntese do Grito” estreou em São Paulo, no IMS Paulista, passou pelas cidades do Rio de Janeiro e Brasília, com patrocínio do Banco do Brasil, e chegou à capital mineira no dia 12 de julho. As imagens da mostra comprovam a opção do fotógrafo pela figura humana, especialmente pela pele negra, que aparece em todas as matizes, tanto nas fotos coloridas quanto nas imagens em preto e branco.

“O verbo do silêncio é a própria fotografia. Que você se encanta e quer traduzir através do seu sentimento e inteligência. A síntese do grito é o registro”, escreveu o fotógrafo Walter Firmo em 1988. Conhecido como “o mestre da cor”, suas fotografias antecipam em mais de meio século a representação do negro na sociedade brasileira e não necessariamente dentro de uma estética documental. “Acabei colocando os negros numa atitude de referência no meu trabalho, fotografando os músicos, os operários, as festas folclóricas, enfim, toda a gente. A vertigem é em cima deles. De colocá-los como honrados, totens, como homens que trabalham, que existem. Eles ajudaram a construir esse país para chegar aonde ele chegou”, ressalta Walter Firmo.

Dividida em núcleos temáticos, a mostra traz retratos memoráveis de grandes nomes da música brasileira, como Cartola, Clementina de Jesus, Dona Yvone Lara e Pixinguinha, além de imagens de brasileiros e brasileiras anônimos(as), pescadores, vendedores ambulantes, mães de santo, brincantes, casais, noivas, crianças e até a própria família do artista. A exposição lança luz ainda à importante trajetória de Firmo como fotojornalista. Um dos destaques é a seção dedicada à fotografia em preto e branco do artista, pouco conhecida e, em grande parte, inédita.

“Walter Firmo incorporou desde cedo em sua prática fotográfica a noção da síntese narrativa de imagem única, elaborada através de imagens construídas, dirigidas e, muitas vezes, até encenadas. Linguagem própria que, tendo como substrato sua consciência de origem – social, cultural e racial – desenvolve-se amalgamada à percepção da necessidade de se confrontar e se questionar os cânones e limites da fotografia documental e do fotojornalismo. Num sentido mais amplo, questionar a própria fotografia como verossimilhança ou mera mimese do real”, afirma o curador Sergio Burgi, coordenador de fotografia do IMS, que assina a curadoria ao lado de Janaina Damaceno Gomes, professora da UERJ e coordenadora do grupo de pesquisa “Afrovisualidades: Estéticas e Políticas da Imagem Negra”.

A exposição é uma oportunidade para o público conhecer em profundidade a obra de um dos maiores fotógrafos brasileiros, que mantém até hoje seu compromisso com o fazer artístico: “Aí está o meu relato, a história de uma vida dedicada ao fazer fotográfico, dias encantados, anos dourados. Qual a minha melhor imagem? Certamente aquela que em vida ainda poderei fazer. Emoções, demais”, conclui Walter Firmo.

Walter Firmo: No Verbo do Silêncio a Síntese do Grito

Data: Até 2 de outubro de 2023

Local: Galerias do Térreo – Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte (Praça da Liberdade, 450 – Funcionários).

Horários de visitação: de quarta a segunda, das 10h às 22h.

Ingressos gratuitos, retirados pelo site bb.com.br/cultura ou na bilheteria física do CCBB.

Classificação Indicativa: Livre

Mais informações: 31 3431 9400 – bb.com.br/cultura

E-mail: ccbbbh@bb.com.br 

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