Com direção e fotografia de Sarah Cambraia, filme estreia no dia 25/10, às 17h, no Palácio das Artes, reunindo registros de murais criados em seis cidades mineiras, a partir do projeto; no mesmo dia, haverá visita guiada acessível à mostra “_D’ÁGUA”
Há dois anos, o projeto “Arte nas Águas de Minas” vem unindo artistas renomados e novos talentos do muralismo brasileiro para pintar obras que têm transformado partes do interior de Minas Gerais em galerias de arte a céu aberto. Agora, esse percurso ganha movimento e forma no documentário “Arte nas Águas de Minas”, um retrato audiovisual poético da travessia da arte urbana pelo território mineiro. A estreia do curta acontece neste sábado, 25/10, às 17h, com exibição gratuita no Cine Humberto Mauro, no Palácio das Artes, e bate-papo com o público às 17h30.
No mesmo dia, haverá uma visita guiada acessível à exposição “_D’ÁGUA”, que reúne trabalhos dos artistas participantes do projeto e fica em cartaz até dia 30/11, nas galerias Genesco Murta e Arlinda Corrêa Lima. A atividade acontece das 16h às 16h40, com audiodescrição ao vivo e intérprete de Libras, e marca a instalação de mapa tátil e piso tátil nas galerias, somando-se ao recurso dos audioguias disponíveis ao público durante todo o período da exposição.
Com direção e fotografia de Sarah Cambraia, o filme traduz a jornada da 1ª edição do projeto “Arte nas Águas de Minas”, que levou o muralismo às cidades de Divinópolis, Coronel Fabriciano, Araxá, Pouso Alegre, Montes Claros e Contagem, entre 2024 e 2025, transformando as sedes da Copasa em inéditas galerias de arte nas ruas.
O documentário é uma realização do Ministério da Cultura e da APPA – Cultura & Patrimônio, com patrocínio da Copasa e apoio do Governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo, Fundação Clóvis Salgado/Palácio das Artes e Circuito Liberdade. O projeto é viabilizado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet. Realização: Ministério da Cultura, Governo Federal – do lado do povo brasileiro.
Para a Copasa, o apoio a projetos como o “Arte nas Águas de Minas” reforça o posicionamento da companhia como uma das que mais investem em projetos incentivados no Brasil, ocupando a 67ª posição no ranking nacional. O presidente da Companhia, Fernando Passalio, explica que investir em cultura faz parte do propósito da empresa em gerar valor para as pessoas. “Nosso investimento em projetos sociais, culturais e esportivos é um reflexo direto do nosso compromisso com Minas Gerais. Ao apoiar iniciativas que transformam realidades, estamos gerando valor que vai muito além do saneamento, cuidando do bem-estar e do futuro da nossa gente”, afirma.
Nas filmagens, o olhar de Sarah captura não apenas as obras monumentais que emergem dos muros, a maioria delas com cerca de 100m². Ao acompanhar o trabalho de 18 artistas, o documentário revela o diálogo entre diferentes cosmovisões, lugares e culturas, provocando perspectivas distintas sobre a preservação da água, o cuidado com o meio ambiente e o equilíbrio dos ecossistemas. Por isso, além de entrevistas com os artistas, o curta também aborda as impressões dos moradores de cada cidade sobre as obras de arte.
“Um ponto central do ‘Arte nas Águas de Minas’ é que o projeto deixa um legado para os moradores. Em cada cidade, tivemos a oportunidade de ver as pessoas interagindo com as obras, descobrindo o que viriam a ser as pinturas e quais reflexões elas poderiam provocar. Capturamos as obras e seus impactos imediatos nos moradores, que agora têm nesses murais espaços de contemplação, resistência e valorização das culturas regionais, tudo em conexão com a ideia de preservar o nosso mundo”, avalia a diretora Sarah Cambraia.
As obras: fauna, flora, memória e ancestralidade como cursos d’água
Em Divinópolis, a dupla goiana Bicicleta Sem Freio, formada por Douglas de Castro e Renato Reno, criou um mural a partir de três obras, “Deságua”, “Sagui” e “Tucano”, onde a fauna e a flora local são exaltadas em cores tropicais. Já William Pinguim, em “Plantando Água nas Montanhas”, destaca os buritis, árvores características do sertão mineiro, utilizadas como referência para encontrar água. E Mika Ribeiro elaborou a obra “A História de Itapecerica”, em alusão à cidade vizinha a Divinópolis, marcada pela passagem de bandeirantes durante o ciclo do ouro. Na obra, a artista valoriza figuras femininas inspiradas na Pachamama, a mãe natureza, representando a luz e a força da criação.
Em Contagem, a artista Juliana Gontijo desenvolveu a obra “Aguapé”, que celebra a resistência das plantas aquáticas. Ela esteve acompanhada de Zi Reis, que apresentou “Omi Ladê – A Senhora das Águas da Vida”, destacando a atividade das lavadeiras; e Rafael LaCruz, responsável por uma pintura em homenagem à cultura bantu, incluindo uma representação de Nkisi Hongolo, também conhecido como Angorô, divindade do panteão bantu ligada ao arco-íris, à chuva, à fertilidade e à serpente.
Já em Araxá, o mural de Ramon Martins é dedicado a plantas, pássaros e animais, além de destacar a imagem de uma imponente mulher negra. Junto a ele, Marlette Menezes abre alas para o folclore brasileiro na obra “Canto das Águas”, ao retratar Iara como uma “Deusa Mineral”, em diálogo com símbolos da fauna mineira, como o lobo guará e a capivara. E Matheus Black pintou máscaras da cultura Iorubá na obra “Ómi Tutu”, destacando cantos e ditados africanos.
Em Pouso Alegre, o artista Fênix apresenta “Fluir para Existir”, um manifesto visual sobre a liberdade e a fluidez da vida em paralelo com a natureza do comportamento dos cursos d’água. De forma mais direta, Prado Neto gravou a mensagem da obra “Cuide!” no clássico estilo tipográfico do grafite, lembrando que a preservação começa nas pequenas ações cotidianas. E Tadeo 180, com a obra “Ludicando”, brinca com o olhar das crianças, a partir de técnicas de grafite piece style, marcado por letras grandes e elaboradas, propondo um encontro lúdico entre a arte e a preservação da água.
Em Montes Claros, o recifense Bozó Bacamarte deixou sua marca influenciada pelas xilogravuras com a obra “Andada das Águas”, mural que valoriza aves e peixes do Norte de Minas. Bela Parada, em “A Infinidade dos Possíveis”, mergulhou no imaginário folclórico brasileiro, dando destaque à lendária figura de Iara. E Léo Caxeta, com a pintura “Inestimável”, provocou o olhar a perceber o valor das águas invisíveis, chamando atenção para as questões relativas à escassez hídrica e reutilização da água.
Já em Coronel Fabriciano, Luna Bastos assina a obra “A Vida Está na Água”, que celebra a abundância, o cuidado e o renascimento dessa fonte vital para a humanidade. Thiago Moska, com o painel “MG Tropical”, pinta a fauna brasileira, como onças, peixes e tucanos, a partir de cores vibrantes, transformando o muro em uma floresta. E Leonardo “Cisco” Advíncola, com “Toque da Criação”, nos conduz de volta ao princípio de tudo, onde a arte e a água se encontram na perspectiva de uma só origem.
Ação educativa e acessibilidade na exposição “_D’ÁGUA”
Neste sábado, 25/10, o Palácio das Artes também recebe uma ação educativa voltada à acessibilidade, incluindo uma visita guiada dentro da mostra “_D’ÁGUA”, que ocupa as galerias Genesco Murta e Arlinda Corrêa Lima até o dia 30/11. A visita guiada acontece das 16h às 16h40, com audiodescrição ao vivo e intérprete de Libra. A atividade marca a instalação de mapa tátil e piso tátil nas galerias, somando-se ao recurso dos audioguias disponíveis ao público durante todo o período da exposição.
A mostra “_D’ÁGUA” reúne obras de 36 artistas das duas edições do “Arte nas Águas de Minas”. A curadoria de Flaviana Lasan e Marcel Diogo propõe um mergulho conceitual sobre a importância da água – elemento que, assim como a arte urbana, rompe fronteiras e ocupa espaços, instaurando fluxos que desestabilizam limites e criam novas formas de convivência. E que ainda carrega significados distintos e até antagônicos para populações de Norte a Sul do estado: da abundância à ausência, do azul cristalino ao marrom turvo.
Para representar a multiplicidade de relações com a água, a mostra valoriza a variedade estética e simbólica de linguagens da arte urbana, com expografia assinada pelo arquiteto e artista visual Marcus Deusdedit. Assim, “_D’ÁGUA” é dividida em quatro núcleos conceituais: “Sopa de Letras”, “Crews”, “Lambes” e “Bandeiras”, que percorrem diferentes linguagens da arte urbana, incluindo o grafite tipográfico, os lambes e as bandeiras.
A visitação acontece de terça-feira a sábado, das 9h30 às 21h; e aos domingos, das 17h às 21h. A entrada é gratuita e livre a todos os públicos, com acessibilidade em Libras, audioguias, mapa tátil e piso tátil.
Exibição do documentário “Arte nas Águas de Minas” e ação de acessibilidade na exposição “_D’ÁGUA
Quando. 25/10/25 (sábado), às 17h; bate-papo com o público às 17h30
Onde. Cine Humberto Mauro – Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1.537 – Centro)
Quanto. Entrada gratuita, sujeita à lotação do espaço
Mais. A programação do dia conta ainda com visita guiada acessível à exposição “_DÁGUA”, das 16h às 16h40, com audiodescrição ao vivo e intérprete de Libras
Exposição “_D’ÁGUA”
Quando: Até dia 30/11, de terça a sábado, das 9h30 às 21h;
e aos domingos, das 17h às 21h
Local: Galerias Genesco Murta e Arlinda Corrêa Lima – Palácio das Artes
(Av. Afonso Pena, 1.537, Centro)
Quanto: Entrada gratuita
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