Criadores do bloco Alcova Libertina lançam álbum que exalta a liberdade criativa
Disponível nas plataformas digitais em 1o de Junho, “Libertalia” é fruto de uma longa história e amizade e experimentações estéticas
Os corsários mineiros estão de volta, prometendo uma grande revolução artística com o lançamento do álbum “Libertália”, já disponível nas plataformas digitais. Criador do bloco Alcova Libertina, um dos mais destacados do Carnaval de Belo Horizonte, o grupo formado por músicos, pintores, poetas e videomakers de diversos estilos e tendências chega de assalto para bagunçar o conservadorismo sociocultural no país.
“Libertália” sustenta a utopia pirata em 16 músicas que não se ancoram a nenhum rótulo, numa grande nau de linguagem plural, em que corajosos tripulantes zarpam de uma forte influência do rock e do blues, coletando por onde passam tesouros da chanson française, do samba, do baião, do forró, da música erudita, do punk e de ritmos latinos e do reggae. O que vale é o trabalho coletivo e o amor à liberdade criativa.
Como bons piratas que não têm papas na língua, o grupo mineiro exibe um arsenal poderoso de temas existenciais e cotidianos, permeados por críticas políticas e ao mercado de arte. Não faltam viagens psicodélicas, letras sarcásticas e poéticas. Uma síntese dessa alquimia bem-sucedida tomou a forma do clipe “Alucinado”, disponível no YouTube no dia 16 de maio, lançado ao mar como “um grito pelo direito de ser corpo e espírito livres”.
Rafael Fares resume o trabalho como “uma salada transnacional feita com muitas línguas, português, francês, inglês e espanhol, fruto de um coletivo plural que vive intensamente a experiência de ser filho de Gilberto Gil em viagens mutantes de paisagens radioheadianas, entre cascatas e montanhas, efeitos eletrônicos e maracatus atômicos, profusão de influências dignas da carnavalização antropofágica brasileira”.
O álbum duplo “Libertália” é a esperada conquista de uma trajetória iniciada em 2010, quando amigos de longa data criaram o ateliê Alcova Libertina, logo depois ampliando a sensação de desbunde como um dos protagonistas do Carnaval de BH. A experiência do bloco, junto à vontade de criar e ampliar as possibilidades estéticas, transformou o grupo numa usina incessante de músicas.
“Compusemos canções dos mais variados estilos, mesclando rock com ritmos brasileiros. Este movimento foi crescendo até o dia que o grupo entendeu que era chegada a hora de juntar tudo num disco. Com músicas dos mais variados gêneros, o Libertália deve ser compreendido como a compilação de uma longa história de amizade, inquietação estética e experiências alucinógenas”, descreve Bruno Leal Medeiros.
Com a faca nos dentes e sangue nos olhos, eles se puseram a navegar por águas nunca antes conhecidas, desembarcando num lugar paradisíaco representado por Libertália – diz a lenda, um local fundado por piratas, onde se implantou, no século 17, um regime anárquico e comunista. Neste lugar mítico numa ilha da África, os corsários criaram as suas próprias leis, defendendo uma luta em favor dos oprimidos e contra os ricos.
“Para Marcos Braccini, num momento em que a cultura brasileira parece ser, mais uma vez, aprisionada por um retrocesso conservador, o Libertália é uma ode à liberdade, de criar o que se gosta, com quem se gosta, de ser o que se é, sem apego a rótulos ou estilos consolidados, um disco de experimentações denso e divertido que aponta para o futuro sem deixar a constelação do passado”.
Volume I: Lançamento 1 de Junho
Volume II: Lançamento 5 de Outubro
– Vídeos e datas de lançamento
Estrelato: Lançamento dia 9 de Maio –
Alucinado: Lançamento dia 16 de Maio
Bitter River: Lançamento dia 23 de Maio
Uncreated: Canção do Volume II (Lançamento em Outubro)
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