Volta aos palcos de BH, no dia 9/8, monologo com Grace Ginaoukas
que reverencia Dercy Gonçalves
Escrita e dirigida por Kiko Rieser, vencedor do Prêmio Bibi Ferreira de melhor dramaturgia original (2023), o monólogo “Nasci para ser Dercy”, estrelado por Grace Gianoukas, vencedora dos prêmios APCA e SHELL (2024), de melhor atriz, e I Love PRIO (2024), de melhor performance, e voz em off de Miguel Falabella, está de volta aos palcos de Belo Horizonte em sessão única, no dia 9 de agosto, sábado, às 20h, no Teatro do Centro Cultural Unimed-BH Minas. A centenária Dercy Gonçalves recebe homenagem digna em que é reverenciada como criadora, atriz e pensadora. “Por que falar de Dercy? Porque o Brasil precisa conhecer a sua verdadeira história, e a história do Brasil foi construída por muitas mulheres. Dercy é uma delas”, afirma Grace. Os ingressos, que podem ser comprados no site da Sympla, custam no setor I R$ 120 (inteira) e R$ 60 (meia), e no setor II R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia). A classificação é 14 anos.
Dercy Gonçalves (1907–2008) morreu aos 101 anos, sem que jamais tenha havido nos palcos brasileiros uma peça que a homenageasse. O texto de “Nasci para ser Dercy” busca unir o apelo popular e o carisma de Dercy por meio de uma profunda pesquisa. Kiko Rieser, autor e diretor do espetáculo, revela para o público o que de fato foi Dercy. “Uma atriz vinda do teatro de revista que recriou a comédia brasileira. Uma mulher que era chamada de ‘puta’, mas que casou e enviuvou virgem, iconoclasta e devota, libertária, mas avessa a qualquer bandeira, inclassificável e singular”, observa o dramaturgo.
A peça começa com Vera, uma atriz fazendo teste para o papel de Dercy Gonçalves em um filme. Conforme vai dando suas falas, ela se revolta contra o roteiro, cheio de estereótipos. Sua mãe era grande fã de Dercy e por isso Vera cresceu conhecendo e sendo influenciada pelo exemplo dessa artista icônica. Ela então, transformando-se em Dercy, começa a mostrar quem realmente foi essa mulher à frente de seu tempo.
O espetáculo mostra a importância de Dercy, muitas vezes ignorada, para o teatro brasileiro e para a liberdade feminina, bem como sua inquestionável singularidade. Grace Gianoukas explica que “Dercy não era só atriz, cantora, mas também foi uma produtora com capacidade de improvisar, ela reformulou muitos textos. A importância dela para a dramaturgia brasileira foi sua capacidade de transformar, de abrasileirar muitas coisas que vieram de fora e de construir, junto com autores, uma comédia que falava com o próprio brasileiro, e essa é uma revolução dramatúrgica no Brasil”.
Desbocada e defensora da mais profunda liberdade, Dercy era muito recatada em sua vida íntima, chegando a se casar e enviuvar anos depois ainda virgem. Contestava frontalmente a censura da ditadura militar, mas se recusava terminantemente a levantar bandeiras políticas específicas que não fossem a da irrestrita liberdade e do respeito a todas as formas de existir. Injustiçada por uma sociedade hipócrita, Dercy era insultada por ser uma mulher autêntica e brasileira. “A partir do momento em que a Dercy, com seu espírito revolucionário e uma militância anti-hipocrisia, desde sempre, com um mundo inteiro de moralismo enorme contra ela, levantou a bandeira da liberdade, ela lutou para ser quem ela queria ser, e isso abriu um caminho para muitas de nós”, observa Grace.
O espetáculo é uma aula ufanista, quando Grace explica e afirma que Dercy é um traço marcante e importantíssimo da história e da cultura nacional. Dercy era autêntica e dona de uma autoestima saudável, pois sabia seu tamanho e afirmava que ninguém poderia colocá-la no lugar que ela não devia estar. “Quando eu nasci, Dercy já era Dercy, e muito caminho ela já tinha aberto na mão, sabe? Muitas trilhas ela já tinha aberto, com muitas dores, ela abriu caminhos para todas nós, e eu boto nesse lugar aí, Rita Lee que também sempre disse o que pensava, posso colocar a Preta Gil, né? É uma trilha de mulheres corajosas. Dercy abriu portas para todas nós”, afirma Grace.
FICHA TÉCNICA
Texto e direção: Kiko Rieser
Atriz: Grace Gianoukas
Voz off: Miguel Falabella
Diretor de Produção: Paulo Marcel
Técnico de luz: Jânio Silva
Técnico de som: Éder Sousa
Contra regre/camarim: Venício Alvarenga
Cenário e figurino: Kleber Montanheiro
Desenho de luz: Aline Santini
Trilha sonora original e arranjos: Mau Machado
Canção-tema “Só sei ser Dercy”: Danilo Dunas e Pedro Buarque
Visagismo: Eliseu Cabral
Assistência de direção: André Kirmayr
Preparação corporal: Bruna Longo
Preparação vocal: André Checchia
Assistência de figurino: Marcos Valadão
Cenotécnica: Evas Carreteiro
Design gráfico: Pierre da Rosa
Assessoria de imprensa: Camila de Ávila
Mídias sociais: Pierre da Rosa
Fotos: Heloísa Bortz(estúdio) Priscila Prade(cenas/palco)
Assessoria jurídica: Dr. Sérgio Almeida
Realização e Produção Nacional: Ventilador de Talentos
Produção Associada: Rieser Produções
NASCI PARA SER DERCY
Data: 9 de agosto, sábado,
Horário: 20h
Duração: 80 minutos
Classificação: 14 anos
Ingressos no site da Sympla: SETOR I: R$ 120 (inteira) e R$ 60 (meia)SETOR II: R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia)
Local:Teatro do Centro Cultural Unimed-BH Minas (rua da Bahia 2.244 – Lourdes)
Bilheteria: (31) 3516.1360
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