No lançamento, “Entre o Sopro e o Cifrão” de LARITA com produção do beatmaker Eaitk, a artista LARITA apresenta uma reflexão profunda sobre o equilíbrio entre a vida e o dinheiro. Usando como metáfora o conceito de “sopro” e “cifrão”, LARITA aborda como esses dois elementos, aparentemente opostos, estão interligados na sociedade contemporânea e na vivência de cada indivíduo. A vida, representada pelo “sopro”, é efêmera e frágil, enquanto o “cifrão” simboliza o dinheiro, um elemento que regula nossas escolhas e, muitas vezes, corrompe a própria essência da existência.
O “sopro” é a vida, aquilo que é essencial, e que, no entanto, é frequentemente ofuscado pela busca incessante por dinheiro, o “cifrão”, que, apesar de necessário, também carrega uma carga pesada de decepção, alienação e desumanização. “Entre o Sopro e o Cifrão” não apenas explora essa dualidade, mas também a tensão gerada por ela. O conceito de equilíbrio entre esses dois aspectos da vida é central para a música, mas o que se percebe ao longo da letra é que esse equilíbrio nem sempre é alcançado de maneira plena.
Na letra, um dos trechos mais marcantes diz: “Eu queria ser mais do que eu sou, mas eu não sou mais do que eu devo.” Aqui, a frase carrega uma dupla interpretação que transcende a simples busca por equilíbrio. Por um lado, ela reflete a aceitação de quem somos, não somos mais do que o que conseguimos ser, e isso é suficiente. Mas, por outro lado, a frase escancara uma crítica ao sistema capitalista, onde a vida de uma pessoa muitas vezes se vê reduzida ao valor monetário que ela deve. LARITA expressa que sua existência, em muitos momentos, parece importar menos do que o valor da dívida que carrega, como se a vida tivesse menos valor do que o que se deve pagar.
A música também levanta uma crítica contundente sobre a desumanização na sociedade contemporânea, onde as pessoas são constantemente reduzidas a números e estatísticas. “ Números, pra eles o que somos”, diz a letra, denunciando como, em um sistema regido pelo capitalismo, a vida humana se transforma em um dado, uma métrica sem rosto. O indivíduo deixa de ser uma pessoa com história, complexidade e sentimentos, e se torna apenas mais uma unidade de produção ou consumo.
“Entre o Sopro e o Cifrão”, da artista LARITA, é também um protesto contra esse sistema. A promessa de uma vida melhor é constantemente vendida como objetivo, mas a realidade é que muitos acabam apenas sobrevivendo. Como a própria LARITA escreve: “Nessa sobrevida, sobrevivendo por nota, o que importa vira dado”. O que deveria ser uma jornada de crescimento e plenitude, acaba se tornando uma luta constante para manter-se vivo em meio à lógica opressora do capital. Uma sobrevivência sem vida, onde se é cobrado o tempo inteiro, sem nunca ser verdadeiramente valorizado.
Essa música denuncia a alienação provocada por uma sociedade que mede a existência em cifras e esquece da essência humana. Ao mesmo tempo, LARITA propõe uma reflexão sobre o que é possível ser e fazer dentro desse cenário.
Fala de Larita:
“Quando compus Entre o Sopro e o Cifrão, minha intenção era fazer uma denúncia sobre tudo aquilo que eu vejo, e sempre vi acontecer desde a minha infância. Porém, num momento, me deparei com um sentimento de impotência, como se eu não conseguisse fazer tudo aquilo que eu gostaria.
Foi aí que compreendi que só posso realizar o que está ao meu alcance, dentro da minha realidade. É a partir disso que surge a frase: “Eu queria ser mais do que eu sou, mas eu não sou mais do que eu devo.” Porque, poxa, eu só tenho 19 anos. Como posso mudar o mundo sozinha, da forma como eu gostaria?
Essa música nasce justamente dessa consciência da crítica que posso fazer a partir de quem eu sou e da maneira como consigo me expressar enquanto artista.”
Há, na música, uma aceitação do próprio limite uma tentativa de encontrar equilíbrio num mundo que exige mais do que se pode dar.
Com “Entre o Sopro e o Cifrão”, LARITA nos entrega uma obra que é ao mesmo tempo confessional e política, íntima e coletiva, poética e real. Ela nos convida a refletir: até quando vamos seguir transformando vidas em estatísticas? Até quando o valor da existência será medido apenas pelo que se tem ou se deve?
Nome do trabalho: Entre o Sopro e o Cifrão
Artista: LARITA
Produção: @eaitk
Lançamento: 24/07/2025
Onde ouvir:
Spotify: https://open.spotify.com/track/5ZQ8sJvZCTYVCheaiEqcjC?si=-etOFMC7RIGAY5KbXv-BYg
YouTube: https://youtu.be/Mytx4BENAr4?feature=shared
Apple Music: https://music.apple.com/br/album/entre-o-sopro-e-o-cifr%C3%A3o-single/1828808350
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