Antônio Faustino e Sidélio Cordeiro Gomes, ambos com mais de 30 anos de experiência, afirmam não se imaginarem em outra profissão; conheça a história da dupla
Uma das figuras mais emblemáticas do bar/restaurante, o garçom é quase um patrimônio desses estabelecimentos. É aquele que escuta os desabafos dos clientes – de alguns até ouve confidências – sabe a marca da cerveja preferida dos mais chegados, além de ser, sem dúvida, o cartão de visita da casa. Isso porque se o atendimento for mal, o sucesso do negócio pode não ser longevo.
Profissional na área há 30 anos, Antônio Faustino afirma que para ser um garçom de sucesso, é fundamental gostar do que está fazendo para fazer bem, com técnica. “Acredito, porém, que o talento e a paixão se sobressaem, afinal para tudo que a gente faz na vida, independentemente da profissão, temos que gostar, pelo menos um pouquinho. Fazer só pelo dinheiro fica chato”, destaca acrescentando que o trabalho se transformou em diversão. “Eu gosto de gente, de conversar, conhecer pessoas. Eu gosto de servir. Nasci para servir. Isso é o que mais me encanta no ramo e não faço só pelo dinheiro, mas porque realmente tenho muito amor pela profissão”.
Atualmente Faustino integra o time de garçons do Barolio Cucina Napolitana, pizzaria italiana com unidades no Vila da Serra e na Savassi, mas sua trajetória inclui passagens por outros restaurantes famosos de Belo Horizonte, como a Casa dos Contos e Cantina do Lucas, onde teve a oportunidade de trabalhar com o saudoso Olympio Perez Munhoz. Cidadão honorário de Belo Horizonte, o “Seu Olympio”, como era conhecido, foi imortalizado pelo Guinness Book como o garçom que exerceu a atividade por mais tempo no Brasil. Faleceu em 2003, aos 84 anos, deixando várias amizades e memórias carinhosas de fraternidade.
Colega de profissão de Faustino, o garçom Sidélio Cordeiro Gomes, de 54 anos, 35 deles no Pop Kid, bar do hipercentro da capital, afirma que sua paixão pelo trabalho é tamanha que não consegue se imaginar em outra profissão. “Nenhum dia é igual ao outro. A gente conhece pessoas, faz amizades. Trabalhar em um bar bem no miolo do centro da cidade, então, é um prato cheio para termos contato com uma infinidade de histórias. O garçom acaba se tornando uma espécie de terapeuta”, brinca.
Desde que começou a trabalhar como garçom, o Pop Kid, aliás, foi o único local de trabalho de Sidélio, e ele é taxativo ao ressaltar as principais qualidades para quem está começando, hoje, na profissão. “É importante ser dedicado e ter comprometimento com a empresa porque se um garçom falta, sem explicação, causa um prejuízo danado para a equipe. É um trabalho onde o coletivo é muito importante. E é essencial gostar de gente, afinal as pessoas são a matéria prima mais preciosa do nosso serviço”.
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