Realizado na Funarte MG, o festival destaca a produção de arte e cultura de mulheres e LGBTQIAPN+ de Minas e outras partes do Brasil, com programação composta por shows, bate-papos, oficinas, mostras de empreendedorismo feminino e artes visuais, exposição de fotografia, exibição de curtas-metragens, e muito mais.
No dia 13 de setembro, sábado, a Funarte MG se torna palco para receber a 6ª edição do ELAS FESTIVAL, evento que reúne a produção de arte e cultura de mulheres e LGBTQIA+ de Minas Gerais e outros estados do Brasil. O público belo-horizontino terá acesso a shows, oficinas, mostras de economia criativa e artes visuais, exposição de fotografia, exibição de curtas-metragens para crianças e adultos, além do Bar Yanã, com comes e bebes, na área externa da Funarte. Na roda de conversa Papo com ELAS, especialistas debatem sobre menopausa, autocuidado e saúde da mulher, com curadoria e mediação de Adriana Ferreira (Instituto Menopausa Feliz).
Os ingressos estão à venda a preços populares por R$10 e R$5 (meia), na plataforma Sympla. Pessoas 60+ não pagam, mas precisam retirar o ingresso gratuito pela plataforma, para garantir a entrada. Na portaria do evento, também serão arrecadados absorventes e itens de higiene pessoal para doação para o projeto artístico e sociocultural Yo Soy Sangria (@yosoysangria) o que garante o pagamento da meia-entrada. O ELAS Festival é patrocinado pelo BS2 com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte e foi apoiado pelo Programa Funarte Aberta 2025 – Ocupação dos Espaços Culturais da Funarte MG. Este é também o primeiro ano de parceria do festival com a Abramus – Associação Brasileira de Artes e Música, que oferece na quinta, dia 11.09 um dia dedicado a atividades formativas com oficina de composição, palestra sobre direitos autorais e pocket show.
Dados – No Brasil, o empreendedorismo feminino nunca esteve tão em evidência. Em Minas Gerais, o negócio próprio é a principal fonte de renda para oito a cada 10 dez mulheres que empreendem, segundo pesquisa realizada pelo Sebrae Minas, em fevereiro deste ano. Mais de 60% das entrevistadas têm entre 31 e 50 anos. A grande maioria (93%) começou a empreender por conta própria e a maior parcela (41%) possui negócios de três a cinco anos no mercado, o que indica um perfil de empreendimentos consolidados, que já superaram a fase inicial de sobrevivência. Desse total, porém, 42% ainda relatam ter dificuldade para conciliar a gestão do negócio com as tarefas domésticas.
Atentas a este cenário, a produtora cultural Ana Linares e a gestora Luiza Firmato criam, em 2019, o ELAS Festival, que nasce com o propósito de incentivar as diferentes vertentes da economia criativa, com foco na cadeia produtiva cultural feminina. Agora, na 6ª edição, elas celebram a iniciativa que já faz parte do calendário da cidade. “Realizar a sexta edição do ELAS Festival significa caminhar com resiliência. Nos valer da arte para expressar nossas vivências e desafios nos motiva a trabalhar para promover um festival que protagoniza a mulher e sua produção. Nesses últimos anos de história, colaboramos com a criação de redes, comunidades e geramos trabalho e renda para diferentes setores da cadeia produtiva da cultura. Por essas razões, nos alegramos em poder entregar a BH mais um evento pensado e executado pelas mãos de várias mulheres nas diferentes linguagens”, diz Luiza Firmato.
O tema do ELAS Festival deste ano é “As mulheres são como as águas, crescem quando se encontram”. A proposta explora a ideia de que mulheres, em suas singularidades e coletividades, movimentam-se como águas — flexíveis e potentes -, capazes de transformar os espaços por onde passam.
“Água é fluxo, é travessia, é transformação. Assim também somos nós mulheres: fontes de criação, resistência e reinvenção. Solitárias nascentes ganhando força até nos tornarmos rios caudalosos, que ao se encontrarem criam novos percursos, deságuam em oceanos, transbordam limites, rompem margens. Dessa forma, a programação do festival deixa-se fluir pelo universo criativo e diverso dos femininos. Potencializa forças e constrói pontes entre diferentes segmentos artísticos”, comenta a produtora Ana Linares.
DESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO
Com uma curadoria que aposta mais uma vez na diversidade, neste ano, o festival parte de temáticas variadas em torno da produção artística e cultural, saúde da mulher e a economia criativa protagonizada por mulheres.
Entre os destaques, está o Papo com ELAS, que traz a menopausa para o centro do diálogo. Segundo a curadora e mediadora Adriana Ferreira – presidente do Instituto Menopausa Feliz -, conhecida por introduzir o debate em 24 Assembleias do país, o tema será abordado com leveza e muita conexão: “Estamos levando o MenoEmPauta para o Festival: um encontro que já acontece todo ano, em Belo Horizonte, com médicos especialistas em menopausa. Queremos mostrar que essa fase pode ser cheia de potência, saúde e novas possibilidades”, comenta Adriana.
Participam da conversa a médica ginecologista do Hospital Madre Tereza, Dra. Amanda Lopes Coelho – especialista em saúde sexual feminina, climatério e bem-estar da mulher madura; a palestrante Tina Salles – especialista em relacionamentos que palestra desde 2013 em eventos para mulheres: chá de lingerie, encontro de casais e, principalmente, no empoderamento de mulheres para vivenciarem uma sexualidade mais saudável e com menos tabus; o médico Dr. Daniel Cordeiro – especialista em Terapias Hormonais na Menopausa e em Emagrecimento e Medicina da Longevidade, além de atuação focada em saúde integrativa, performance física e estética avançada; e o médico psiquiatra Dr. Thiago Wesley de Oliveira, pós-graduado em Psiquiatria e Ciências da obesidade.
Os shows são outro momento esperado e que, nesta edição, abrangem diferentes estilos da cena mineira. “As atrações foram pensadas para refletir a diversidade, a força criativa e o protagonismo feminino e LGBTQIAPN+ na música contemporânea”, explica Aninha Linares.
O show de abertura é na quinta, dia 11.09, com a artista Duda in the Sky. Uma das mais criativas compositoras mineiras, com mais de 2 milhões de streams nas plataformas digitais, Duda integra a “Nova MPB” flertando com o pop, o rock e o indie folk. Já no sábado, 13.09, a artista Lica Del Picchia, ao lado da banda Cayena, dá início à sequência de atrações musicais do dia, com sua sonoridade inédita que mistura rock, r&b e muita latinidade. Em seguida, tem apresentação da clarinetista, cantora e compositora Thamiris Cunha (Melhor instrumentista / Prêmio BDMG instrumental). Pioneira em grupos com formação exclusivamente feminina como Abre a Roda Mulheres no Choro e Sagrada Profana, a artista apresenta, nesta edição, sua própria formação de choro composta por grandes musicistas da cidade.
Já a cantora de Betim (MG) Talita Silva – artista neo soul brasileira – e a banda Lance Livre – formada por DJ Overluc, Negão (violão), Ducs (baixo), Laura (saxofone), Sam e Neli (backing-vocal) – prometem uma experiência musical inspirada em artistas do Black Soul, combinando o som orgânico, com DJ e jogos vocais potentes. Logo após, é a vez da banda Moustache Queens embalar o público com canções autorais e versões de clássicos que mesclam trap, trip hop e ritmos brasileiros, como o maracatu. Criada em 2022, reúne um elenco diverso de pessoas trans, cis e não binárias, que performam de bigode e quebram padrões de gênero. E para encerrar o dia tem a Boate Azul, uma espécie de nightclub democrático, com dança e música, criado em homenagem à conhecida Dona Jacira ( Bar Brasil 41), e que é comandado pela curadora, diretora artística e também DJ, Manu Grossi, que promete animar a pista com boleros, bregas e baladas.
Ao longo do evento, no dia 13.09, as mostras de fotografia, artes visuais e curta-metragens estarão abertas à visitação, nos Galpões da Funarte MG. O público terá acesso ao olhar de artistas de outros estados, que foram selecionadas via chamamento público, pela equipe de curadoria do festival.
A Mostra de Fotografia “olhar como quem mergulha”, sob a curadoria da fotógrafa e artista visual Denise dos Santos, reúne 43 trabalhos em que a água é associada à transformação. “Enquanto corpos, precisamos aprender a fluir, mudar, percorrer, andar, parar, desaguar. Vamos olhar para as formas de habitar os mundos. Habitações com interseções, essas que permitem dimensionar as pluralidades intergeracionais, raciais, sociais e de gênero. Das vivências às identidades. Uma proposição de perspectiva de ver o mundo, enfatizar as identidades. Um convite a se entregar ao sensível”, diz. As fotografias selecionadas de diversas partes do Brasil serão exibidas durante o festival e divulgadas nas plataformas digitais do @elasfestival por tempo indeterminado.
Na Mostra de Artes Visuais, intitulada “Quando mulheres viram rios”, a água escolhida como símbolo não é apenas uma metáfora poética, mas também política. A curadora e artista visual Bárbara Macedo conta que a seleção de artistas foi guiada pelo princípio da diversidade. “Mas não como obrigação, e sim como verdade do mundo”, diz. São 10 artistas participantes, de identidades femininas diversas, cujas práticas visuais tensionam, expandem e reinventam os próprios limites. “Cada obra é uma nascente: de histórias não contadas, de feridas que insistem em cicatrizar, de desejos que se recusam a afundar e que vão de encontro umas com as outras, metamorfoseando as suas práticas artísticas”, comenta Bárbara.
Organizada por mais um ano sob a curadoria da produtora audiovisual Tamira Abreu, a Mostra de Curtas-Metragens reúne 17 produções dirigidas por mulheres, para públicos de todas as idades, com até 15 minutos de duração. A sessão de abertura é às 16h30, e traz quatro curtas para a criançada: “Antes d’eu era nós” de Raquel de Medeiros Deliberador e Lela Thevenom, “Lagrimar” de Paula Vanina Cencig, “Temos Pão Caseiro” de Val Rocha Pires e “Pequenos gestos” de Alcinethy Loiola de Matos. “Sempre busco trazer uma diversidade de temas e de linguagens, para representar essa multiplicidade do olhar da mulher. Também priorizo a qualidade artística das obras e a conexão com o tema do festival”, comenta. Uma das novidades é que neste ano a mostra terá também a exibição de filmes infantis.
Ao todo 22 expositoras residentes em Belo Horizonte e região metropolitana compõem a Mostra de Empreendedoras deste ano, com produtos autorais e serviços variados. “Temos expostos desde acessórios, vestuários, cosméticos, adornos e tatuagens (flash tattoo). Algumas empreendedoras participam pela primeira vez e temos também as que já estão com gente desde a 1ª edição do festival, como a “Costuras do Imaginário”, comenta a curadora da mostra Dani Lages.
PROGRAMAÇÃO FORMATIVA
Além das atrações artísticas, serão ofertadas nesta edição do ELAS, uma programação formativa com oficina e palestra gratuitas, voltadas para mulheres que buscam independência e coragem para atuar no mercado empreendedor.
No dia 11.09, quinta-feira, será ministrada a “Oficina de Composição” com Laylah Arruda – uma das pioneiras da cena Sound System no Brasil, que une lirismo afiado, potência vocal e presença de palco incendiária. A oficina é voltada a pessoas com idade mínima de 18 anos: cantoras, instrumentistas e beatmakers dispostas a acessar bases de teoria e prática do instrumento voz como mecanismo de suporte à composição da canção. A oficina será oferecida em parceria com a Abramus – Associação Brasileira de Música e Artes.
No mesmo dia, será ministrada a palestra “Direitos Autorais na Carreira Artística”, pela DJ Vanessa Castro. Com trajetória de mais de 20 anos no mercado musical e de entretenimento, desenvolveu diversos projetos relacionados à música, instrumentos musicais, produção executiva de shows, produção artística e mídias sociais.
Já no dia 13.09, sábado, em parceria com o Sebrae MG e Sebrae Delas, o público tem acesso gratuito à oficina “Posicionamento no Digital: Venda com Sua Marca Pessoal!”, com a consultora Rafaela Justi. O objetivo é conhecer o caminho para se construir uma marca pessoal autêntica e eficaz, além de estratégias práticas para impulsionar o negócio nas redes sociais.
PROGRAMAÇÃO ELAS FESTIVAL 2025
Mais informações: @elasfestival
Local: Funarte MG (Rua: Januária, 68 – Centro)
Ingressos a preços populares: R$10 e R$5 (meia):
venda no sympla*: https://www.sympla.com.br/evento/elas-festival-2025/3076675
(*)retirada gratuita pela plataforma para Pessoas 60+
Programação Formativa – 11.09, quinta-feira – 14h às 22h
14h às 16h :: Oficina de Composição com Layla Arruda | 40 vagas
Inscrições gratuitas: https://forms.gle/TsannmXx7Zi9PJXA9
19h :: Palestra “Direitos Autorais na Carreira Artística” com Vanessa Castro
144 vagas | Inscrições abertas: https://forms.gle/n4c7FZQNDaxSDKG98
20h20 às 21h:: Pocketshow com Duda in the Sky
Programa Elas Festival – 13.09, sábado – 14h às 22h
9h30 às 10h30:: Oficina Posicionamento no Digital: Venda com Sua Marca Pessoal!
com Rafaela Justi
14h00 :: abertura dos portões, vem ser feliz com a gente!
14h00 :: Papo com ELAS “MenôEmPauta”
14h às 22h :: mostra de fotografia
14h às 22h :: mostra de economia criativa
14h às 22h :: mostra de artes visuais
16 às 22h :: mostra de curtas para crianças e adultos
14h30 :: show Lica Del Picchia e banda Cayena
16h00 :: show Thamiris Cunha
17h30 :: show Talita Silva e banda Lance Livre
19h00 :: show Moustache Queens
20h00 :: Boate Azul
Durante todo o festival, teremos o bar Yanã no comando das comidinhas e bebidinhas em um espaço de convivência na área externa da Funarte MG.
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