SEEMG alerta para aumento alarmante de casos de abandono de idosos após alta hospitalar

O Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Minas Gerais (SEEMG) faz um alerta sobre o preocupante crescimento no número de casos de abandono de idosos por familiares ou responsáveis legais após a alta hospitalar.

De acordo com dados do Sistema Único de Saúde (SUS), é registrada, em média, uma ocorrência por semana envolvendo idosos deixados nas unidades de saúde sem qualquer amparo. Somente entre janeiro e julho de 2025, a Prefeitura de Belo Horizonte contabilizou 23 casos de abandono em hospitais da capital — número praticamente igual à média anual registrada em 2022 e 2024, que foi de 24 casos por ano.

Há relatos de pacientes que permanecem internados por até 15 dias após receberem alta, aguardando que suas famílias venham buscá-los. Em situações ainda mais extremas, alguns idosos vivem há mais de um ano e meio nos hospitais, sem qualquer contato com parentes.

O abandono de pessoa idosa é crime previsto em lei, com pena de detenção de seis meses a três anos, além de multa. Essa prática, infelizmente recorrente, envolve a omissão de cuidados básicos, abandono afetivo e negligência financeira.

Segundo o presidente do SEEMG e coordenador de comunicação da Federação Nacional dos Enfermeiros(FNE), Anderson Rodrigues, o estatuto do Idoso assegura o direito à dignidade, à atenção e aos cuidados necessários. A legislação também determina que hospitais e instituições de saúde comuniquem imediatamente às autoridades competentes qualquer indício de abandono.

O SEEMG reforça a importância da denúncia e da conscientização social para proteger a população idosa, garantindo que seus direitos sejam respeitados e que situações como essas não se tornem normais.