MÚLTIPLOS OLHARES SOBRE A PAMPULHA
Exposição apresenta imagens de um dos principais cartões-postais de Belo Horizonte sob a ótica de renomados fotógrafos mineiros
Patrimônio cultural da Unesco desde 2016, o Conjunto Moderno da Pampulha é revelador do espírito modernista que, entre os anos 1920 e 1960, redefiniu as expressões artísticas e sociais do país. A exposição Pampulha Olhares Imagens Modernidade, em cartaz no Núcleo de Estudos Fotografia, Arte e Cultura (rua Michel Jeha, 142 A – São Bento), reverencia o ponto turístico de BH retratado segundo a sensibilidade de importantes fotógrafos mineiros. A mostra é um desdobramento do livro Pampulha Olhares Imagens Modernidade, concebido e organizado pelo publicitário Denilson Cardoso, com imagens inéditas, feitas por ele e por Alexandre Guzanshe, Guto Muniz e Glenio Campregher. Os cliques valorizam a arquitetura, a cultura e os estilos da época de criação do Conjunto, assim como seus contemporâneos, que confirmam a vocação da Pampulha como ambiente de diálogo e democratização. A exposição reúne 30 fotos presentes no livro e fica em cartaz até 31 de janeiro de 2020, com entrada gratuita.
A ideia do projeto do livro, bem como da mostra, nasceu em 2016, quando Denilson Cardoso trabalhou com os três fotógrafos durante o 13º Festival Internacional de Teatro Palco e Rua de Belo Horizonte (FIT-BH), realizado pela Fundação Municipal de Cultura. “Juntos, realizamos um trabalho que, tenho certeza, enche de orgulho toda a equipe envolvida. Encerrado o festival, tive a honra de ser convidado a realizar o projeto gráfico da revista impressa – [FITBHREVISTA5] –, como registro de todos os momentos do festival, incluindo o fotográfico, quando recebi, maravilhado, em primeira mão, as belíssimas imagens produzidas por Alexandre, Guto e Glenio”, conta.
À época, o Conjunto Moderno da Pampulha participava, justamente, da candidatura ao título de Patrimônio da Humanidade da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), como forma de destacar sua importância histórica e cultural. “Pesquiso a relação entre design e formas de valorização do patrimônio desde 2014, quando criei produtos inspirados nos profetas de Aleijadinho, localizados em Congonhas (MG)”, explica Cardoso.
Confirmada a declaração do título, surgiu a ideia de realizar um trabalho que contribuísse com a valorização e a divulgação do patrimônio moderno da Pampulha, por meio de um livro de imagens, retratadas por olhares diversificados, tanto de Denilson quanto dos fotógrafos com quem tinha trabalhado no FIT-BH – acostumados às mais variadas formas culturais, que revelariam a identidade do Conjunto e a genialidade de artistas importantes ao Brasil.
Formado pelos equipamentos culturais e pela região que circunda a lagoa, o Conjunto Moderno da Pampulha foi idealizado no final dos anos 1930, por Juscelino Kubistchek, como forma de inserir a nova capital, Belo Horizonte, no mapa de um Brasil moderno, impulsionado pela industrialização. “Levava-se em consideração o crescimento urbano de um país em desenvolvimento e a inserção de novas práticas culturais de lazer e sociabilidade – até então, inexistentes”, destaca Denilson Cardoso.
Integram o Conjunto o edifício e os jardins do antigo Cassino de Belo Horizonte (hoje, Museu de Arte da Pampulha), a Casa do Baile (atual Centro de Referência em Urbanismo, Arquitetura e Design), o Iate Tênis Clube, a Igreja São Francisco de Assis, o espelho d’água e a orla da Lagoa. A Pampulha é resultado da colaboração de vários gênios, a exemplo do arquiteto Oscar Niemeyer, do paisagista Roberto Burle Marx e do pintor Candido Portinari, cujas linguagens artísticas resultariam em obras repletas de particularidades, responsáveis por compor a expressividade de um todo harmônico e coerente.
De 14/12 a 31/1
Segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e 14h às 18h.
Férias entre 21/12 e 5/01
Núcleo de Estudos Fotografia, Arte e Cultura (rua Michel Jeha, 142 A – São Bento – Belo Horizonte)
Entrada gratuita
O livro “Pampulha Olhares Imagens Modernidade”
Edição do autor
96 páginas
77 fotos
Preço: R$ 25
Este projeto é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte
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