É tema da exposição que está em cartaz na Galeria do PIC Cidade até 30 de abril
FERNANDO PESSOA -130 anos do Poeta fingidor – é o tema da exposição que está em cartaz na Galeria de Arte do PIC Cidade até 30 de abril, pelas mãos da artista Lélia Parreira Duarte. Lélia foi professora de Literatura na UFMG e depois na PUC Minas, tendo naturalmente dedicado bastante tempo ao estudo da obra de Fernando Pessoa, o que acabou por provocar nela o desejo de pintar cenas sugeridas pelos textos pessoanos, as quais ilustraram um livro seu sobre o Poeta.
Essas pinturas já fizeram parte de várias publicações, tendo sido feitas também várias exposições desses trabalhos: três em Belo Horizonte, duas em Salvador (BA) e duas em Tiradentes, e agora no espaço do PIC Cidade, desde o dia 12 de março, com grande repercussão entre artistas e apreciadores da obra do grande modernista português.
Como se sabe, Fernando Pessoa teve perto de 100 pseudônimos, dos quais três tornaram-se heterônimos, com biografia e estilo próprios; sabe-se também que um seu poema famoso diz: “O poeta é um fingidor / Finge tão completamente / Que chega a fingir que é dor / A dor que deveras sente.”
Estudiosa da ironia na literatura, Lélia quis apontar a do Poeta na sua pintura, usando para isso diferentes estilos na sua produção, que busca representar a angústia existencial do heterônimo Álvaro de Campos e a do semi-heterônimo Bernardo Soares, mas também a suposta tranquilidade de Alberto Caeiro, o contido classicismo de Ricardo Reis e a nostalgia do Cancioneiro e da Mensagem.
Lélia procurou também jogar com o leitor/espectador, como o Poeta, especialmente na sua nova série “Eros e Psiquê”, que busca representar o surpreendente final do poema que tem esse nome.
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