O bordado em Belo Horizonte e sua relação com o posicionamento da mulher na sociedade. Essa é a abordagem da exposição “Bordado em Memórias”, que será aberta neste sábado, dia 10 de agosto, pelo Educativo do Memorial Vale dentro do edital Novos Pesquisadores, que visa trazer trabalhos acadêmicos e científicos para dentro do Memorial Minas Gerais Vale e torná-los acessíveis ao público leigo. A mostra, que ficará aberta até o dia 3 de novembro, é baseada na pesquisa de mestrado de Isabella Brandão, que estudou a evolução do bordado em Belo Horizonte em sua pesquisa para dissertação de mestrado feita na UFMG. A exposição será composta por bordados e fotografias. A entrada é gratuita, sujeita a lotação, e no horário de funcionamento do Memorial Vale. O Memorial Vale fica na Praça da Liberdade, 640, esquina com Gonçalves Dias.
Isabella Brandão, que é pedagoga com mestrado em História da Educação pela UFMG, vem pesquisando a história do bordado no Brasil, e em especial, em Minas Gerais. Entre suas observações, está a de que o bordado, que já foi uma “prenda” doméstica ofertada às mulheres nas décadas de 1940 e 1950, repassada de geração em geração dentro de uma família, ensinado até nas escolas públicas – somente para meninas -, de repente se viu relegado à ofício não grato pelas mulheres que queriam ser vistas como modernas. “Nas décadas de 40 e 50 o bordado era uma das tarefas associadas à imagem da boa esposa, entre outros aprendizados domésticos. Com os movimentos contestatórios do final dos anos 60, como o movimento feminista, com a maior escolarização e profissionalização das mulheres, a prática do bordado foi perdendo força entre elas, que nesse momento já buscavam outras coisas. Com isso, até os cursos de bordado que haviam na época foram sumindo”, observa Isabella.
Somente bastante recentemente, com a passagem do século XXI, de acordo com a pesquisadora, o bordado vem ganhando outros significados, outros usos, outros modos, e ganhando espaço novamente, entre mulheres, e até entre homens. “Acredito que as redes sociais contribuíram para isso. Para as mulheres é possível escolher bordar e continuar sendo ativa socialmente, elas não precisam mais ser “do lar” para serem também bordadeiras. Já tive até alunos homens, jovens meninos que foram acompanhar a mãe em um curso. Eles chegaram para mim e disseram que iam dar um tempo no videogame”, conta a pesquisadora.
Dia 10 de agosto (sábado).
Horário: Aberturaàs11 horas;
em seguida, no horário de funcionamento do Memorial Vale
Duração: Até 3 de novembro
Local: Memorial Vale, Praça da Liberdade, 640, esquina com Gonçalves Dias.
Entrada gratuita, sujeita à lotação.
MEMORIAL MINAS GERAIS VALE
Endereço: Praça da Liberdade, 640, esq. Gonçalves Dias
Horário de funcionamento: terças, quartas, sextas e sábados, das 10h às 17h30, com permanência até 18h. Quintas, das 10h às 21h30, com permanência até 22h. Domingos, das 10h às 15h30, com permanência até 16h.
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