Água Morta, um retrato dos atingidos por barragens de hidrelétricas

Evento “Água Morta – Rios, Pessoas e Impactos Socioambientais em uma Abordagem Interdisciplinar” traz para Belo Horizonte o debate sobre os impactos da construção de hidrelétricas no Brasil.  A proposta consta da exposição do trabalho fotográfico “Água Morta” e discussão com o público. A abertura da exposição e a mesa de discussão acontecerão no dia 12 de abril, a partir das 17h, no Conservatório da UFMG.

Fotografias que evidenciam as mudanças causadas pela construção de hidrelétricas ao seu entorno, pela perspectiva das populações ribeirinhas, estarão expostas do dia 12 ao dia 30 de abril, no Conservatório da UFMG, região central de Belo Horizonte. As fotografias são resultado de um projeto de autoria de Marilene Ribeiro, fotógrafa e pesquisadora mineira que trabalha com intervenções e colaborações com foco em assuntos contemporâneos e de construções de identidade.

Além de fotografias, o evento terá a exibição do curta metragem “Custos”, dirigido e escrito também por Marilene. O filme apresenta depoimentos dos moradores atingidos por barragens de hidrelétricas e reconstrói a narrativa das histórias por trás das fotografias. Para a mesa de discussão, pesquisadores e coletivos ambientais debaterão com o público os efeitos da construção de hidrelétricas no Brasil.

As fotografias expostas foram extraídas do livro “Água Morta”, objeto resultante de pesquisa realizada pela artista, após seu projeto de doutorado ter sido consagrado com bolsa integral para estudos na Inglaterra pelo CNPq (Brasil).

Transitando entre Brasil e Inglaterra, o trabalho recebeu diversos prêmios. Ganha destaque, o prêmio oferecido por uma das mais antigas sociedades fotográficas do mundo, a Royal Photographic Society (Reino Unido). Além disso, o projeto foi finalista do Marilyn Stafford FotoReportage Award 2017 e selecionado para o Circuito Penedo de Cinema 2018 em Alagoas, bem como para a Mostra de Cinema Feminista 2019 em Minas  Gerais. O trabalho de Marilene também foi contemplado pela revista britânica especializada em fotografia, Photoworks, e no website Fast Forward: Women in Photography, além de ter sido apresentado na Anistia Internacional, em Londres (Reino Unido) e no Festival de Fotografia de Tiradentes.

Durante o projeto, a fotógrafa e o fotografado se mesclam, a narrativa é construída em conjunto e as fotografias ganham dupla assinatura, a de Marilene e da pessoa fotografada. O projeto explora desde retratos até fotografias de paisagens, locais, acervos pessoais das famílias, desenhos e poesias. A pesquisa usa a fotografia e agrega a colaboração com as comunidades ribeirinhas para estudar e apresentar a natureza e a magnitude dos impactos negativos que as barragens hidrelétricas têm causado aos rios e às comunidades humanas a eles associadas.

Os sentimentos e depoimentos dos atingidos expõem a relevância de se debaterem os efeitos nocivos da hidreletricidade, muitas vezes apontada como uma energia limpa e sustentável.  De acordo com dados da Aneel, no Brasil, somando as Centrais de Geração Hidrelétrica, as Pequenas Hidrelétricas e as Usinas Hidrelétricas, são 1340 empreendimentos em funcionamento e cerca de 150 projetos esperando para serem concluídos.

As fotografias sensibilizam, geram questionamentos e trazem à tona a discussão dos impactos ambientais e sociais dos grandes empreendimentos e barragens no Brasil. Com “Água Morta”, a voz daqueles, silenciados por muito tempo, agora ganha vida.

CONTATO PARA ENTREVISTA: Flora Silberschneider – (31) 99902-9757 florasilber@gmail.com

O evento “Água Morta – Rios, Pessoas e Impactos Socioambientais em uma Abordagem Interdisciplinar” foi viabilizado por meio de recursos via edital do Programa de Apoio Integrado a Eventos (Paie) da UFMG. O trabalho “Água Morta” foi financiado pela CNPq e pela Royal Photographic Society, com apoio do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).

Classificação: livre

Entrada franca, mediante retirada de ingresso link Sympla https://www.sympla.com.br/agua-morta—rios-pessoas-e-impactos-socioambientais-em-uma-abordagem-interdisciplinar__486256

Horário: 17:00h – Abertura da exposição ÁGUA MORTA (sala 13, segundo andar)

18:00h – Exibição do curta-metragem Custos, 20 min. (Auditório, segundo andar)

19:00h – Abertura da mesa-redonda (Auditório, segundo andar)

22:00h – Encerramento da mesa-redonda

Local: Conservatório da UFMG. Av. Afonso Pena, 1534 – Centro, Belo Horizonte – MG, 30130-002 / Telefone(31) 3409-8300

LINKS  disponíveis:

– Acesso ao projeto “Água morta” que será o mote para as falas, trocas e discussões da mesa-redonda e público presente: www.marileneribeiro.com/deadwater

– Acesso para do Curta Metragem “Custos” (https://vimeo.com/267872971)

Sobre a artista:

Marilene Ribeiro – https://www.marileneribeiro.com/deadwater– http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K8164064D0

Fotógrafa e pesquisadora. Doutora em fotografia pela University for the Creative Arts / University of Brighton, Reino Unido.

Co-fundadora e membro do coletivo Agnitio – intervenção através da fotografia, projeto que, desde 2007, utiliza a fotografia como ferramenta para a cidadania em comunidades de Minas Gerais. Membro do Instituto Biotrópicos (Brasil), entidade focada na conservação da biodiversidade e na relação ser humano-natureza. Editora de fotografia e colaboradora do projeto coletivo Voices of Latin America (livro lançado em janeiro de 2019), organizado pelo Latin America Bureau (LAB, Inglaterra). Membro do Fast Forward: Women in Photography, coletivo internacional que visa afirmar a participação ativa de mulheres fotógrafas na história da fotografia e estimular e aprimorar o conhecimento entre fotógrafas de várias partes do mundo.

Formação acadêmica:

Escola de Belas Artes (EBA), Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil.  Central Saint Martins College of Art and Design (CSM), University of the Arts London, Reino Unido. Programa de Pós-graduação em Ecologia, Conservação e Manejo de Vida Silvestre, Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil (Mestrado). University for the Creative Arts (UCA), University of Brighton, Reino Unido (Doutorado).

Convidados para mesa-redonda:

Philip Fearnside Biólogo e pesquisador – http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4780291H9

Ciências Biológicas, Colorado College, EUA (Graduação). Zoologia, University of Michigan, EUA (Mestrado) . Ciências Biológicas, University of Michigan, EUA (Doutorado) Doutor em Ciências Biológicas pela University of Michigan (EUA).

Membro do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) e referência internacional em publicações sobre o tema “impactos ambientais de hidrelétricas na Amazônia” e “hidrelétricas e aquecimento global”. Pesquisador titular III do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). Estuda problemas ambientais na Amazônia brasileira desde 1974. Em 2004, foi vencedor do Prêmio da Fundação Conrado Wessel na área de Ciência Aplicada ao Meio Ambiente. Em 2006, recebeu do Ministério do Meio Ambiente o Prêmio Chico Mendes (1lugar) na área de Ciência e Tecnologia. No mesmo ano, foi identificado pelo Instituto de Informações Científicas (Thomson-ISI) como sendo o segundo mais citado cientista no mundo na área de aquecimento global (http://esi-topics.com/gwarm2006/interviews/PhilipFearnside.html).

Projeto Manuelzão representado por Marcus Polignano-  http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?metodo=apresentar&id=K4708950E6

Coordenador do Projeto Manuelzão (Universidade Federal de Minas Gerais).

Marcus Polignano é também professor associado do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil. Tem experiência na área de Medicina Preventiva e Social, com ênfase em saúde coletiva, atuando principalmente nas áreas de extensão e pesquisa relacionadas a saúde e ambiente.

Mediadores da mesa:

Dr. Carlos Falci / EBA-UFMG, coordenador do evento e cuja pesquisa concentra-se no tema Água e Memória; Dr. Eduardo Jesus / FAFICH-UFMG; Dr. José Eugênio Cortes Figueira / ICB-UFMG.