Artista que cresceu e se formou na cidade apresenta canções do disco “Entre O Sol e O Sonhar”, que traz inspirações e conexões nascidas em Minas Gerais
Na quinta-feira, 13 de novembro, o multi instrumentista, compositor, cantor e arranjador Jorge Continentino volta a Belo Horizonte para show no Clube de Jazz do Café com Letras. O artista, que cresceu entre BH e Rio, apresenta seu mais recente disco “Entre O Sol e O Sonhar”, além de canções inéditas e de trabalhos anteriores. O show antecipa o lançamento oficial do disco na capital mineira — uma prévia do que vem por aí.
“Entre O Sol e O Sonhar” carrega a atmosfera de Minas: nasceu de um amor que surgiu em BH e traz parcerias com grandes músicos mineiros, como Márcio Borges e Murilo Antunes, que assinam algumas composições ao lado de Jorge. O trabalho é o primeiro da carreira solo em que o artista se aventura pela voz, revelando um timbre sensível e acalentador. No show, algumas faixas serão cantadas, enquanto outras ganham versões instrumentais.
Jorge, no saxofone, flauta e voz, divide o palco com Felipe Continentino, na bateria; Bruno Velozo, no baixo, e Felipe Vilas Boas, na guitarra. O público pode esperar surpresas: “Sempre tem a possibilidade de alguma coisa mudar, seguindo o espírito improvisador do jazz. Ainda estou pensando em inserir um arranjo de algum clássico da música brasileira. Tem também a possibilidade de ter alguma participação especial”, comenta Continentino.
ENTRE O SOL E O SONHAR
Lançado em abril deste ano, “Entre O Sol e O Sonhar” começou a ser gravado em Nova York, passou pelo Rio de Janeiro, Belo Horizonte, e foi finalizado em Niterói. Foi em terras mineiras, porém, que o trabalho começou a ser gestado. Na capital, Jorge conheceu sua atual esposa, Luana Moraes, que inspirou a maioria das músicas e assina com ele a faixa de abertura “O Teu Sorrir”.
Além de Márcio Borges e Murilo Antunes dividindo algumas composições, a música de Minas Gerais aparece em participações de Beto Lopes, André Queiroz, Enéias Xavier, Felipe Continentino, Frederico Heliodoro e Felipe Vilas Boas.
Mas para além das montanhas, “Entre O Sol e O Sonhar” também reflete as conexões de Jorge com o Rio de Janeiro e Nova York — cidade onde viveu de 2004 a 2019 e trabalhou com diversos artistas, entre eles Norah Jones, Bebel Gilberto, David Byrne e Red Hot Chili Peppers. O resultado é um disco bilíngue, com participações também de Marcos Valle (“O Teu Sorrir”) e das cantoras norte-americanas Alexia Bomtempo (“A Kiss Beneath”) e Eleanor Dubinsky (“Um Amor Desperto”).
ENTRE MINAS E RIO
“Carrego os ares das montanhas de Minas em tudo que faço”, comenta Jorge Continentino sobre suas raízes musicais. O artista nasceu no Rio de Janeiro, mas cresceu entre o Rio e a capital mineira, numa família musical em que jazz e bossa-nova, rock e música brasileira faziam parte do dia a dia.
Seu pai, Mauro Continentino, e sua segunda mãe, Marisa Gandelman, criaram um dos bares mais icônicos da cena do jazz em BH, o Pianíssimo Studio Bar, que permaneceu em atividade de 1980 a 1989. Jorge, junto com seus dois irmãos, Kiko e Alberto Continentino, cresceram tocando no local — o primeiro palco e a escola dos três.
“Por lá passaram muitos músicos, minha convivência com cada um deles habita em mim até hoje, foram lições incríveis de música e de vida. Tocar em BH é sempre uma alegria, em primeiro lugar pelo público mineiro, e também por me sentir em casa, poder contar com músicos incríveis, muitos ainda amigos queridos de longa data”, continua o artista.
Após uma temporada em São Paulo, Jorge se mudou para Belo Horizonte em 1992, e tocou pela cidade com seus trios e quartetos, sendo parte importante da cena instrumental da época ao lado de músicos como Beto Lopes, André Queiroz, Wilson Lopes, Chico Amaral, Esdras “Neném” Ferreira e Ezequiel Lima.
No final do mesmo ano, voltou para o Rio de Janeiro e se juntou à banda da cantora Sandra de Sá. Nos anos seguintes, trabalhou intensamente com artistas como Marisa Monte, Milton Nascimento, Cláudio Zóli, Skank, Zeca Baleiro, Ramiro Musotto, Lucas Santanna, Durval Ferreira, Ion Muniz, Arthur Maia, Renato Rocketh, entre muitos outros.
DO RIO A NOVA YORK
Em 2004, Jorge se mudou para Nova York e passou a integrar o grupo Forro in the Dark, que mistura as raízes do forró — xote, baião e arrasta-pé — com influências de jazz, rock, reggae e dub. O grupo lançou, em 2006, o álbum “Bonfires of São João”, com participações de David Byrne, Bebel Gilberto e Miho Hatori, conquistando destaque internacional e se apresentando em festivais como Monterey Jazz Festival, Montréal Jazz, WOMAD, Bonnaroo e Winnipeg Folk. Suas músicas também figuraram em filmes e séries como “Surf’s Up (Tá Dando Onda)”, “In Plain Sight” e “O Homem que Engarrafava Nuvens”.
DE VOLTA AO BRASIL
Desde que se mudou de volta para o Brasil, em 2019, Jorge vem desenvolvendo seus trabalhos solos, como seu grupo de jazz e seu projeto “Pifanology”. Além disso, têm atuado como arranjador, produtor e instrumentista, ao lado de grandes nomes da música do Brasil e do mundo.
Recentemente, colaborou com artistas como Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gilberto Gil, Adriana Calcanhotto, Toninho Horta, Iza, Tiago Iorc, Bala Desejo, Roberta Sá, Nelson Ângelo, Milton Nascimento, Robertinho Brant, Carlinhos Brown, Elza Soares, Planet Hemp, Rogê, Túlio Araújo, entre outros, que enriquecem sua vivência e repertório musical.
Jorge Continentino no Clube de Jazz do Café com Letras
Quinta-feira, 13 de novembro de 2025
Abertura da casa: 19h
Início do show: 20h30
Endereço: Rua Antônio de Albuquerque, 47 – Savassi
Belo Horizonte
Ingressos: Sympla
A partir de R$20




Adicionar Comentários