Mostra Benjamin de Oliveira chega à 8ª edição – 17, 23 e 27/07

Neste ano, projeto integra o Festival de Inverno de Ouro Preto e acontece nos dias 17, 23 e 27 de julho de 2025, com três espetáculos que evidenciam o protagonismo negro em montagens das Cias Rabisco Brincante e Assunto Suspenso, Ajayó Teatro em Pé e Cia Bando

Reafirmando o compromisso com a valorização da cultura afro-brasileira e com o protagonismo dos corpos negros em cena, a Mostra Benjamin de Oliveira chega à 8ª edição reunindo espetáculos e ações formativas em Ouro Preto, na região Central de Minas, e em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A programação começa na cidade histórica de Ouro Preto, com peças apresentadas entre os dias 17, 23 e 27 de julho, na tradicional Casa da Ópera. A entrada para todos os espetáculos é gratuita e por ordem de chegada.

Criada em 2013 pelo mestre Maurício Tizumba, a Mostra Benjamin de Oliveira homenageia o palhaço, ator, cantor, instrumentista e compositor Benjamin de Oliveira (1870-1954), o primeiro palhaço negro do Brasil, e um dos principais responsáveis por difundir com maestria as artes circenses e cênicas no país. O projeto é uma realização da Cia Burlantins, com produção da Napele Produções Artísticas, e patrocínio do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura e da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB-MG).

Para a curadora da Mostra, Júlia Tizumba, atriz, cantora, escritora e percussionista mineira, filha de Maurício Tizumba, a edição deste ano é especial por marcar a primeira vez que o projeto acontece fora de Belo Horizonte. Desta vez, ao chegar em Ouro Preto e Nova Lima, a Mostra ressalta a força da cultura negra especialmente a partir das figuras heróicas e inspirada nas cosmologias das religiões e saberes de matrizes africanas.

“É muito importante poder expandir a mostra para outros municípios. É muito especial poder falar dos nossos heróis, falar de Galanga Chico Rei em Ouro Preto, com uma companhia da própria cidade. É muito legal poder valorizar os artistas de cada localidade. E trazer também a Cia. Bando, que é uma parceira antiga da Cia Burlantins, apresentando um novo espetáculo. Estamos muito felizes, temos certeza que essa experiência será muito potente”, ressalta a curadora Júlia Tizumba.

A estreia acontece com a peça “Chico Rei: Galanga do Congo”, que utiliza linguagem de teatro de sombras e de bonecos para contar a história de Chico Rei, personagem lendário da tradição oral de Minas Gerais, apontado como rei do Congo que, após ser escravizado para trabalhar nas minas da antiga Vila Rica durante o ciclo do ouro, promoveu uma revolução ao alforriar diversos irmãos e lutar pelo fim da escravidão.

A montagem é uma criação conjunta das Cias Rabisco Brincante e Assunto Suspenso, ambos os grupos fundados por Erik Martincues e Ana Cláudia Miguel, com sede em Ouro Preto. Enquanto a Rabisco Brincante atua com foco no público infantojuvenil, unindo teatro, contação de histórias, brincadeiras e oficinas criativas, a Assunto Suspenso desenvolve uma pesquisa autoral em teatro e dramaturgia narrativa.

As outras duas produções ressaltam as cosmovisões e saberes distintos da cultura afro-brasileira. A peça “Aláfia: A Criação da Humanidade” conta a história do mundo a partir da perspectiva iorubá, na qual Olorum encarrega seu filho Oxalá de criar a Terra, mas Odudua, seu irmão, acaba tomando a frente e liderando a criação de todas as coisas, restando a Oxalá outro presente: a criação da humanidade. A montagem da Cia Ajayó Teatro em Pé, fundada no distrito Cachoeira do Campo, em Ouro Preto, mistura os saberes afro-brasileiros e a poesia cotidiana das ruas. A direção é de Dhu Rocha, com dramaturgia de Gio de Oliveira e atuação de Dani dos Anjos, Dhu Rocha, Gio de Oliveira e Josi Oliveira.

Fechando a programação deste ano, a Cia Bando, de Belo Horizonte, formada pelos atores e contadores de histórias Andréa Rodrigues, Anderson Ferreira, Fabiana Brasil e Rainy Campos, apresenta o espetáculo “Árvore do Pai Boi”, contemplado no edital Novas Dramaturgias, da Prefeitura de Belo Horizonte.

Com linguagem dedicada às infâncias, a peça recorre à oralidade, à mitologia e às discussões sobre sustentabilidade e ecologia para narrar a história de três brincantes que decidem realizar a festa mais importante do lugarejo onde moram: a celebração da árvore do Pai Boi, o guardião da comunidade. Durante os preparativos, porém, eles precisam descobrir o que fez Pai Boi desaparecer da cidade sem explicações.

Sobre o Instituto Cultural Vale

O Instituto Cultural Vale acredita que a cultura transforma vidas. É o maior apoiador privado da Cultura no Brasil, patrocinando e fomentando projetos em parcerias que promovem conexões entre pessoas, iniciativas e territórios. Seu compromisso é contribuir com uma cultura cada vez mais acessível e plural, ao mesmo tempo em que atua para o fortalecimento da economia criativa.

Desde a sua criação, em 2020, o Instituto Cultural Vale já esteve ao lado de mais de 1.000 projetos em 24 estados e no Distrito Federal, contemplando as cinco regiões do país com investimento de mais de R$ 1,2 bilhão em recursos próprios da Vale e via Lei Federal de Incentivo à Cultura, a Lei Rouanet. Dentre eles, uma rede de espaços culturais próprios, com visitação gratuita, identidade e vocação únicas: Memorial Minas Gerais Vale (MG), Museu Vale (ES), Centro Cultural Vale Maranhão (MA) e Casa da Cultura de Canaã dos Carajás (PA), que recebem mais de 400.000 visitantes por ano. Além disso, mais de 1.000 alunos são atendidos pelo Programa Vale Música. Onde tem Cultura, a Vale está. Visite o site do Instituto Cultural Vale: institutoculturalvale.org.

8ª Mostra Benjamin de Oliveira

Programação Festival de Inverno de Ouro Preto

17/7 (quinta-feira), às 20h

“Chico Rei: Galanga do Congo”, das Cias Rabisco Brincante e Assunto Suspenso

23/7 (quarta-feira), às 20h

“Aláfia: A Criação da Humanidade”, da Cia Ajayó Teatro em Pé

27/7 (domingo), às 18h

“Árvore do Pai Boi”, da Cia Bando