Programação terá shows de Di Souza, Celso Moretti e Régis Mineiro, no Centro Cultural Vila Fátima. A entrada é gratuita.
O próximo “Giro: Sons que Conectam” já tem data marcada: será no dia 29 de junho, domingo, às 16h, no Centro Cultural Vila Fátima. Esta edição tem como atrações o percussionista Di Souza, um dos principais atores do Carnaval de Belo Horizonte; o cantor Celso Moretti, pioneiro do reggae em Minas Gerais, acompanhado da banda Barraco de Aluguel; e o músico Régis Mineiro, interpretando canções da música popular brasileira. A entrada é gratuita, sem a necessidade da retirada de ingressos. Este projeto é patrocinado pela Cemig, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais, e realizado pelo Instituto Odeon.
O projeto “Giro: Sons que Conectam” é resultado de uma mentoria sobre produção cultural com participantes de todas as regionais de Belo Horizonte e de cidades metropolitanas. Desde o início do projeto, os alunos selecionados participam de módulos de ensino, com encontros online e presenciais, que envolvem a curadoria para um evento, o planejamento e produção, a gestão e prestação de contas e a formação prática. Os módulos são ministrados pelo artista Matéria Prima, curador do projeto, pelos produtores do projeto Karu Torres e Tiago Sgarbi, e por Alexa Oliveira, gestora do Instituto Odeon. Já no módulo prático, cada jovem acompanha a montagem e execução do projeto em sua região.
O resultado da mentoria é apresentado ao público sempre no último domingo do mês, com a realização de três shows gratuitos, produzidos – de ponta a ponta – pelos alunos do projeto. “O Instituto Odeon tem como ideal trabalhar para a disseminação da cultura, independente do modelo ou estilo. Dessa forma, o “Giro: Sons que Conectam” nos dá muita satisfação, já que conseguimos ver na prática os resultados dos encontros e das trocas de saberes entre professores e alunos. Além disso, a diversidade na escolha das atrações mostra o olhar dos jovens para a pluralidade cultural. A expectativa é que, mesmo após a formação, eles continuem colocando em prática os ensinamentos e experimentando projetos”, afirma Carlos Gradim, diretor presidente do Instituto Odeon.
Di Souza – O multiartista acaba de lançar o seu terceiro álbum autoral, “Boletim Vermelho”, com participações de nomes como Nego Bispo, Samuel Rosa e Renegado. O disco reflete a história do próprio artista e propõe uma crítica ao sistema educacional formal e à exclusão dos saberes periféricos. Entre as canções, destacam-se “Atualiza o Dicionário”, que desafia normas linguísticas, e “Paranauê da Vida”, um tributo a quem construiu saberes fora da escola. O trabalho também debruça sobre a marchinhas como “Seu Cachorro Tá Na Rua”, vencedora do Concurso de Marchinhas Mestre Jonas deste ano, e “Coração Bobo Saltita”.
Multiartista, Di Souza transita por muitos caminhos: arranjador, multi-instrumentista, diretor musical, maestro, carnavalesco, professor de percussão, empreendedor e educador social. O seu projeto musical passeia por diferentes gêneros, com referências em cantores como Tom Zé, Bezerra da Silva e Raul Seixas. Essa mistura é materializada em seus shows, que são um ponto de fusão das diversas influências que o artista carrega. No palco, Di Souza apresenta a espontaneidade de um artista livre e corajoso, e prova que não mede esforços para subverter a ordem e celebrar o lúdico.
Di Souza é também um nome forte no Carnaval de Belo Horizonte, com participação na construção de alguns dos principais blocos da cidade. É maestro do Então Brilha e idealizador do projeto “Percussão Circular”, que hoje conta com sede própria e mais de 300 participantes, que realizam diversos eventos, além de shows e oficinas de musicalização e percussão.
Celso Moretti traz – Moretti apresenta um repertório baseado em seu trabalho autoral, que debruça no universo do reggae, preenchido com releituras de músicas de outros artistas, sempre jogando luz sobre as desigualdades sociais. No palco, Moretti está acompanhado da banda Barraco de Aluguel, que o acompanha desde 1998, formada por Thiago Barrêz (guitarra), Rodrigo Lourenço (baixo), Walner Lucas Casitta (teclados), Luiz Paulo (bateria), Tiago Ramos (sax), Juventino Dias (Trompete) e o Dj Cubanito.
Com uma maneira singular de interpretação, Celso Moretti deixa o público extasiado com as evocações energéticas e performáticas e com o seu linguajar peculiar, o “morettês”. Um show verdadeiro e honesto, pautado nos princípios e naquilo em que acredita, conforme ele define. “Para mim, o palco consegue ser o divã do psicanalista, que obriga a autodeclaração. É onde eu me desnudo de todos os meus preconceitos e posso ser EU, em retrato de corpo inteiro multicolorido”, diz o artista.
Músico autodidata, Celso Moretti iniciou sua carreira no reggae em 1984 como compositor e vocalista da banda NÊGO GATO, considerada a primeira banda de reggae de Minas Gerais. Entre os anos 1991 e 1997, estudou e pesquisou intensamente a música reggae e o resultado foi a criação de mais uma derivação do estilo musical Jamaicano, denominado por ele como “Reggae Favela”, que deu título ao seu primeiro CD, gravado de forma independente. Seu trabalho tem influências em artistas como Luis Melodia, Marku Ribas, Itamar Assumpção e Bob Marley, sobretudo com músicas que jogam luz nas desigualdades sociais da favela e em cenas do cotidiano.
Régis Mineiro – O show é um convite para celebrar a riqueza da MPB e suas infinitas possibilidades. O artista apresenta um repertório cuidadosamente selecionado, que costura uma narrativa sonora que transita entre a poesia, o lirismo e a vibração dos ritmos nacionais. Uma atmosfera intimista e ao mesmo tempo cheia de energia, onde cada canção é revisitada com autenticidade, revelando nuances inéditas que só Régis Mineiro consegue imprimir. O público poderá se emocionar com as melodias envolventes de Vander Lee, sentir a força poética de Chico César, se deixar levar pela irreverência e sofisticação de Zeca Baleiro, além de mergulhar na modernidade tropical e contagiante de Os Gilsons.
Sobre o Instituto Odeon
O Instituto Odeon é uma Organização Social que atua na gestão artística e cultural em diversas cidades do Brasil há mais de 25 anos, criando, desenvolvendo, implementando e administrando projetos que promovem cultura, cidadania e desenvolvimento socioeducacional. Uma instituição que acredita na arte como patrimônio vivo e acessível, na preservação da memória para estabelecer vínculos e pensamento crítico, além do impacto da cultura na economia. O Instituto Odeon trabalha com criatividade, coragem e excelência para influenciar positivamente as cidades e suas populações. Em março de 2013, foi responsável pela inauguração do Museu de Arte do Rio. Atualmente, é gestor do Museu da Diversidade Sexual de São Paulo, do Circuito Municipal de Cultura de Belo Horizonte e da itinerância da exposição Imagens que não se Conformam, e correalizador do projeto artístico do Museu de Arte do Rio.
Sobre Matéria Prima
Matéria Prima é um artista natural de Belo Horizonte, presente na cena hip hop desde o começo dos anos 2000 e integrante de vários projetos dentro e fora de Minas Gerais, dentre eles Quinto Andar, Subsolo e Zimun, projeto que continua atuante na cena local, tendo predominantemente o jazz e o rap como carros chefe. Fez do rap sua base para construir sua identidade musical e a partir daí, navega por vários gêneros. Seu último trabalho, lançado no final de 2020, o álbum VISÃO, foi produzido por Nill o Adotado e agora vem trabalhando em eps colaborativos com vários produtores, como o EP DE MANHÃ (2023), em parceria com IMANE RANE e NO INTERVALO DO FIM (2023), em parceria com GORIBEATZZ, RASANTE, em parceria com DJ CIZCO, além de se aventurar no universo da fotografia.
“Giro: Sons que Conectam” – edição de junho
Dia de 29 de maio de 2025, domingo, às 16h
Centro Cultural Vila Fátima (R. São Miguel Arcanjo, 215 – Vila Nossa Senhora de Fátima)
Entrada gratuita
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