MIS Cine Santa Tereza recebe mostra que discute temáticas socioambientais
A Fundação Municipal de Cultura recebe, até 31 de outubro, no MIS Cine Santa Tereza, a itinerância da 8ª Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental, o mais importante evento audiovisual sul-americano dedicado à temática socioambiental.
A seleção de filmes conta com 47 títulos de 21 países, trazendo reflexões diversas e urgentes. Toda a programação é gratuita e os ingressos são distribuídos com antecedência de 30 minutos. Datas das sessões e horários podem ser conferidos no site www.bhfazcultura.pbh.gov.br.
Itinerância Belo Horizonte – MIS Cine Santa Tereza
DIA 23/10: QUARTA-FEIRA, ÀS 17H30
Pra Cima, pra Baixo e pros Lados: Cantos de Trabalho (Anushka Meenakshi, Iswar Srikumar | Índia | 2017 | 85’)
Perto da fronteira entre Índia e Mianmar encontra-se a aldeia de Phek, em Nagaland. Cerca de 5000 pessoas vivem ali e quase todas cultivam arroz para o consumo próprio. Enquanto trabalham em grupos cooperativos – preparando a terra, plantando mudas ou colhendo os grãos e carregando-os por encostas íngremes –, os cultivadores de arroz de Phek cantam. As estações mudam, assim como a música, transformando o mundano em hipnótico. O amor sobre o qual eles cantam é também uma metáfora da necessidade do outro – o amigo, a família, a comunidade – para construir uma polifonia de vozes.
DIA 23/10: QUARTA-FEIRA, ÀS 19H30
Golpe Coorporativo (Fred Peabody| Canadá/EUA | 2018 | 90’)
“Donald Trump não é a doença, é o sintoma.” Este filme narra a história por trás do “golpe corporativo” que se deu muito antes das últimas eleições. Tal golpe seria a origem de muitos dos problemas na democracia atual, controlada por lobistas e pelo corporativismo. Acompanhamos as consequências desastrosas para os mais vulneráveis da sociedade, incluindo residentes das chamadas “zonas de sacrifício”, como o Cinturão da Ferrugem nos EUA, onde a indústria do aço já foi muito próspera, mas que hoje sofre com o fechamento de fábricas e a terceirização. O filme capta ainda histórias devastadoras dos moradores de Camden, na Nova Jersey, que vêm sofrendo os efeitos de ideologias e políticas neoliberais, globalistas e corporativistas.
DIA 24/10: QUINTA-FEIRA, ÀS 17H30
Stratum (Jacob Cartwright & Nick Jordan | Inglaterra | 2018 | 12’)
Stratum revela a genealogia industrial, social e ecológica de uma região pan-europeia, capturando a transformação econômica, estrutural e física de locais pós-industriais, onde determinadas espécies de flora e fauna colonizaram a paisagem abandonada.
Sinfonia Industrial (Jasmina Wojcik | Polônia | 1018 | 61’)
Ursus era uma das maiores fábricas de máquinas agrícolas da Europa. Durante quase todo o século XX, foi a glória da indústria polonesa. O colapso do comunismo foi o começo do fim da fábrica, e hoje seus corredores vazios caem em ruínas. Neste documentário experimental, seus ex-trabalhadores reencenam um dia de trabalho com sons e memória corporal. É uma homenagem à cultura dos operários industriais, uma voz que luta pela dignidade do povo trabalhador e por uma história política que leve em conta suas vidas.
DIA 24/10: QUINTA-FEIRA, ÀS 19H30
Dedo na Ferida (Silvio Tendler | Brasil |2017 | 90’)
O filme trata do fim do estado de bem-estar social e da interrupção dos sonhos de uma vida melhor para todos em um cenário onde a lógica homicida do capital financeiro inviabiliza qualquer alternativa de justiça social. Milhões de pessoas peregrinam em busca de melhores condições de vida enquanto a perversão do capital só aspira à concentração da riqueza em poucas mãos. Neste cenário de tensões sociais, artistas e intelectuais lutam para transformar o mundo, levantando temas como os fins dos direitos sociais, o desemprego, o mercado e o consumo. A arte se converte em ferramenta de mudança social provocando discussões que não interessam ao 1% mais rico.
DIA 25/10: SEXTA-FEIRA, ÀS 17H30
Palenque (Sebastián Pinzón Silva | Colômbia | 2017 |25’ )
Guiada por temas que tocam vida e morte e um ritmo musical afro-latino constante, uma ode a uma pequena cidade que contribuiu imensamente para a cultura e a memória coletiva da Colômbia: San Basilio del Palenque, o primeiro povoado das Américas a se libertar do domínio europeu.
Filhos de Macunaíma (Miguel Antunes Ramos | Brasil | 2019 | 90’)
Três famílias indígenas vivem na cidade de Boa Vista, no norte do Brasil. Enquanto Maria se despede da mãe, que não fala português e adoece na aldeia, seu filho Daniel, evangélico, procura na dança uma forma de viver. Teuza procura na Guiana uma vida mais intensa e vive se deslocando, entre festas, problemas familiares e buscas por trabalho. Arlen, indígena policial e morador de um conjunto habitacional na periferia, tenta voltar para a aldeia onde sua família mora, enquanto lida com a violência e outros problemas na cidade. Histórias de deslocamento e identidade de personagens em busca de si mesmos.
DIA 26/10: SÁBADO, ÀS 17H
Entremarés (Anna Andrade | Brasil | 2018 |20’)
No chão de lama, mulheres compartilham os seus vínculos e vivências com a maré, a pesca e a Ilha de Deus.
Parque Oeste (Fabiana Assis |Brasil | 2018 | 70’)
Depois de ser vítima de uma violenta desocupação ocorrida no bairro Parque Oeste, em Goiânia, uma mulher reconstrói sua vida tendo como norte a luta por moradia.
DIA 26/10: SÁBADO, ÀS 19H
O Amigo do Rei (André D’Elia | Brasil | 2019 |142’)
Híbrido de documentário e ficção, o filme tem como tema a maior tragédia ambiental da História do Brasil: o rompimento da barragem da Samarco em Mariana-MG e suas consequências. Acompanhando de modo ficcional o cotidiano do deputado federal Rey Naldo, nos bastidores do Congresso Nacional, o filme mostra as relações íntimas existentes entre política e mineração; ao mesmo tempo documentário investigativo e ficção alegórica, ele revela um sujeito político empresarial diluído na sociedade brasileira desde o período colonial.
DIA 27/10: DOMINGO, ÀS 17H
Carga Alheia (Auguste Denis, Emmanuelle Duplan, Valentin Machu, Melanie Riesen | França | 2017 |6’)
Todos os dias Ned trabalha, come e dorme em seu navio cargueiro. Um dia, seu estoque de comida acaba e ele é forçado a sair de sua rotina de conforto.
A Verdade sobre Robôs Assassinos (Maxim Pozdorovkin | EUA |2018 |82’)
Um filme revelador que toma incidentes em que robôs causaram a morte de humanos – desde uma fábrica da Volkswagen na Alemanha até um dróide policial em Dallas –, como uma janela para a automação global e suas consequências. Quando um robô mata um humano, de quem é a culpa? Quando se apropria de uma série de empregos, qual é o futuro do trabalho? Mas a maior ameaça que os robôs representam para a humanidade vai além da substituição do trabalho e até mesmo desses casos fatais. À medida que nos ajustamos ao ritmo das máquinas, nossas capacidades se atrofiam, a conexão humana se enfraquece e se torna cada vez mais remota.
DIA 27/10: DOMINGO, ÀS 19H
Um Filósofo na Arena (Aarón Fernández & Jesús Muñoz |México/Espanha | 2018 | 100’)
Após sua aposentadoria, o filósofo francês Francis Wolff, grande fã de touradas, decide fazer uma viagem pela França, México e Espanha, acompanhado por dois cineastas mexicanos que nada sabem sobre esse mundo, hoje com os dias contados. Ao longo da jornada, eles encontram vários personagens, com os quais refletem sobre a relação dos seres humanos com os animais e a natureza, e, acima de tudo, sobre a nossa relação com a morte e o significado da jornada que chamamos vida.
DIA 29/10: TERÇA-FEIRA, ÀS 17H30
A Cidade do Futuro (Chad Freidrichs |EUA | 2017 | 96)
Nos anos 60, enquanto as cidades colapsavam e os subúrbios se espalhavam, Athelstan Spilhaus teve uma visão: uma cidade futurista projetada a partir do zero na floresta isolada, para resolver a dupla crise urbana e ambiental. A cidade experimental usaria as mais recentes tecnologias em comunicação, transporte, energia, controle de poluição e, inclusive, um domo, na tentativa de criar um caminho mais habitável e favorável ao meio ambiente para o século XXI. A proposta de Spilhaus rapidamente ganhou o apoio de poderosos, mas antes que a cidade ideal começasse a tomar forma, as figuras mais inesperadas se levantaram em protesto: camponeses e ambientalistas!
DIA 30/10: QUARTA-FEIRA, ÀS 17H30
Mesmo com Tanta Agonia (Alice Andrade Drummond | Brasil | 2018 |20’)
É aniversário da filha de Maria. No trajeto do trabalho para a festa, ela fica presa no metrô, que para de correr por alguns minutos.
Está Tudo Bem (Tuki Jencquel | Venezuela/Alemanha | 2018 | 70’)
A dona de uma farmácia, um jovem cirurgião, um ativista social e dois pacientes com câncer enfrentam a falta de medicamentos que está no centro da crise do sistema de saúde da Venezuela. Sua rotina inclui percorrer diariamente várias farmácias em busca de remédios, que demoram a chegar e nunca vêm em quantidade suficiente, e vasculhar a internet em busca das caixas que sobraram dos pacientes mortos.
DIA 30/10: QUARTA-FEIRA, ÀS 19H30
Vulcão de Lama: A Luta Contra a Injustiça (Cynthia Wade & Sasha Friedlander | EUA |2018| 80’)
Um tsunami de lama em ebulição soterra 16 vilarejos de uma área industrial e residencial de Java Oriental, na Indonésia, desalojando mais de 60 mil pessoas. Dezenas de fábricas, escolas e mesquitas ficam submersas sob uma paisagem de lama rachada. Cientistas afirmam que a tragédia se deveu às atividades de fracking (extração de gás de xisto), que acidentalmente atingiram um vulcão de lama subterrâneo. Dian, na época ainda criança, é hoje uma jovem ativista que mobiliza seus vizinhos na luta por justiça, questionando o papel do poder e dinheiro de grandes corporações.
DIA 31/10: QUINTA-FEIRA, ÀS 17H30
À Cura do Rio (Mariana Fagundes |Brasil | 2018 | 19’)
Um velho conhecido da etnia Krenak, o Watú – o famoso Rio Doce – está doente. Através de um ritual xamânico, corpo e natureza se unem para um diálogo profético que enxerga a catástrofe, mas também a salvação do rio. O filme mostra o impacto da tragédia de Mariana em um grupo indígena Krenak.
Empate (Sérgio de Carvalho | Brasil | 2018 | 90’)O que é um empate? “É uma forma de luta que nós encontramos para impedir o desmatamento. A gente se coloca diante dos peões e jagunços, com nossas famílias, mulheres, crianças e velhos, e pedimos para eles não desmatarem e se retirarem do local. Eles, como trabalhadores, a gente explica, estão também com o futuro ameaçado. E esse discurso, emocionado, sempre gera resultados. Até porque quem desmata é o peão simples, indefeso e inconsciente.” (Chico Mendes. Jornal do Brasil, 13 dias antes de seu assassinato).
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