Composta por filmes de diversas partes do Brasil e de países como Chile, China, Estados Unidos, França e Uruguai, a 5ª edição da mostra acontece de 16 a 20 de julho e nos dias 02 e 16 de agosto, no CST. As temáticas abordam assuntos como meio ambiente, diversidade familiar, inclusão, ancestralidade, preconceito, sonhos e descobertas. A programação conta, ainda, com a oficina “Meu primeiro curta”, para crianças e jovens
A 5ª edição do Festival de Cinema Infantil de Belo Horizonte – Cinema de Brinquedo acontece, este ano, nos meses de julho e agosto, no Cine Santa Tereza, em Belo Horizonte. A abertura da mostra será na próxima quarta-feira, 16 de julho, com a exibição de duas sessões compostas por 10 animações. Em julho, o festival segue em cartaz até o dia 20/07, com sessões às 16h20 e às 17h30, privilegiando o período de férias escolares. Em agosto, aos sábados, nos dias 02 e 16/08, às 16h30, serão realizadas outras duas sessões do 5º Festival de Cinema Infantil de BH, no Cine Santa Tereza, cada uma composta por um filme mineiro. A programação conta, ainda, com a oficina “Meu primeiro curta animado”, para crianças e jovens, nos dias 16, 17 e 18 de julho, no CST, e dias 19 e 20 de julho, no Espaço Comum Luiz Estrela.
Os ingressos, gratuitos, ficam disponíveis na semana do evento para retirada on-line no site https://cinemadebrinquedo.com.br/ e também podem ser obtidos na bilheteria do cinema 30 minutos antes da sessão. Todos os filmes têm classificação indicativa livre. Haverá sessões de acessibilidade em Libras e audiodescrição no dia 17 de julho. Mais informações no Instagram @cinemadebrinquedo. O 5º Festival de Cinema Infantil de Belo Horizonte – Cinema de Brinquedo é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte, com patrocínio da MGS.
Com curadoria de Daniela Pimentel, Iakima Delamare e Diego Souza, a 5ª edição do Festival de Cinema Infantil – Mostra Cinema de Brinquedo é composta por 33 curtas e dois longas-metragens de estados como Brasília, Curitiba, Espírito Santo, Mato Grosso, Minas Gerais, Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro, e de países como Bélgica, Chile, China, Estados Unidos, França e Uruguai. Os filmes abordam temas como amizade, coragem, meio ambiente, diversidade familiar, inclusão, ancestralidade, preconceito, sonhos e descobertas, sempre com um olhar respeitoso e curioso sobre as múltiplas infâncias. A linguagem cinematográfica passeia entre a animação, o live action e o experimental, dialogando com as diferentes formas de expressão das crianças e dos jovens realizadores.
Segundo Iakima Delamare, “a curadoria desta edição celebra a riqueza e a pluralidade das infâncias, apresentando uma seleção vibrante de filmes que atravessam gêneros, estilos e territórios nacionais e internacionais. De animações produzidas por crianças e adolescentes em projetos comunitários a ficções sensíveis sobre memórias, ancestralidades e desafios contemporâneos, a programação mostra que o cinema infantil é um espaço plural, potente e cheio de possibilidades”, conta.
Para Diego Silva, em suas narrativas e estéticas, os curtas-metragens convidam o público a viajar por territórios variados – do sertão mineiro às comunidades quilombolas, das periferias urbanas às florestas imaginárias -, e a escutar as vozes que muitas vezes são silenciadas ou invisibilizadas. “É um convite a celebrar a infância em sua pluralidade, suas contradições, suas potências criativas e seus modos próprios de perceber e transformar o mundo. Um cinema que acolhe, provoca, encanta e, sobretudo, respeita a inteligência e sensibilidade das crianças”, diz.
O 5º Festival de Cinema Infantil de BH também apresenta produções que, se antes eram dirigidas ao público adulto, hoje se fazem cada vez mais presentes no cinema infantil, uma vez que os tópicos habitam o imaginário infantil e adolescente.
Os filmes produzidos em escolas também chamam a atenção. “Isso é algo que nos deixa muito contentes. Saber que algumas dessas escolas dedicam-se a fomentar espaços para a criação coletiva destinada a uma transmissão, o que não é pouca coisa no âmbito escolar quando pensamos na verticalidade e na hierarquia do nosso sistema educacional”, informa Daniela Pimentel.
Destaques da 5ª edição do Festival Infantil de Cinema de BH
Alguns dos destaques desta edição da mostra são produções mineiras e belo-horizontinas como a ficção “Voa Arturos” (2022), de Othon de Saboia / Quilombo dos Arturos – Contagem (MG), que será exibida dia 17 de julho e conta a história de uma disputa no céu do quilombo que se transforma quando a ancestralidade e a cultura de um povo entram em cena. O curta é resultado de uma oficina audiovisual parte do “Projeto de formação de agentes culturais – Comunidade Quilombola dos Arturos”. Também no dia 17/07, a mostra exibirá a animação “Eu e o Boi, o Boi e eu”, de Jane Carmen Oliveira (2024) – Pedro Leopoldo (MG), sobre uma menina, amedrontada após escutar o relato da mãe sobre o temido Boi da Manta, e que tem sua primeira experiência na Festa Pedroleopoldense, culminando no encontro com o Boi. Após o estranhamento inicial, o medo se esvai e dá lugar ao fascínio, ao reconhecimento e à admiração por essa criatura e pela festa do Boi da Manta como um todo.
Outros destaques desta edição do festival são o curta de ficção “A Mãe do Meu Amigo” (2025), de Anderson Lima / Quilombo do Manzo – Belo Horizonte (MG), que será exibido no dia 18 de julho e conta a história de dois amigos que planejam uma noite do pijama cheia de filmes e risadas, mas tudo muda quando uma mãe descobre que a outra pertence ao candomblé. Movida por preconceitos, ela proíbe o filho de continuar a amizade, alegando perigos espirituais inexistentes. O curta retrata como a intolerância pode destruir laços inocentes e perpetuar o ódio, mesmo entre crianças, revelando o impacto silencioso do preconceito na formação das relações humanas.
Já no dia 19 de julho, será projetada a ficção “Princesa Macula e o Canto Triste” (2024), de Mayara Mascarenhas – São João del Rei (MG), que fala sobre a tradição afro-mineira da festa dos Reis e Rainhas Congas, quando Macula será coroada Princesa Conga de São Benedito, o santo preto. Sua avó fez uma promessa e lhe entregou o legado, mas é Macula quem precisa desvendar o verdadeiro significado de carregar a coroa e o canto de seus ancestrais. Nesse rito de passagem da realeza negra congadeira, a princesa adentra o mistério de ser uma guardiã dessa tradição. Ainda no dia 19/07, será exibido um curta dirigido por estudantes da Oficina Poeira de Animação Escola Hub Pampulha – BH (MG), “Mistério no Museu” (2024), que conta a história de quatro crianças que visitam um museu e descobrem algo assustador: as pinturas estão perdendo suas cores. Com poderes mágicos e muita coragem, elas são transportadas para dentro de obras famosas. Mas cuidado, pois nem tudo é o que parece. Será que as crianças conseguirão proteger as pinturas e restaurar o equilíbrio no mundo da arte?
Filmes internacionais
Este ano, a 5ª edição do Festival de Cinema Infantil de BH – Cinema de Brinquedo apresenta filmes de países como Chile, China, Estados Unidos, França e Uruguai. No dia 20 de julho, serão exibidas quatro animações oriundas desses países. São elas: “O tecido da vida” (Estados Unidos – 2025), de Margaret Ridley, um curta que acompanha a rotina de se vestir quando, por diferentes maneiras, os tecidos e roupas podem se tornar pequenas “piadas” visuais, relacionando o processo de se vestir a materiais e ações familiares que normalmente não têm relação com o vestir-se para o dia a dia; “Amy e o Sapo” (China – 2025), de Paul Williams, que fala sobre o encontro de uma jovem solitária com um ser mítico no parque, levando-a a uma aventura para um novo mundo onde a magia e a amizade acenam.
Por sua vez, o “O Baú Mágico” (França – 2025), de Clémence Gandillot, trata de um ilustre número de mágica, uma história de aparições e desaparecimentos. Gabriel Westphal, um menino do baile, nascido no mundo do circo Grand Céleste, fundado por seus pais, adorava sentar na arquibancada e assistir a esse número repetidas vezes. Agora músico profissional, ele nos transporta para a poesia e o encantamento de sua imaginação. Por fim, “Peregrino” (Uruguai – 2023), de Alejo Schettini, narra a história de um pequeno pombo que olha para o céu e começa a voar em direção à sua jornada mais importante.
Sessões com acessibilidade em Libras e audiodescrição
No dia 17 de julho, às 16h20, acontecerá uma sessão com intérprete de Libras e, às 17h30, uma sessão com audiodescrição. Serão exibidos os filmes “Eu e o Boi, o Boi e eu” (2024), de Jane Carmen Oliveira; “Outro Lugar” (2024), de Persou Azul – Chapada dos Guimarães (MT); “Quando as ondas do mar desligam” (2025), de Yasoda Nanda – Salvador (BA); e “Voa Arturos” (2022), de Othon de Saboia – Quilombo dos Arturos – Contagem (MG).
Já a sessão com audiodescrição é composta por filmes como “Outro Lugar” (2024), de Persou Azul – Chapada dos Guimarães (MT); “Quando as ondas do mar desligam” (2025), de Yasoda Nanda e Assaggi Piá – Salvador (BA).
Oficina “Meu primeiro curta animado”
Nos dias 16, 17 e 18 de julho (quarta a sexta-feira), no Cine Santa Tereza, e nos dias 19 e 20 de julho (sábado e domingo), no Espaço Comum Luiz Estrela, das 14h às 17h, será realizada a oficina “Meu primeiro curta animado”, voltada para crianças e jovens. Com duração de cinco dias, o curso oferece uma introdução prática e divertida ao universo da animação, unindo aprendizado técnico e expressão criativa em um ambiente colaborativo. A seleção dos participantes será por ordem de inscrição e disponibilidade para participar da atividade. Interessados podem se inscrever no link https://cinemadebrinquedo.com.br/oficina-animacao.
Durante a oficina, os participantes terão a oportunidade de explorar a história da animação, desde seus primórdios até os dias atuais, compreendendo os fundamentos da linguagem audiovisual; aprender os conceitos básicos da animação, incluindo movimento, quadros por segundo, continuidade e narrativa visual; experimentar técnicas de stop-motion, como pixilation, animação com recortes e massinha, desenvolvendo projetos criativos e únicos; e vivenciar todas as etapas da produção de um curta-metragem animado, desde o roteiro até a finalização, aprendendo sobre planejamento, storybord, animação e edição.
Composto por aulas dinâmicas, com atividades práticas e teóricas intercaladas para garantir a aplicação imediata dos conceitos aprendidos, o curso utiliza materiais como softwares gratuitos e ferramentas simples para assegurar que a prática possa ser continuada após o término da oficina. Ao final do curso, os participantes terão produzido um curta-metragem animado, passando por todas as etapas do processo criativo e técnico.
Mini-bios das organizadores e curadoras
Daniela Pimentel é psicanalista e também trabalha com cinema há 13 anos, produzindo mostras e festivais. Foi umas das organizadoras, coordenadora e produtora do Cinecipó – Festival do Cinema Insurgente, Mostra de Cinema Feminista e Mostra Cine Integrada Beagá. Também produziu alguns curtas como “A Batalha das Colheres” e “Jardim de Lírios”, de Fabiana Leite, e o longa “Foro Íntimo”, de Ricardo Mehedff.
Iakima Delamare é formada em Comunicação pela UFMG, onde atuou como bolsista na Formação Transversal em Saberes Tradicionais e frequenta o Grupo “Poéticas da Experiência”, tendo produzido como TCC a publicação “Nós, Por Nós, Para Nós – Manifestos Para Um Cinema Popular”. Em 2018 integrou a equipe de formação e produção do curta-metragem “Nove Águas”, dirigido por Gabriel Martins ao lado do Quilombo dos Marques. Participou do Júri Jovem da 22ª Mostra de Cinema de Tiradentes, em 2019, e integrou a equipe de curadoria do 9º Cinecipó – Festival do Filme Insurgente, em 2020. Produziu o 9º e 10º Cinecipó, a 2ª Mostra Lona – Cinemas e Territórios e a 1ª Mostra UFMG de Cinema Universitário, mostra concebida pelo Coletivo Zanza da qual é membro e co-fundadora.
Diego Silva Souza é nascido e criado em Timóteo, no interior de Minas Gerais, e atua escrevendo sobre audiovisual em artigos e textos críticos. Mestrando em Comunicação na UFMG, fez parte do Júri Jovem da 23ª Mostra de Tiradentes, integrou a comissão julgadora da 2ª Mostra de Curtas Cinecubo e a curadoria do 9° Cinecipó – Festival do Filme Insurgente. Possui colaborações com a Zagaia em Revista, Cinética e Cine Festivais, além de comentar filmes na Mostra Cinema Permanente do Cine Humberto Mauro.
5º Festival de Cinema Infantil de Belo Horizonte – Cinema de Brinquedo
Programação de julho/2025
Data: 16 a 20/07 (quarta a domingo)
Programação de agosto/2025
Data: dias02 e 16 de agosto (sábado)
Local: Cine Santa Tereza – Rua Estrela do Sul, 89, Santa Tereza, BH
Horário das sessões: às 16h20 e às 17h30
Ingressos: A distribuição dos ingressos na bilheteria do cinema acontece 30 minutos antes da sessão. Pelo site https://cinemadebrinquedo.com.br/ é possível adquirir os ingressos on-line com mais antecedência.
Classificação indicativa: Todos os filmes têm classificação indicativa livre
*Toda a programação da mostra é gratuita.
*Mais informações no Instagram @cinemadebrinquedo
Oficina “Meu primeiro curta”, no Cine Santa Tereza e no Espaço Comum Luiz Estrela
Data: dias 16, 17 e 18 de julho (quarta a sexta-feira)
Local: Cine Santa Tereza
Data: 19 e 20 de julho (sábado e domingo)
Local: Espaço Comum Luiz Estrela
Horário: das 14h às 17h
Inscrição: https://ciemadebrinquedo.com.br/oficina-animacao
Duração: 5 aulas de 3 horas cada, com total de 15 horas-aula.
Público: 16 crianças ou adolescentes, faixa etária entre 6 e 14 anos, garantindo acompanhamento individualizado e espaço para a expressão criativa de cada participante.
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