10ª Virada Cultural de BH celebra a arte, a urbanidade e a diversidade – 23 e 24/8

Nos dias 23 e 24 de agosto de 2025, Belo Horizonte se transforma em um grande palco a céu aberto para receber a 10ª edição da Virada Cultural, um marco que celebra um dos eventos mais emblemáticos e democráticos da cidade. Realizada pela Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura, em parceria com o Instituto João Ayres, a Virada conta também com a Parceria Cultural do Sistema Fecomércio, por meio do Sesc em Minas. O patrocínio é da  AngloGold Ashanti, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, e da Xeque Mate. O Viradão Gastronômico é uma correalização do Sebrae.

Em uma das suas maiores edições, o evento reúne seis palcos e 17 espaços para mais de 24 horas de programação com cerca de 300 atrações culturais e 50 parcerias com projetos, movimentos e instituições da cidade. Considerada um dos maiores festivais urbanos do país, a edição deste ano mobiliza em torno de 3.500 profissionais entre artistas, produtores, técnicos e trabalhadores da cultura e serviços de apoio. O Viradão Gastronômico, que inclui 25 bares e restaurantes do hipercentro da cidade, garantirá boa gastronomia mineira ao longo de todo o evento, com estimativa de mobilização de mais de 25 mil pessoas neste circuito.

A Virada Cultural é realizada também de maneira integrada entre as Secretarias e órgãos da Prefeitura de Belo Horizonte, com transversalidade das políticas públicas a favor do desenvolvimento da cidade. Entre os órgãos presentes estão: o Centro Integrado de Operações de Belo Horizonte (COP-BH), atuando em mais de 30 horas, articulado a outras instituições como BHTrans, Mobilidade Urbana, SLU, Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica; as Secretarias de Esportes e Lazer, Educação, Meio Ambiente, Assistência Social e Direitos Humanos, Saúde, Segurança e Prevenção; além da Guarda Civil Municipal, Relações Institucionais – BH + Feliz, Regionais do Hipercentro e Centro-Sul.

Para a Secretária Municipal de Cultura, Eliane Parreiras, a 10ª edição da Virada Cultural de BH representa um marco histórico. “Ao longo desses anos, a Virada se firmou como uma das maiores celebrações da cidade e da urbanidade, ocupando o hipercentro em um encontro de arte, cultura e cidadania. É uma grande satisfação, para nós da Secretaria Municipal de Cultura, fortalecer a trajetória desse evento, que se tornou uma potente plataforma de expressão e diversidade cultural de BH. A Virada fortalece a economia criativa, amplia o acesso à cultura e reafirma seu papel como um dos pilares fundamentais da nossa identidade e diálogo social”.

Segundo Bárbara Bof, Presidenta da Fundação Municipal de Cultura, a Prefeitura de Belo Horizonte está celebrando 10 edições de um evento que redefiniu a relação dos belo-horizontinos com o espaço público. “A Virada Cultural de BH é uma das maiores celebrações da diversidade da capital, reunindo a potência dos artistas locais em diálogo com grandes nomes nacionais. Durante 24 horas, a cidade se transforma em um palco aberto, reafirmando nosso compromisso com o acesso à cultura e a construção de memórias coletivas”.

A Virada Cultural de Belo Horizonte 2025 propõe uma ocupação afetiva e pulsante do espaço urbano, valorizando culturas de base e de diferentes centralidades, como o samba, hip-hop, funk, o teatro de rua, dança, circo, artes visuais, literatura e poesia, performances e intervenções urbanas, audiovisual, culturas populares, atrações infantis e esportes urbanos. “Esta edição celebra uma década de arte, cultura e lazer nas ruas do hipercentro trazendo seu legado e repertório ao longo dos anos de ressignificação do centro da cidade. Dessa forma, resgata marcos históricos, como o Palco Guaicurus, o encontro de artistas de outros estados com artistas de Belo Horizonte e região metropolitana, a formação de novos públicos, a vocação do hipercentro de Belo Horizonte para a realização de atividades culturais e a relação de pertencimento da população em relação a esse território”, comenta a integrante da comissão artística, Paula Senna.

Durante mais de 24 horas ininterruptas, a Virada Cultural BH 2025 espalha-se por espaços simbólicos do hipercentro da cidade, como o Palco Sesc Praça da Estação; Palco Gramado – Parque Municipal; Palco Chico Nunes BH + Feliz; o Espaço dos Trenzinhos, o Espaço Lagoa e o Espaço Coreto no Parque Municipal; Palco Viaduto Xeque Mate, Espaço Culturas Urbanas CRC URB, Palco Guaicurus, Palco Festas – Praça Rui Barbosa, Espaço BH + Feliz Sapucaí, Espaço Samba – Praça Fuad Noman e Praça Raul Soares, entre outros.

Viradão Gastronômico – uma correalização do Sebrae, com curadoria da jornalista gastronômica Lorena Martins – entra mais uma vez no circuito comprovando que a gastronomia também é cultura. Um roteiro especial é proposto com bares e restaurantes da região central, incluindo alguns estabelecimentos históricos e icônicos da capital mineira listados pelo projeto ‘Bares com Alma’.

Essa edição se destaca, ainda, pelas ações de sustentabilidade, como a parceria com o Recicla Belô, que pretende coletar cinco toneladas de material reciclável, além do plantio de uma mini floresta para a compensação de carbono, reafirmando o compromisso com as pautas ESG. Ações de combate à violência contra a mulher serão realizadas pela Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos, por meio do projeto “Quebre o Silêncio”, e também em parceria com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).

PALCO SESC PRAÇA DA ESTAÇÃO

Em um dos espaços mais icônicos da cidade, totalmente restaurado, o Palco Sesc Praça da Estação será um dos epicentros da programação, mesclando estilos e gerações que prometem marcar a 10ª edição da Virada Cultural de Belo Horizonte. Juliana Schiutz abre a noite de sábado com um repertório autoral e arranjos sofisticados. O rapper Samora N’zinga e a cantora Tamara Franklin apresentam o espetáculo inédito GINGA, lançamento do álbum visual que homenageia a rainha angolana N’zinga Mbandi. O carisma e a potência vocal do grupo Fat Family garantem uma noite de sucessos e coreografias marcantes, seguidos pela energia contagiante do Baile da Dri, projeto da cantora Adriana que passeia por grandes hits para fazer todo o público dançar.

Os cantores e compositores mineiros Iago e Beto Willian apresentam clássicos da música sertaneja. E a dupla sertaneja Israel e Rodolffo leva ao palco seu repertório de sucessos que transitam entre o romântico e o dançante, enquanto o grupo de samba e pagode Akatu convida o rapper Djonga para um encontro inédito que cruza ritmos e gerações da música produzida em BH. Também são belo-horizontinos o rapper Sidoka, que apresenta seu flow irreverente e inovador, e MC Papo & Dedé Santaklaus, que trazem a mistura de funk, rap e reggaeton, com sucessos que marcaram diferentes épocas da música urbana. Já a força percussiva do Olodum encontra-se com a música mineira na participação especial de Ton Guimarães. A programação conta ainda com o som da DJ Dia, que celebra a ancestralidade e a cultura periférica, e com o DJ A Coisa.

Em mais um ano, o Sistema Fecomércio MG é o grande parceiro do Palco Sesc Praça da Estação. “O Sistema Fecomércio MG, por meio do Sesc em Minas, tem como missão promover o bem-estar social por meio da cultura, do lazer e da educação. Patrocinar o palco principal da Virada Cultural de Belo Horizonte é mais do que apoiar um evento, é reafirmar nosso compromisso com a democratização da cultura, com a valorização dos talentos mineiros e com a integração da sociedade. A Virada é um espaço de encontro, de celebração da diversidade artística e de revelação de novas vozes da música. Estar presente nesse palco é contribuir para que a arte alcance cada vez mais pessoas, fortalecendo o vínculo entre o público e a produção cultural local”, afirma o presidente do Sistema Fecomércio MG, Nadim Donato.

E para encerrar as 24 horas de música no Palco Sesc Praça da Estação, o público ainda verá o encontro histórico entre Carlinhos Brown e a Orquestra Ouro Preto, com o show Afrossinfonicidade, que mistura ritmos afro-baianos com arranjos orquestrais e que conta com o patrocínio da  AngloGold Ashanti Latam.

“É uma enorme satisfação expandir a nossa parceria com a Orquestra Ouro Preto ao levar o show em parceria com Carlinhos Brown para a capital mineira, em uma apresentação gratuita. É uma grande oportunidade para que todos possam ter contato com a enriquecedora mistura que nossa música brasileira proporciona”, comenta o vice-presidente de Sustentabilidade e Assuntos Corporativos da AngloGold Ashanti Latam, Othon de Villefort Maia.

PRAÇA DA ESTAÇÃO

A fanfarra Fantasia FM leva à Praça da Estação seu repertório repleto de sucessos dos anos 1970 a 2010. A Orquestra Popular Terno do Binga apresenta um encontro potente entre fanfarras de rua e grupos percussivos. Misturando ska, reggae e sopros, a Skanastra Brass Band traz ao público a atmosfera das ruas e praças. O grupo Las Cirkeras emociona com “Mulheres em Chamas”, o multiartista W Mota apresenta sua mistura única de ritmos afro-brasileiros. A programação conta, ainda, com atividades do SESC, como as projeções de Video Mapping – Corrocobó que acontecerão na fachada do Museu de Artes e Ofícios e outras atrações que levam ao espaço ações culturais e recreativas para todas as idades, completando a atmosfera de convivência.

PALCO GRAMADO PARQUE MUNICIPAL

O Palco Gramado, no Parque Municipal, será um dos espaços mais diversos da Virada Cultural BH 2025. Quem abre a programação é Leonel, apresentando seu primeiro trabalho solo. Na sequência, o rock autoral ganha destaque com Bê & os Sadmen.

O consagrado violeiro Wilson Dias apresenta o show “Ser(tão) Infinito”, um mergulho na cultura popular brasileira. O samba marca presença com o Baluartes do Samba, e o cantor Pedro Morais imprime sua voz marcante e letras contundentes em um show que mistura influências do Vale do Jequitinhonha e sonoridades contemporâneas, enquanto Marcelo Tofani traz seu pop tropical com canções autorais e parcerias.

Tiocapone chega com seu “Rock de Preto”, mistura de rap, funk, samba e rock que carrega forte identidade negra e mensagens de resistência. A Banda da Guarda Municipal reforça a ligação entre música e comunidade com seu repertório popular e presença institucional.O cantor e compositor Ton Guimarães traz a público no show “Filho de Xangô” canções autorais criadas desde sua adolescência.

A acessibilidade ganha destaque com o show Dudu do Cavaco e Banda que apresenta o “Samba da Inclusão”, liderada pelo primeiro músico com síndrome de Down a gravar CD e DVD. A força da cultura afro-brasileira se faz presente com Mestre Thirey e Ilê Odara, com um espetáculo que reverencia a ancestralidade. Talita Silva apresenta composições autorais permeadas por influências do R&B e do hip-hop. O projeto Candomb’Jazz, com Glaw Nader e Camilo Gan, entrelaça samba e jazz em um espetáculo afrofuturista.

Com influências da música popular brasileira e da estética dos anos 70, Augusta Barna apresenta composições autorais que exploram novas texturas e possibilidades sonoras. E Raissa Anastásia e Regional traz o choro como protagonista.

ESPAÇO DOS TRENZINHOS PARQUE MUNICIPAL

O Parque Municipal recebe a Velha Guarda do Soul de BH para abrir a noite de sábado já em ritmo dançante. Isabela Morais apresenta seu trabalho autoral e releituras, enquanto Fabi Gonçalves emociona com interpretações de voz doce e presença marcante. O Forró Cabra Cega, formado por músicos cegos, leva ao público um show inclusivo e vibrante, seguido pela Dupla Voz, que transita por ritmos como samba, baião e axé em homenagem às grandes intérpretes brasileiras.

O veterano Lídio Costa comanda o Forró de Cabo a Rabo, resgatando clássicos do pé de serra. Ainda neste espaço, Makely Ka sobe ao palco com poesia e experimentação em sonoridades brasileiras e ibéricas. Denis Violão apresenta o “Samba Gospel”, misturando fé e samba em um espetáculo interativo. O grupo Afrikaliente conecta Brasil e África com dança e ritmos da diáspora, e Evandro Passos celebra 40 anos de dedicação à dança afro. No samba, Bruno Cupertino defende a tradição com composições autorais, enquanto o coletivo Samba d’Ouro traz o samba de roda rural da Bahia. O encerramento fica com o Coco da Gente, que transforma o espaço em uma grande roda de coco. Já o Sarau Todos Estão Surdos, que propõe um encontro de artistas surdos e ouvintes com performances em Libras, música e poesia.

E ainda neste espaço, a artista Raquel Bolinho realiza  um mural inédito no centro da cidade, para celebrar os 10 anos da Virada Cultural de BH. A obra homenageia a diversidade do evento e convida o público a interagir, tornando-se parte da cena. O Parque recebe também uma oficina de grafitti para crianças com a artista visual e designer Mona.

PALCO CHICO NUNES BH + FELIZ

O Palco Chico Nunes BH + Feliz, no Parque Municipal, recebe Loubback, cantor e compositor mineiro que transita pelo indie rock com letras reflexivas e arranjos elaborados, e Ângelo Andrade, multiartista que une artes plásticas e música em interpretações do cancioneiro brasileiro e composições próprias. O projeto Fragaí apresenta oito nomes da cena autoral de BH — Clara Bicho & Gabriel Campos, Dani Moreira, Luanda, Dereco, Julia Deodora, Nó, Fernando Motta e Rafa Bicalho — em shows minimalistas e inventivos.

As culturas populares ganham atenção especial na parceria com o Festejo do Tambor Mineiro reunindo 15 guardas de congado, irmandades do Rosário e grupos percussivos. Idealizado pelo multiartista e capitão de congado Maurício Tizumba, o festejo acontece desde 2002 e já se consolidou como um dos eventos mais importantes de valorização das tradições de matriz africana em Minas Gerais. Tizumba recebe como convidada especial a cantora baiana Virgínia Rodrigues e a programação também inclui Sérgio PererêBeth Leivas, Dé LucasBruno Messias, o Bloco Oficina Tambolelê e o Bloco dos Inconfidentes (RJ).

Haverá, ainda, a primeira cerimônia de entrega do Certificado de Registro dos Saberes do Rosário: Reinados, Congados e Congadas como Patrimônio Cultural Brasileiro pelo IPHAN, com a presença da Ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo. O Festejo do Tambor Mineiro é uma programação parceira da Virada Cultural, realizada pela Associação Cultural Tambor Mineiro, com produção da Napele Produções Artísticas e patrocínio do Instituto Unimed-BH, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura e da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB-MG).

ESPAÇO LAGOA PARQUE MUNICIPAL

Com exibição de filmes e performances, este espaço convida à reflexão. Para abrir a programação, haverá a exibição do curta Plantas que curam – Saberes das crianças de Cláudio Manoel (MG), dirigido por Ana Paula da Silva Pena, professora e pesquisadora que transformou vivências infantis em narrativa audiovisual premiada. A iniciativa CAPU apresenta Vozes da Ginga, documentário que valoriza mestres da capoeira, seguido de roda aberta ao público, em celebração à cultura afro-brasileira. A Mostra CineCidade, realizada pela Aventura Produtora, ocupa a noite com projeções de filmes brasileiros, com cenografia especial, pipoca gratuita e performances audiovisuais interativas, criando um verdadeiro cinema ao ar livre.

A programação inclui ainda o Piquenique Literário com Contações de Histórias, com narrativas para todas as idades, e o espetáculo A Lenda de Ananse – Um herói com rosto africano, que une teatro popular e mitologia Ashanti em uma aventura de sabedoria e ancestralidade. Na performance Mulher CuecasTina Dias provoca reflexões sobre opressões e masculinidades tóxicas com forte impacto visual e físico. A intervenção Casamentos Urbanos, da A Mais Produtora, transforma o espaço público em palco para denunciar violências contra a mulher por meio de imagens poéticas e contundentes.

Cia de Teatro BH em Libras apresenta Corpo Preto Surdo: Nós Estamos Aqui!, espetáculo bilíngue que afirma a presença e a resistência de artistas negros e surdos. O ator Emerson Carvalho interpreta O Caso da Vara, conto de Machado de Assis que ganha força cênica e crítica social. Fechando a programação, a peça Dona Nadi apresenta: A vida sendo a vida, da Companhia Rádio TamoJunto, com a personagem de uma idosa que conversa com o público sobre resiliência e saúde mental de forma sensível.

ESPAÇO FICUS PARQUE MUNICIPAL

O Espaço Ficus Parque Municipal será tomado por múltiplas linguagens artísticas, da literatura à dança, passando por performances, exposições, rodas de conversa e oficinas. A programação inclui a Oficina de Maquiagem de Efeitos Especiais para o Cinema, conduzida por Maria Letícia. O Coletivo Minhas Plantas Meu Quintal apresenta Raízes de Guiné – Imersão Nas Nossas Memórias, um encontro de saberes tradicionais de matrizes africanas, integrando fé, uso de ervas e troca de experiências.

A escritora Patty Martinez lança seu livro Eu, apesar, em formato de roda de leitura performática, enquanto a mostra Ervas, Afetos e Silêncios: Um Respiro na Arte reúne obras produzidas por crianças e adolescentes em Venda Nova. A autora Manu Rosa apresenta a oficina Leitura no Colo – Afeto, Voz e Palavra, voltada à primeira infância, e Maria Aparecida Carvalho de Almeida compartilha seu Caleidoscópio Poético, reunindo memórias e sentimentos em versos.

A programação literária se amplia com o Varal de Poesias – Rodopio, que traz textos escritos durante o tratamento de câncer pela própria autora, e com a participação do grupo Mulheres&Partilha, que promove leitura de autoras negras e indígenas como ferramenta de fortalecimento coletivo. A cena underground de Belo Horizonte é celebrada na exposição Os cara velhos tira – A cena heavy metal e punk de BH exposta em tirinhas, de Fred Catarino e Rogério dos Santos.

O artista circense Philippe Ribeiro apresenta O Fardo Nosso de Cada Dia, performance criada a partir de sua trajetória internacional. Delza Carvalho e Dimitri conduzem Uma Rosa de Conversa – Travessia Poética no Sertão da Palavra, oficina inspirada em Grande Sertão: Veredas. O Coletivo Em Caixa leva o público a conhecer o universo do teatro Lambe Lambe, e Dayane Silvéria realiza a instalação Entre Ramos e Retornos, unindo arte e ancestralidade.

Fechando a programação, o duo nÓ dE nÓs ocupa o espaço urbano com dança contemporânea, investigando vínculos humanos e transformando o cotidiano em movimento poético.

PALCO VIADUTO XEQUE MATE

O espaço reúne a força da música urbana, do funk ao rap, do hip-hop à performance cênica, refletindo a pluralidade e a potência criativa das periferias. O Chega Aí – Incubadora de Funk abre espaço para talentos emergentes do gênero, enquanto o Baile do Serrão nas Quebradas, mantém viva a tradição do funk na Serra. Entre os sets, o residente DJ Shigara esquenta o público com intervenções rápidas e dançantes. MC Mika e DJ Bell Bertinelli apresentam um show repleto de energia, e Mac Júlia traz seu estilo único à pista. MC Saci acrescenta irreverência e crítica social em suas rimas, enquanto DJ Cost e DJ Andersson do Paraíso conectam a pista com batidas marcantes. Também da cena periférica, Vinijoe apresenta seu “rap samba”, unindo lirismo, crítica social e ritmos afro-brasileiros.

“Dar nome a um dos palcos da 10ª edição da Virada Cultural de BH, no mesmo ano em que a Xeque Mate completa 10 anos de história, é icônico. Ambas as marcas têm em comum o fato de acreditarem e trabalharem em prol da cultura da cidade, vibrando pelo crescimento e reconhecimento dos artistas. Nosso palco especial e as atrações que traremos com certeza irão proporcionar momentos inesquecíveis para o público e a capital mineira”, revela Larissa Raphaela, supervisora de Eventos da Xeque Mate Bebidas.

Casa do Hip-Hop Taquaril reúne no show Zona Leste Representa os grupos Setor e Vozes da Periferia BH, referências da cena rap da capital. Kainná Tawá leva ao palco sua mistura de rap, resistência e amor, enquanto Novack, um dos maiores nomes do freestyle nacional, apresenta o espetáculo Nova Estrela Ao Vivo. O Culto da Rua transforma o espaço em um ato de fé preta e celebração da ancestralidade, e as batalhas de rima ganham destaque com a Batalha do Tupi, voltada à inclusão e formação de novos talentos, e a Batalha da P7, que movimenta MCs e amantes do hip-hop no centro da cidade.

ESPAÇO CULTURAS URBANAS CRC URB

O Espaço Culturas Urbanas CRC URB reúne artistas, coletivos e iniciativas que traduzem a força criativa da cidade. A artista visual Anandacolaa apresenta sua produção marcada por colagens digitais de estética afrocentrada e cores vibrantes. O grafiteiro Ed-Mun leva para a Virada sua experiência de décadas na cena global do graffiti. O trio de acrobatas Butterfly transforma o Viaduto Santa Tereza em palco aéreo com a performance “Tecidos no Viaduto – Acrobacias em Movimento”.

O coletivo 2 Black Cultural reafirma sua atuação como ponto de cultura preta e periférica no Baixo Centro, com música, artes visuais e resistência. A marca Cromática – Moda Viva e Sustentável ocupa o espaço com “Cromática na Rua”, desfile-instalação que une upcycling, pintura manual e referências da moda preta e de rua.

A programação inclui ainda BLACK-A Convida, com workshops de danças urbanas ministrados por nomes de destaque nacional, e DeBH – Cypher & Batalhas, encontro que celebra a dança de rua e o freestyle como ferramentas de ocupação cultural. Performances como Vento Ancestral: Bandeiras que Falam, ações de graffiti ao vivo e intervenções artísticas reforçam o caráter plural e pulsante do espaço.

PALCO GUAICURUS

O Palco Guaicurus é retomado nesta edição celebrando  a diversidade e a potência artística das ruas de Belo Horizonte. A Kiki House of DuBeco abre com o Kiki Favela Ball, encontro da cultura ballroom que valoriza identidades trans, negras e periféricas. Marcelo Veronez e seu conjunto apresentam um baile de boleros e ritmos latinos. O Bloco Swing Safado leva seu pagodão “à mineira” em show 100% autoral e o Cabaré Bella à La Carte transforma o palco em um karaokê-show interativo. A Banda Truck do Desejo apresenta o Forró do Desejo, e Cliver Honorato homenageia Caetano Veloso no show “Da Maior Importância”.

USoul embala o público com soul, funk e samba rock, a Banda Kayajhama celebra 25 anos de carreira, e a Companhia de Teatro Toda Deseo promove o irreverente Campeonato Interdrag de Gaymada. O Cavalo Marinho de Beagá, com Mestre Nélio Torres, leva a cultura popular ao palco, enquanto a Banda Raízes e Antenas e o Manifesto Gueto unem congado, rap e MPB em “A Força dos Tambores”. A Banda Seu Silva mistura rock’n’roll, repente e maracatu, o Bloco Tapa de Mina apresenta “Mulheres no Comando, Mulheres no Poder” e FERVE! O Baile encerra com discotecagem e performance.

PALCO FESTAS PRAÇA RUI BARBOSA

Este palco reúne alguns dos principais coletivos e festas que transformam a noite belo-horizontina. O Pivetz Sounds conecta música eletrônica e ritmos da diáspora africana com DJs, MCs e performers da cena ballroom. O Bloco Eleganza, criado por amigos LGBTQIA+ e comandado por uma mulher trans, traz a força da cultura drag e da cena queer. A Masterplano celebra 10 anos de trajetória, unindo música eletrônica, arte, diversidade e ativismo. O Baile Room, pioneiro ao se apresentar coletivamente na Boiler Room, mescla funk de BH, house e phonk em sets imersivos e autorais. Fechando, a 101Ø comemora também uma década como referência da cena eletrônica independente.

ESPAÇO BH + FELIZ SAPUCAÍ

A Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria de Relações Institucionais, preparou uma edição especial do BH + Feliz para a Virada Cultural 2025 na Rua Sapucaí, com lazer, arte, música e atividades educativas para toda a família. No Palco Tapuias, a programação reúne teatro musical com Katita FlorLory Mell e Babú Xavier; o Quarteto de Cordas Imolara; a contadora de histórias Beatriz Myrrha; apresentações circenses com Dino Marangoni e o Vértice Circo; shows musicais com o grupo Super Pamp e Resenha Delas.

Já o Palco Tabaiares apresenta o Coral Credicom, o Tiago Araújo Trio, o Trio Bem Te Quero com o espetáculo Rainhas do Forró, a roda de samba da cantora Laura Souza em homenagem às mulheres do samba, a orquestra Los Durísimos del Barrio com seu projeto Baila Mi Salsa, além do Curumim Cultural com Cazuá da Malandragem e o Bloco Show Kids.

O espaço também promove oficinas interativas, como pintura de rostos com Koamy Leung, artes visuais com Carolina Jaued, modelagem em argila com Izabella Amora, pintura de mãos e rostos com Maria Eunice Silva, manipulação de ervas medicinais com Letícia Nunes e Mariana Iracema, além de croquis de moda com Lorena dos Santos.

A programação se completa com a presença da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, que promove a feira de adoção de cães e gatos Adota BH, o projeto Poliniza BH dedicado à preservação de abelhas nativas, o programa BH Itinerante com informações socioambientais, e a distribuição de kits da Biofábrica de Joaninhas e Crisopídeos.

ESPAÇO SAMBA PRAÇA FUAD NOMAN

A Praça Fuad Noman, que liga a avenida Afonso Pena ao Viaduto Santa Tereza, que já vem despontando como o espaço do samba da capital mineira, vai reunir algumas das principais expressões do gênero. O Samba do Arco traz sua mistura de memória e resistência, reunindo artistas da velha guarda e novas gerações. A Orquestra Mineira de Pandeiro apresenta o espetáculo Pele, Metais e Madeira, combinando repertório de grandes compositores mineiros e brasileiros à diversidade sonora de instrumentos diversos. A Velha Guarda do Samba de BH mantém viva a história do samba regional, enquanto o grupo Tendendê apresenta Herdeiros do Samba, homenagem à ancestralidade. Já a Velha Guarda do Glória, ativa desde 1985, encerra a programação com a energia de quem já dividiu palco com grandes sambistas nacionais.

PRAÇA RAUL SOARES – CURA NA VIRADA

Na Praça Raul Soares, a Virada Cultural 2025 firma uma parceria especial se unindo ao projeto CURA BH que, há oito anos, transforma o horizonte e o imaginário de Belo Horizonte por meio da arte pública. A programação começa no sábado com o som da Festa Madagascar e as apresentações de dança da Cia Base. No domingo tem  o Cortejo do Maracatu Estrela de Aruanda, único grupo da cidade dedicado ao estudo da Nação Encanto do Pina, liderada pela mestra Joana Cavalcante. Em seguida, o Bloco Andacunfé presta uma homenagem a Gilberto Gil, misturando ritmos como ijexá, samba-de-roda e baião em um espetáculo que une música e mensagem ambiental. O Bazar Brasileiro, de DJ SoulPolis, cria uma pista que mistura brasilidades e eletrônica com protagonismo feminino.

A Praça Raul Soares também recebe a Rua de Lazer, com atividades abertas para toda a família, e ações de mediação artística do CURA BH 2025, reforçando a proposta de transformar o espaço público em território coletivo de arte, escuta e celebração.

PERCURSO

O Percurso da Virada Cultural será um corredor criativo que mistura artes visuais, performances, música, oficinas e intervenções urbanas. São expressões multilinguagens, incluindo artistas e grupos com condições neurodivergentes, de deficiência visual e auditiva e PCDs.

Ateliê Aberto convida o público a acompanhar a criação de cenários e a oficina Movimentos do Corpo e a Roupagem da Cena. O projeto Visão de Cria apresenta a exposição Cada Maloqueiro Tem Um Saber Empírico, e artistas como NaluSurtoBolinho e Mona levam o graffiti e a ilustração para as ruas.

Coletivo Calcinha de Palhaça traz humor e protagonismo feminino, enquanto a intervenção Psiu de Luz ocupa o espaço com pernas de pau, monociclo, malabares e acrobacias. Há ainda performances como Retrato na Hora, de ZubaCompro e Vendo Sonhos, de Gabriel Santana; e o sarau itinerante BiciCordel, de Gilberto Macruz.

O percurso também recebe a oficina Acro & Movimento, a ação ambiental do Greenpeace com ecobags e zines, a oficina infantil Pequenos Artistas, e instalações como Sementes Urbanas, Cortejante, Cena Aberta, Ponto Verde, Jardim dos Afetos e duas obras da Festa da Luz: o trabalho de Criola, que exalta a ancestralidade negra e o sagrado feminino na fachada do Edifício Chagas Dória; e da dupla Mutabile Arquitetura + João Wilbert, dialogando com as novas paisagens abertas do Edifício Sulacap.

Ao longo do hipercentro, ainda no percurso, o Cortejo Fazer Festa com Cintura transforma música e performance em homenagem à travesti Cintura Fina. O coletivo Parto do Princípio dá voz às histórias de mulheres-mães, enquanto Palestina convida à pausa com a instalação Rede Social. A Rádio Varanda, de Preto Amparo, mistura música, poesia e café na varanda do Edifício Central. O Amigos Rolimã BH resgata a brincadeira com carrinhos de rolimã e a RENFA-MG oferece a Tenda de Redução de DanosAziza Eduarda apresenta a série fotográfica Pretos Novos – GigantesEd Marte interage com o público em registros fotográficos e Moisés Borges ergue uma bandeira LGBTQIAPN+ em performance de resistência.

VIRADÃO GASTRONÔMICO

Consolidado como um dos pontos altos do evento, o Viradão Gastronômico, que tem correalização do Sebrae, reúne mais de 25 bares e restaurantes do hipercentro formando um circuito para matar a fome de quem vai curtir a Virada Cultural. Os estabelecimentos têm pratos e bebidas especiais a preços acessíveis, com valor máximo de R$ 20 (vinte reais). Entre os participantes estão o Boêmio com o “Virado na Prexeca” (bolo de carne de porco com bacon, recheado com queijo Minas e jiló), o Flor de Jambu com “Mini Vatapá Paraense” (inclusive na versão vegana), o Bar Pirex com seu clássico bolovo, o Portaria oferece canjiquinha e costelinha, e o Café Bahia, que tem croquete de pernil e geleia de pimenta.

“O Viradão Gastronômico reforça a importância de Belo Horizonte como referência nacional em gastronomia, com a valorização da cultura local, o fortalecimento dos pequenos negócios de alimentação e o impulsionamento ao turismo e à economia criativa. Esse evento grandioso, que vai contemplar 30 estabelecimentos e oferecer pratos a preços populares, é mais uma celebração da diversidade e tradição que fizeram a capital mineira ser reconhecida como Cidade Criativa da Gastronomia, em 2019, pela Unesco”, ressalta o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, Marcelo de Souza e Silva.

AÇÕES SOCIAIS E SUSTENTÁVEIS NA VIRADA

A edição de 2025 reforça o compromisso da Virada Cultural com pautas sociais e ambientais, com ações preventivas e educativas, envolvendo artistas, público e fornecedores em práticas alinhadas ao ESG. Entre os destaques está a presença do Greenpeace, que promove oficinas de criação em ecobags e zines, além da “Árvore de Mensagens”, conectando arte, ativismo e sustentabilidade.

Outra frente é o fortalecimento do Recicla Belô, que neste ano mobiliza 120 catadores de cooperativas e autônomos, com expectativa de recolher cerca de cinco toneladas de recicláveis — quase cinco vezes mais que em 2024. Em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, também será realizado o plantio de uma mini floresta com 156 mudas, como forma de compensação de carbono do evento.

Na esfera social, a Virada acolhe projetos como o Banho de Amor, que oferece higiene, alimentação e atendimento a pessoas em situação de rua; o Feijão de Ouro, performance gastronômica conduzida por Jeff, que transforma a panela mineira em ato de afeto e partilha; e o The Street Store, que monta uma loja a céu aberto para doação de roupas de forma mais humanizada. A programação ainda inclui a corrida Afro Velozes e a distribuição de kits da biofábrica de joaninhas, fortalecendo a dimensão educativa e comunitária do festival.

VIRADA CULTURAL 2025 E SEU IMPACTO ECONÔMICO

Como um dos maiores festivais culturais urbanos do país, a Virada Cultural vai muito além de apresentações artísticas. O evento gera um expressivo impacto econômico na cidade, mobilizando uma ampla cadeia produtiva e contribuindo significativamente para a geração de renda e empregos nos setores da cultura e da economia criativa local.

Em sua 10ª edição, estima-se que a Virada Cultural envolverá aproximadamente 3.500 profissionais, entre artistas, produtores, técnicos, cenógrafos, iluminadores, além de equipes de serviços de apoio. Mais de 100 fornecedores de diferentes áreas também foram contratados para viabilizar o evento, incluindo empresas de estrutura, som, luz, comunicação e logística.

Além dos profissionais diretamente contratados, estima-se que a Virada Cultural gera uma movimentação de mais de 100 mil empregos diretos e indiretos. A mobilização da cadeia produtiva da cultura estimula diversos setores econômicos, promovendo não apenas o acesso à arte, mas também o desenvolvimento urbano, a inclusão social e o fortalecimento da cidadania. Eventos culturais dessa magnitude impulsionam micro e pequenos empreendedores, fomentam o turismo interno e consolidam a cultura como vetor estratégico de desenvolvimento sustentável.

Virada Cultural de Belo Horizonte 2025
Data: 23 e 24 de agosto de 2025
Local: Hipercentro de Belo Horizonte
Mais informações: portalbelohorizonte.com.br/virada | Instagram: @viradacultural