Instituição católica celebra seis décadas com um concerto especial e reforça o legado de educação e solidariedade que impacta diariamente centenas de famílias
Em um espaço que já viu muitas gerações crescerem, no coração de Belo Horizonte, pulsa uma história feita de fé, acolhimento e trabalho. A Obra Pavoniana completa 60 anos em 2025 e carrega consigo um legado que vai muito além da caridade, transformando vidas, por meio da educação com propósito, mostrando que o futuro, para muitos, começa quando alguém estende a mão. Fundada em 1965 pelos Religiosos Pavonianos, a instituição se tornou um dos pilares da assistência social de Belo Horizonte, acompanhando de perto as transformações da cidade e de quem nela vive. Hoje, mais de 1000 famílias são diretamente impactadas pela ação todos os dias, em atividades de formação acadêmica, humana e profissional para várias idades e etapas da vida.
“Mais do que uma instituição, somos uma família”, define o Diretor Diomar Martins, que há anos vive o cotidiano do espaço. “Aqui, cada criança, adolescente, jovem, adulto ou idoso é acolhido com o mesmo olhar de quem acredita que toda história pode recomeçar.” A frase resume a filosofia pavoniana, inspirada em São Ludovico Pavoni, sacerdote italiano do século XIX que fez da educação uma ferramenta de libertação.
O início da trajetória foi modesto, quase silencioso. Ainda nos anos 1940, o padre Agnaldo Leal lançava as primeiras sementes do projeto social que, décadas depois, ganharia forma sob o comando dos Pavonianos. Das primeiras salas improvisadas surgiram cursos profissionalizantes, oficinas e espaços de convivência. Com o tempo, a Obra cresceu — e com ela cresceu também a esperança de uma comunidade inteira.
De lá pra cá, seis décadas se passaram e a instituição se transformou em um verdadeiro centro de oportunidades. Hoje, 180 crianças frequentam diariamente a Educação Infantil, aprendendo entre risadas e cores o significado de pertencer. No contraturno, 210 estudantes do 1º ao 7º ano participam do Atendimento Educacional Integrado (PAEI), um programa que mistura estudo, música, esportes e sonhos. “É bonito ver quando eles chegam tímidos e, meses depois, estão cantando, jogando, perguntando e, principalmente, acreditando mais em si mesmos”, conta Martins.
A Obra também abre caminhos para o mundo do trabalho. Todos os anos, cerca de 600 jovens e adultos passam pelos cursos de qualificação profissional oferecidos na sede, enquanto adolescentes e jovens participam do programa de aprendizagem profissional, que prepara para o primeiro emprego. Na era digital, o projeto FavelaWare virou destaque ao capacitar 60 jovens em programação e desenvolvimento web. “Queremos que nossos alunos não apenas encontrem trabalho, mas se encontrem em carreiras que façam sentido dentro do mundo em que eles estão inseridos”, explica o Diretor.
Nem só de juventude vive a Obra Pavoniana. O Grupo de Convivência da Pessoa Idosa, que reúne 50 participantes semanalmente, é uma aula viva de alegria e resistência. A Educação de Jovens e Adultos (EJA) também é um símbolo desse espírito: 75 estudantes frequentam as aulas diariamente, provando que nunca é tarde para aprender.
Ao percorrer a história da instituição, é possível enxergar um fio condutor que costura todas as suas ações: o olhar humano. De reformas estruturais à criação de espaços como o Centro de Tecnologia Ludovico Pavoni e o Ateliê de Arte, tudo é pensado para acolher e oferecer dignidade. “As paredes mudaram, mas a essência é a mesma. A cada geração, renovamos o compromisso de transformar realidades”, afirma Martins.
Uma celebração que une música e propósito
Para marcar os 60 anos, a Obra Pavoniana prepara uma celebração à altura de sua história. No dia 29 de novembro de 2025, o Palácio das Artes será tomado pela energia do encontro entre a Orquestra Ouro Preto e o DJ Kvsh. O espetáculo, sob regência do maestro Rodrigo Toffolo, promete fundir o erudito e o eletrônico em um concerto que reflete a própria alma pavoniana — tradicional, mas sempre aberta ao novo.
Mais do que um show, o concerto será uma metáfora do que a instituição representa: harmonia, união e esperança. “A música tem esse poder de nos conectar, assim como a Obra Pavoniana faz há 60 anos”, afirma Toffolo. “Queremos que o público sinta a força dessa história, que vibra em cada acorde e em cada vida transformada”, completa Kvsh.
ORQUESTRA OURO PRETO e DJ KVSH – 60 anos da Obra Pavoniana em Belo Horizonte
Horário: 21h
Endereço: Palácio das Artes – Grande Teatro Cemig. Av. Afonso Pena, 1537 – Centro, Belo Horizonte
Ingressos: https://www.eventim.com.br/event/kvsh-e-orquestra-ouro-preto-palacio-das-artes-20642566/
Instagram: @obrassociaispavonianas
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