Novembro chega cheio de atrações no "Museus Pampulha"

Ao longo do mês, os espaços museais localizados na Pampulha oferecem uma programação que contempla atividades alinhadas ao Mês da Consciência Negra, além de lançamento de livros, abertura de novas mostras, diálogos sobre a produção artística, oficinas criativas e muito mais.

Novembro chegou com tudo no projeto Museus Pampulha. A Prefeitura de Belo Horizonte convida o público a participar de uma série de atividades que, entre outros temas, ressaltam a importância do Mês da Consciência Negra, os processos de acessibilidade nos museus, o pensamento e os diálogos possíveis no contexto da arte contemporânea. Ao longo do mês, o Museu de Arte da Pampulha (MAP), o Museu Casa Kubitschek (MCK) e a Casa do Baile – Centro de Referência de Arquitetura, Urbanismo e Design sediam uma série de ações como conversas com artistas e gestores museais, lançamento de livros, abertura de novas mostras, oficinas criativas e muito mais. Todas as atividades são gratuitas e atingem variados públicos.

O projeto Museus Pampulha é realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura, em parceria com o Instituto Lumiar, na busca pelo fortalecimento das ações realizadas pelos equipamentos museais da Pampulha, por meio de exposições, atividades formativas e apresentações culturais. A programação completa pode ser acessada no site do projeto.

O MCK dá início à programação de novembro celebrando o Mês da Consciência Negra e o Dia da Criatividade na ação “Dando (C)asa à criatividade: oficina de escultura em argila”, conduzida pelo artista visual GABRE, que representa, em suas obras, a pluralidade das emoções de pessoas pretas, especialmente o homem preto, transformando estigmas em novas narrativas. A partir da escultura com argila e do desenho com grafite, os participantes irão experimentar composições inspiradas por trabalhos pregressos do artista, além de rememorar artesanias de Dona Juracy Guerra, antiga moradora da residência e artista autodidata que produziu diversas intervenções no mobiliário hoje pertencente ao acervo do MCK. A oficina acontece no dia 8 de novembro, das 9h às 12h, sem necessidade de inscrição prévia.

No dia 15 de novembro, das 10h30 às 12h30, o MCK segue ressaltando o Mês da Consciência Negra com a oficina “As plantas como memória da diáspora”. Ministrada pelo artista Fernando Costa, a atividade propõe a investigação das plantas de origem africana presentes no jardim do MCK por meio da técnica de impressão gráfica. Mais do que um exercício estético, a prática será um espaço de reflexão sobre memória, ancestralidade e identidade, conectando as plantas da diáspora africana às experiências pessoais e coletivas dos participantes. Ao final, os trabalhos serão expostos em um varal coletivo e cada participante receberá uma muda de planta, como gesto de continuidade da memória viva da diáspora. A classificação é livre e não é necessário se inscrever antes para participar.

A programação do MCK também tem espaço para refletir sobre a acessibilidade nos espaços culturais. No dia 18, às 14h, acontece o workshop “Acessibilidade para pessoas surdas no contexto cultural”, com Ademar Alves Jr. e Rosane Lucas. A ação propõe reflexões e práticas para aprimorar a acessibilidade no Museu, considerando aspectos físicos, comunicacionais e sensoriais. Serão abordados recursos como Libras, audiodescrição e Braille, além de estratégias de mediação acessível, buscando fortalecer o compromisso em oferecer experiências acolhedoras e acessíveis a diferentes públicos.

No dia 22 de novembro, o projeto “Bordando Memórias”, que reúne aproximadamente 100 mulheres, realiza a atividade “Aplicando Memórias: oficina de aplique e relevo em bordado”, no MCK. O “Bordando Memórias” promove o encontro de um grupo que se reúne para bordar, conversar e desvendar a Pampulha. A atividade também é aberta ao público em geral e será realizada das 8h30 às 11h30.

Casa do Baile celebra aniversário

Novembro é mês de comemoração na Casa do Baile, que celebra o 83º aniversário desde sua inauguração, em 1942, quando surgiu como um restaurante dançante. Desde 2002, funciona como espaço museal, o Centro de Referência de Arquitetura, Urbanismo e Design. Entre ações celebrativas e atividades de rotina, o espaço oferece uma série de opções ao longo do mês.

A Casa do Baile recebe, no dia 26 de novembro, às 14h30, o fotógrafo Dú Retratista para a conversa “Da paisagem à memória favelada de BH”, dentro da programação associada à exposição “trans:paisagem”, em diálogo com a série Refavela, do artista Leonardo Finotti. Dú Retratista é um nome fundamental na história visual da periferia de BH, onde há mais de 40 anos documenta, por meio de suas lentes, a vida no Morro do Papagaio, registrando batizados, festas, jogos e outros momentos marcantes. Seu acervo é um patrimônio da memória favelada, preservando cenas e territórios muitas vezes já desaparecidos.

O dia 29 de novembro concentra uma agenda de atividades comemorativas, que acontecem das 16h às 18h. Em comemoração ao aniversário da Casa do Baile, haverá o lançamento da reedição do material educativo “Casa do Baile – Centro de Referência de Arquitetura, Urbanismo e Design”, uma versão atualizada que conta a história do Conjunto Moderno da Pampulha e da Casa do Baile, em sua trajetória de restaurante dançante a um centro de referência. O material, que fica disponível para o manuseio do público e é usado pelos educadores em visitas mediadas, é ilustrado com imagens antigas, em uma espécie de cronologia visual. Para esta edição, além da atualização de imagens e informações, resultados de constante processo de pesquisa, o material avança em questões de acessibilidade e conteúdo elaborado utilizando os preceitos da linguagem simples, tornando-o mais próximo de públicos diversos. A versão digital poderá ser encontrada para download gratuito na Biblioteca Virtual da Fundação Municipal de Cultura, no Portal PBH.

No mesmo dia, dentro das comemorações de aniversário, acontece o lançamento das novas mostras do Espaço Cobogó, espaço expositivo ativado pela equipe educativa que se dedica à mediação cultural da Casa do Baile. Será inaugurado o “Túnel de Memórias” que apresenta o resultado de coletas de memórias afetivas de visitantes da Casa do Baile, de perfis variados, em suas relações com a paisagem cultural da Pampulha, tanto em sentimentos e lembranças relacionadas ao passado, quanto projeções e anseios de futuros, em um mural composto por paisagens múltiplas e pessoais, que se encontram e refletem em um mural coletivo. Já “Cápsula do Tempo” é uma instalação temporária, que permite ao público se encontrar com a história da Casa do Baile, através de fotografias antigas.

E encerrando as celebrações, também no dia 29 de novembro, será realizada a abertura da Mostra “trans:paisagem [diálogos]”, do fotógrafo Dú Retratista. A mostra integra uma série de atividades que compõem a programação associada à exposição “trans:paisagem”, com fotografias de Leonardo Finotti e curadoria de Eder Ribeiro. As atividades, em formatos e dispositivos múltiplos, pretendem estabelecer diálogos entre arquitetura, fotografia, design, urbanismo em relações múltiplas com a cidade e seus territórios. Nome fundamental na história visual da periferia de BH, Dú Retratista terá seus trabalhos expostos no auditório da Casa do Baile até 24 de janeiro.

MAP: reflexões sobre arte contemporânea, curadoria e educação

Em novembro, o Museu da Arte da Pampulha realiza três edições do projeto “Diálogos MAP”, que proporciona encontros entre artistas, gestores, educadores e público em geral, tendo como foco a reflexão de diversas facetas acerca da arte contemporânea.

Abrindo essa programação, no dia 11, às 19h, no Auditório da Escola de Belas Artes da UFMG, acontece o “Diálogos MAP – Curadoria e Musealização da Arte: práticas e perspectivas contemporâneas”, com a participação das professoras da UFMG Carolina Ruoso e Rita Lages, com mediação de Igor Cândido. O encontro propõe refletir sobre como a curadoria e os processos de musealização transformam a arte em experiência pública, além de refletir sobre o papel das instituições, dos curadores e dos artistas na construção de narrativas, na seleção de acervos e na mediação entre obra e público — as dimensões éticas, políticas e poéticas envolvidas em “fazer ver” a arte.

No dia 18 de novembro, às 19h, o Diálogos MAP coloca em debate o tema “A cidade como suporte: perspectivas entre arte urbana e arte contemporânea”, com a participação da artista Julianismo e do galerista Gustavo Maia no espaço Mama Cadela, com mediação do artista e professor Binho Barreto. A proposta desta edição é abordar a relação de interseção entre arte urbana e arte contemporânea, explorando como a arte urbana está inserida nesse contexto, utilizando a cidade como suporte e criando relações de interatividade com o público. O encontro será realizado no Espaço Cultural Mama Cadela.

Para fechar a série de conversas de novembro, acontece no dia 25 de novembro, às 19h, em formato on-line, o “Diálogos MAP: Educação Museal e Arte”, com Daniela Rodrigues (MASP), Adriana Mortara e Daniele Sá (Pedagogia UFMG – FAE). A atividade propõe uma reflexão sobre o papel da arte e dos museus como espaços vivos de educação, diálogo e transformação. A partir das experiências das convidadas, serão discutidas práticas educativas e curadorias participativas que reconhecem o público como coautor da experiência museal. O encontro abordará temas como a arte enquanto experiência educativa, o papel do educador como curador de experiências e as relações entre museu, território e diversidade. O encontro será virtual e aberto ao público, o link de acesso estará disponível no portalbelohorizonte.com.br/museuspampulha.

Novembro no Museus Pampulha

8/11 – 9h às 12h

“Dando (C)asa à criatividade: oficina de escultura em argila”, com o artista visual GABRE

Local: Museu Casa Kubitschek