Atividades ministradas por artistas do festival como Bárbara Elizei, A Banca Crianceira, Priscila Rezende e Iêda Carvalho aproximam público de práticas criativas sobre o lambe; programação da terceira edição vai até dia 18/12
A 3ª edição do Festival Tapume dá sequência à sua vasta programação educativa com as próximas oficinas gratuitas que acontecem até 18/12, em diversos Centros Culturais de Belo Horizonte. Ministradas pelos artistas participantes do festival, as atividades propõem experiências práticas e sensíveis, aproximando públicos de diferentes idades dos processos criativos que orientam cada intervenção urbana.
A próxima oficina será conduzida por Bárbara Elizei, no dia 11/12 (quinta-feira), das 9h30 às 12h, no Centro Cultural Salgado Filho. A artista, cuja obra no festival resgata a força simbólica da agricultura familiar e a interdependência entre interior e capital, propõe em sua oficina uma reflexão sobre território, produção alimentícia e paisagens rurais. A atividade convida o público a confeccionar um zine vinculado à técnica do lambe-lambe, utilizando recortes de revistas e jornais. O objetivo é registrar trajetos, paisagens e imaginários ligados às origens dos alimentos que chegam à mesa. Os participantes serão instigados a observar e imaginar as geometrias das lavouras, a organização dos armazéns e os fluxos que compõem o cotidiano agrícola.
Na sequência, no dia 16/12 (terça-feira), das 18h às 20h, o Centro Cultural Usina de Cultura recebe a oficina “Desenhacidade”, d’A Banca Crianceira, dupla formada por Bela Righ e Thais Azevedo, e reconhecida por desenvolver práticas voltadas à “criançar” os espaços públicos. A atividade, que contará com intérprete de Libras, se estrutura em três momentos: uma roda de encontro entre crianças e adultos para imaginar coletivamente uma cidade possível; a ação prática “Mão no Tapume!”, em que as crianças intervêm com bastões de guache sobre um mapa-lambe, criando novas camadas gráficas para além das linhas urbanas estabelecidas; e a entrega de um postal A5 para que cada participante registre sua própria versão da cidade redesenhada.
Encerrando o ciclo, Priscila Rezende apresenta, no dia 17/12 (quarta-feira), das 15h30 às 17h30, no Centro Cultural Padre Eustáquio, uma oficina baseada em conceitos de body art, land art e earth-body-art, ou seja, formas de arte nas quais o corpo e a paisagem se tornam o suporte direto para a criação. A artista, cuja obra produzida para o festival reflete sobre corpo, natureza e ancestralidade a partir de vivências em territórios como o Quilombo Kalunga, apresenta ao público seu processo de criação e promove reflexões sobre a relação entre o corpo e o ambiente, convidando os participantes a experimentar a arte como extensão da terra, da água e das matérias que sustentam a vida.
Ainda em dezembro, o Centro Cultural Vila Marçola recebe a oficina de Iêda Carvalho (com data a confirmar e a ser divulgada em @festivaltapume). A artista conduz um mergulho no universo das plantas afro-latino-americanas presentes na vida urbana e apresenta uma introdução aos símbolos do alfabeto adinkra do povo Akan. A partir dessas referências, a atividade propõe uma prática que tem a colagem analógica como eixo central, associada ao desenho, resultando na criação de uma obra que mistura fotografia, grafismo e elementos afro e latinos interligados, ampliando a percepção territorial a partir de um viés ecológico e simbólico.
Festival Tapume 2025
Em diálogo com essas práticas educativas, a 3ª edição do Festival Tapume reuniu dez artistas selecionados por uma curadoria feminina, reafirmando o compromisso de ampliar vozes diversas na arte urbana e de expandir a presença do lambe-lambe pela cidade. As obras foram exibidas inicialmente no Circuito Baixo Centro, ocupando espaços como o Centro de Referência da Juventude (CRJ), o Edifício Sulacap, o Edifício Central e a Escola Livre de Artes – ELA. Em seguida, seguiram em itinerância pelo Circuito Transborda, alcançando dez Centros Culturais em todas as regionais de Belo Horizonte, e fortalecendo o propósito de democratizar o acesso à arte urbana, criando novos pontos de encontro entre artistas, territórios e públicos diversos.
Perfil – Leonardo Beltrão
Leonardo Beltrão é o olhar por trás do Festival Tapume, uma ideia que nasceu do encontro entre o #umlambepordia e a Através – Gestão Cultural. Gestor, produtor e escritor, atua desde 2004 no campo da cultura, com passagens por instituições como Inhotim, Sesc Palladium e Secretaria Municipal de Cultura de Belo Horizonte. À frente da Através, dirige o Festival Tapume, o Rango de Rua, o Rango y Rolé, o Comidinhas de Estrada e tudo mais que der vontade de botar na rua. É autor de dois livros, entre eles #UmLambePorDia – Poemas de Muro e Amor, uma coletânea de 120 lambe-lambes impressos em tipografia e espalhados por aí.
Programação das próximas oficinas do Festival Tapume 2025
● 11/12 — Bárbara Elizei
Centro Cultural Salgado Filho — Rua Nova Ponte, 22
Horário: 9h30 às 12h — Classificação: Livre
● 16/12 — A Banca Crianceira (Desenhacidade)
Centro Cultural Usina de Cultura
Horário: 18h às 20h — Classificação: Livre
Atividade acessível em Libras
● 17/12 — Priscila Rezende
Centro Cultural Padre Eustáquio — Rua Jacutinga, 550
Horário: 15h30 às 17h30 — Classificação: Livre
● Iêda Carvalho (data a confirmar, divulgação em @festivaltapume)
Centro Cultural Vila Marçola — Classificação: Livre




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