Conheça o jogo que faz sucesso entre professores e alunos – 3/11

 Jogo faz sucesso entre professores e alunos. Exemplares se esgotaram em menos de um mês após o lançamento

A agenda da pesquisadora das relações raciais e desenvolvedora de jogos pedagógicos, que também é compositora e cineasta, Sara Fernandes Soares, mais conhecida como Sara Negritri, está cada dia mais lotada de compromissos depois do lançamento do Jogo da Pedagógico “Adinkra-Tri: jogo da memória dos ancestrais”. Nesta quarta-feira, dia 3 de dezembro, pela manhã, ela realiza palestra e dinâmica com estudantes do Centro Pedagógico da UFMG e à tarde, para professores e gestores da educação na Fae/UFMG.  Lançado no início de novembro, a primeira edição do jogo já foi esgotada, mas novos exemplares já foram solicitados. 

O jogo consiste em uma atividade lúdica e educativa que convida os participantes a reconstruírem a memória dos anciãos africanos e, simbolicamente, a recuperarem a sabedoria ancestral. Seu conceito demonstra que quem vence o jogo não é apenas quem tem mais acertos, mas quem demonstra sabedoria, generosidade e espírito comunitário.  No Total são 52 cartas e o Jogo da Pedagógico Adinkra-Tri: jogo da memória dos ancestrais também possui um manual que detalha suas regras.

Para jogar é necessário formar pares de símbolos iguais e aprender seus significados. Quem acertar dois pares seguidos torna-se “o sábio da vez” e quem doa sua jogada ganha pontos extras por demonstrar cooperação e autocontrole.  O jogo, que é indicado para pessoas a partir dos 7 anos, também possui um manual que detalha as regras do jogo.

Eventos -Para a pesquisadora das relações raciais e desenvolvedora de jogos pedagógicos, está sendo convidada para participar de atividades tanto com crianças como professores em diversas escolas e entidades culturais e sociais de Minas Gerais. “Esses momentos visam fornecer aos participantes instrumentos concretos para renovarem suas abordagens pedagógicas e promover um ensino antirracista mais eficaz e significativo”, explica a pesquisadora das relações raciais. 

Na quarta-feira, dia 3 de dezembro pela manhã, a atividade será com as crianças do Centro Pedagógico da UFMG. A dinâmica deste horário será bem simples. Num primeiro momento a autora do Jogo irá explicar como foi o processo criativo para elaboração dele e como se joga.  Ela vai interagir com os alunos que ganharam o primeiro lugar na FEBRAT com um projeto chamado “Afro Brincando”. Esses alunos também conversam com os intercambistas africanos de Angola e de Moçambique. “Entendo que eles serão multiplicadores deste trabalho”; ressalta Sara. 

A tarde; ela participa de uma exposição Jogo da Pedagógico “Adinkra-Tri: jogo da memória dos ancestrais, com educadores, pesquisadores e profissionais da área cultural para discutir e explorar o potencial da ludicidade deste jogo e como ele poderá ser utilizado como ferramenta no desenvolvimento de ações antirracistas.  Essa ação acontece na FAE/UFMG, a partir das 14h.

SITE –  O diferencial que vai contribuir para combater os estereótipos sobre a cultura africana que ainda existe na educação brasileira é que haverá um site para que as pessoas aprendam a pronunciar os nomes dos Adinkras da forma que é proferido em Gana.  E o melhor, na voz de dois africanos; uma moçambicana e um ganense. 

De acordo com Sara Negritri; Adinkras são símbolos visuais originários do povo Akan, de Gana (África Ocidental), que representam conceitos filosóficos, morais, espirituais e sociais. Cada símbolo expressa um provérbio, um ensinamento ou um valor ancestral. “Eles são usados há séculos em tecidos, cerâmicas, jóias e construções, servindo como uma linguagem gráfica de sabedoria, memória e identidade”, esclarece. 

Ela acrescenta ainda que os Adinkras são ferramentas de resistência e afirmação cultural. “Eles preservam a filosofia africana, transmitindo conhecimentos que sobreviveram à diáspora, à colonização e ao apagamento cultural. Ao reconhecer e estudar os símbolos Adinkra, fortalecemos a memória histórica dos povos africanos e das comunidades afrodescendentes, valorizamos saberes que ensinam valores de coletividade, ancestralidade, equilíbrio e respeito à vida”, acrescenta. 

O jogo busca valorizar o legado dos povos africanos; inserir saberes tradicionais na educação; estimular cooperação, empatia e memória coletiva; além de contribuir com a execução da Lei 10.639/2003, que torna obrigatório o ensino da história e cultura africana e afro-brasileira nas escolas.

Além de ser mestranda em Educação pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), Sara Negritri possui uma trajetória marcada pela criação de obras que integram arte, ancestralidade e educação. Ela participou dos eventos “Diálogos sobre a Saúde Mental da População Negra” e o “Julho das Pretas”, além disso é autora do livro “Samba e Pandemia: 2021 — O Ano em que o Samba Parou”.

FORMA DE JOGAR O ADINKRA- TRI EM DETALHES 

Introdução:  Somente o sábio é capaz de desatar o nó da sabedoria.

Existe um provérbio africano que diz: “Quando um idoso morre, uma biblioteca é queimada.”

Isso significa que, com a morte de um ancião sábio, desaparecem também seus saberes, experiências e histórias; ou seja; os tesouros de um povo.

Neste jogo, um casal de idosos sábios acaba de falecer. Eles guardavam conhecimentos secretos, valiosos sobre como viver bem e ajudar a comunidade a viver melhor. Eles tinham os segredos de desatar o nó da sabedoria.

Missão do Jogo – Recuperar a memória dos idosos sábios através do Jogo da Memória Adinkra- Tri, e assim se tornar um sábio capaz de desatar o nó da sabedoria.

REGRAS DO JOGO

1-Organização das cartas

Espalhe todas as cartas sobre a mesa, formando fileiras, com as imagens viradas para baixo.

2-Turno de jogo

Cada jogador tem direito a uma tentativa por rodada para formar um par de símbolos iguais.

3-Continuação de jogada

Se o jogador acertar o par, ele pode jogar novamente.

4-O sábio da vez

O jogador que acertar duas vezes seguidas torna-se o Sábio da Vez.

5-O poder do sábio

O Sábio da Vez pode escolher entre jogar mais uma vez ou doar sua jogada para outro jogador.

6-Sabedoria compartilhada

Se o Sábio da Vez doar a sua vez a outro jogador, ele ganha 2 pontos extras pela generosidade e espírito de cooperação.

7-Vitória do sábio verdadeiro

8-Ao final do jogo, vence o jogador com maior pontuação usada como Sábio da Vez.

Ele demonstrou ter aprendido o verdadeiro sentido da sabedoria: cooperar, controlar seus impulsos e pensar no bem coletivo, ou seja, desatou o nó da sabedoria.

Palestra para alunos 

Dia: 3 de novembro

Horário:  9h

Local: Centro Pedagógico da UFMG 

Quanto: Gratuito e fechado para alunos 

Exposição do Jogo da Pedagógico Adinkra-Tri

Dia: 3 de novembro de 2025

Horário:  14h

Local: FAE/UFMG 

Quanto: Gratuito