Estreia do espetáculo “enquanto ainda há” 16/12

Espetáculo “enquanto ainda há” faz estreia em dezembro em Belo Horizonte

Dirigida por Carolina Cândido, a montagem propõe uma experiência imersiva cruzando teatro, neurociência afetiva e visualidade. A peça fica em cartaz de 16 a 21 de dezembro, na Funarte.

O espetáculo “enquanto ainda há” estreia em Belo Horizonte no dia 16 de dezembro, com apresentações até o dia 21, noGalpão 4 da Funarte MG. Comdireção de Carolina Cândidoassistência de Flor Barbosaedramaturgia de Arthur Barbosa e da própria diretora, a montagem reúne Anselmo Bandeira, Camila Félix e Camila Furtunato, em uma produção que convida o público a um mergulho sensorial e psicológico nas fronteiras entrememória, afeto e consciência. A realização é da dois pontos: Plataforma Artística e as apresentações acontecem nos dias 16, 17, 18 e 19.12, terça a sexta, às 20h30, e nos dias 20 e 21.12, sábado e domingo, às 19h30. Ingressos antecipados: R$30,00 inteira e R$15,00 meia entrada (primeiro lote, exclusivo no  Sympla). Virada de lote a partir do dia 15 de dezembro (vendas no site Sympla e na bilheteria da Funarte).

Este projeto é realizado com recursos da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB) e apoio do Ministério da Cultura, do Governo Federal e do Governo de Minas Gerais/Secult-MG. O espetáculo tem apoio do PROGRAMA FUNARTE ABERTA 2025 – OCUPAÇÃO DOS ESPAÇOS CULTURAIS DA FUNARTE.

A peça se passa no instante entre o impacto e o silêncio – o lapso de tempo em que a mente do personagem, um terapeuta que acaba de sofrer um acidente, tenta reorganizar os fragmentos de sua vida. “É uma ficção dentro da mente de um homem em colapso”, explica o ator Anselmo Bandeira. “O personagem tenta reconstruir o dia do acidente, os amores, as culpas, as conversas interrompidas e tudo o que o define, antes que o cérebro se apague de vez”, complementa.

A narrativa se estrutura de forma não linear, como um quebra-cabeça de lembranças em que três vozes – Maia, a esposa (Camila Furtunato), Samira, a amante (Camila Félix) e Gilberto, o paciente (Anselmo Bandeira) – orbitam em uma consciência fragmentada. Cada um deles representa uma dimensão do personagem: o controle, o desejo e a dor. “Esses personagens são partes de um todo. Quando essas três vozes se cruzam, o espetáculo atinge o ponto em que razão, emoção e corpo colidem, e já não há retorno”, conta a diretora, Carolina Cândido.

Mais do que um retrato de um homem em crise, “enquanto ainda há” reflete sobre a fragilidade das relações humanas e o esgotamento afetivo da contemporaneidade. A peça propõe uma reflexão sobre a tentativa de controlar o que se sente e o preço de não se permitir sentir. “O espetáculo fala sobre todos nós, que vivemos tentando equilibrar o que mostramos e o que sentimos. É um convite à pausa, à pergunta sobre o que ainda há de vivo dentro de cada um”, afirma Carolina Cândido.

O texto tem atravessado o elenco e provocado reflexões internas. “O espetáculo fala sobre as relações humanas, principalmente sobre como as escolhas de uma pessoa impactam na vida da outra. E construir uma personagem que está constantemente pensando no outro, se colocando em segundo plano e lidando com os desdobramentos das decisões do outro, tem sido desafiador e uma oportunidade para refletir”, diz Camila Furtunato. “É uma reflexão sobre as nossas escolhas e como lidamos com as consequências. Será que estou tomando as decisões coerentes com o meu coração? Ou estou apenas sendo levada pela vida? É preciso ter coragem de escolher o que o coração aponta e, se necessário, voltar atrás quando a gente sente que se perdeu”, completa Camila Félix.

O projeto nasceu de uma conversa entre Anselmo Bandeira e o iluminador Gabriel Corrêa, em 2019, sobre como homens lidam com suas emoções em uma sociedade machista. A ideia amadureceu ao longo dos anos e, em 2024, ganhou nova dimensão, sob a direção de Carolina Cândido, que propôs ampliar o debate sobre a afetividade contemporânea com um olhar mais plural e sensível. “A partir da provocação da Carolina, entendemos que falar sobre os afetos masculinos não era restringir o tema aos homens, mas expandi-lo para todas as relações”, comenta Anselmo Bandeira.

O espetáculo cruza o teatro com linguagens da estética fragmentada, artes visuais e a neurociência afetiva para criar uma experiência imersiva. O resultado é uma encenação entre a realidade e o delírio, em que corpo e tempo se dissolvem. É um mergulho nas fronteiras da memória e consciência, onde a dúvida entre o real e o ficcional são peças-chave de um quebra-cabeça de reflexões. A plateia poderá, então, atentar como as emoções interferem na nossa mente, desde a percepção até como agimos. “‘enquanto ainda há’ é uma travessia pela consciência humana diante do fim, um chamado ético e poético ao público: o que você ainda pode fazer enquanto ainda há tempo?”, diz Carolina Cândido.

Além da luz, de Gabriel Corrêa, o espetáculo ganha formas em diversas camadas visuais. Flor Barbosa, design de movimento do espetáculo e assistente de direção, desenha no corpo do elenco a narrativa e as dimensões que ocupam cada um dos personagens, enquanto o Luiz Dias, que assina a Direção de Arte, aprofunda os papéis vividos pelos personagens, palpavelmente em cena, sem perder a fragmentação proposta na narrativa. Enquanto o Barulhista, assina a Trilha Sonora, que preenche e amplia os vazios que atravessam as relações dos personagens.

Estreia do espetáculo “enquanto ainda há”

Data: 16 a 21 de dezembro de 2025

Local: Funarte MG – Galpão 4 (Rua Januária, 68 – Centro, Belo Horizonte)

Horário: terça a sexta, às 20:30, sábado e domingo, às 19:30

Classificação: 16 anos

Duração: 70 minutos

Ingressos antecipados: 30,00 inteira e 15,00 meia (primeiro lote). Exclusivo no site Sympla.

 Virada de lote a partir do dia 15 de dezembro. Vendas no site Sympla e na bilheteria da Funarte.