Seminário discute o presente e o futuro da dança afrodiaspórica e africana em BH

Seminário Ìrántí Dança, Território, Saberes E Ancestralidade” reúne mestres e mestras da dança afro-mineira, neste domingo, 3/12, com atrações de dança, mesas temáticas e shows sobre a dança afro 

Valorizar e reconhecer a trajetória de mestres e mestras de diversas gerações da dança afro diaspórica e africana em Belo Horizonte. Esta é a proposta do “Seminário Ìrantí Dança, Território, Saberes e Ancestralidade”, ação continuada do Festival de Arte Negra de Belo Horizonte – FAN BH 2023, que acontece, neste domingo, 3 de dezembro, no Teatro Francisco Nunes. Fruto da provocação e articulação da sociedade civil, artistas, mestres e mestras, grupos e coletivos da Dança Afro da cidade de Belo Horizonte, o evento propõe a reflexão e celebra o encontro entre os mais novos e os mais velhos. A programação é um convite à vivência em que o tambor pulsa junto aos corpos que constroem a história da dança afro em Minas Gerais e em outros estados do Brasil. Com entrada gratuita, o Seminário é realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura, em parceria com o Instituto Lumiar.

Inspirado no ideograma africano Sankofa, no movimento de retornar, o seminário provoca o público e artistas a revisitar e aprender com o passado, entender o presente e projetar o futuro da dança afro diaspórica e africana em Belo Horizonte, a partir de um cortejo, mesas temáticas, shows, performance, entre outras atividades. 

Para a Secretária Municipal de Cultura, Eliane Parreiras, a realização de ações continuadas do FAN BH é um importante avanço para a política pública cultural. “É com grande satisfação e compromisso que objetivamos proporcionar aos trabalhadores da cultura e ao público da cidade um Seminário que valoriza as mestras e os mestres fundamentais na história da dança afro em Belo Horizonte. É a memória da cidade dialogando com a produção contemporânea na dança afro. Com toda sua potência cultural e artística, essa é uma ação que contribui para a formação de público e fortalece o setor artístico da cidade”.

Já a presidente da Fundação Municipal de Cultura, Luciana Féres, ressalta a singularidade do seminário: “Este evento reafirma a importância de dar destaque à afrodescendência na dança e em outros ambientes artísticos de produção cultural. É mais uma atividade que reforça as políticas públicas para a cultura negra implementadas pela Prefeitura de Belo Horizonte, cumprindo o papel de valorizar e promover as identidades socioculturais de matrizes africanas”.

Suellen Sampaio, profissional da dança afro e coordenadora geral do seminário, explica como será o evento: “Para nós da dança afro, o seminário tem como intuito resgatar discussões para além de movimento enquanto dança, mas também construir diálogo através da tradição da oralidade. Junto aos mestres e às mestras, o evento desperta vários sentidos do que a dança é e do o que ela pode ser – nesse movimento de passado, presente e futuro.  É sobre pensar e celebrar a dança afro, que foi conduzida pela Marlene Silva e que hoje perpassa por vários corpos, como Evandro Passos, Junia Bertolino, Carlos Afro, Marilene Rodrigues, Mestre João, entre outros. É fundamental registrar na história a importância dessas pessoas bem como o que elas têm a nos contar, quais as suas histórias, trajetórias, de onde vieram, porque vieram e todos os motivos que as fazem ser artistas”.

Homenagem à Marlene Silva – Com oito horas de programação, o evento também fará uma homenagem à Marlene Silva, precursora da dança afro em Belo Horizonte e em Minas Gerais, que faleceu em 2020 aos 83 anos. 

Para Júnia Bertolino, fundadora da Cia Baobá Minas, “Marlene Silva é, sobretudo, a precursora da dança afro em Minas Gerais. Tanto que nossos atuais mestres – Evandro Passos, Mestre João, Carlos Afro – aprenderam com ela, tiveram a oportunidade de beber nessa fonte de Marlene Silva. Se inspirar nessa grande mulher que considero ser o melhor feminino, a melhor música, o melhor palco.”

Programação

O Bloco Magia Negra abre as atividades, às 13h, com cortejo da entrada principal do Parque Municipal até o Teatro Francisco Nunes. Na sequência, a mestra de cerimônia Sandrinha Flávia convida Carlos Afro, Evandro Passos, Contramestra Flávia Soares, Júnia Bertolino, Marilda Cordeiro, Marilene Rodrigues, Madu Santos e Mestre João para a primeira mesa do dia: “Mestres E Mestras “Passado, Presente E Futuro Da Dança Afro”, que tem como mediadora Flávia Tambor. A segunda mesa será composta por Camilo Gan, Gal Duvalle, Jefferson Gomes, Jocasta Roque, José Nilson, Mamour Ba, Márcio Martins e Antônia Carlos Negãozão, sob mediação de Babilak Bah, com o tema Percussionistas “Ritmo, Dança E Sincronia”. 

Em homenagem à Marlene Silva, haverá o lançamento do Portal Memorial Marlene Silva e a exibição do curta-metragem “O legado de Marlene Silva: pele negra, dança negra”, de Elaine do Carmo. O público também assistirá apresentações de dança dos grupos Cia Primitiva, Cia Baobá Minas, Cia Bataka, Odum Orixás e do Coletivo Adayeba. 

Já as performances solos dos dançarinos Charles Charles Davidson, Freddy Áfric, Lú Silva, Wallace Guedes e Yami Aledi Gangah Sandra Vilela marcam o intervalo para o café coletivo do MandakNega. O seminário também recebe shows do Samba da Meia Noite e Conexão African Beat.

SEMINÁRIO ÌRÁNTÍ DANÇA, TERRITÓRIO, SABERES E ANCESTRALIDADE

13h – CORTEJO DE ABERTURA –  ARRASTÃO BANDA DE RUA DO BLOCO AFRO MAGIA NEGRA

13h45 – 1ª MESA – MESTRES E MESTRAS “PASSADO, PRESENTE E FUTURO DA DANÇA”

Mediadora: Flávia Tambor

1. Carlos Afro

2. Evandro Passos

3. Contramestra Flávia Soares

4. Júnia Bertolino

5. Marilda Cordeiro

6. Marilene Rodrigues

7. Mestre João 

8. Madu Santos

15h15 – LANÇAMENTO DO PORTAL MEMORIAL (ACERVO PESSOAL) MARLENE SILVA E EXIBIÇÃO DO CURTA-METRAGEM “O LEGADO DE MARLENE SILVA: PELE NEGRA, DANÇA NEGRA”, DE ELAINE DO CARMO

15h50 – APRESENTAÇÃO CIA PRIMITIVA DE ARTE NEGRA

16h10 – APRESENTAÇÃO CIA BAOBÁ MINAS

16h30 – INTERVALO – CAFÉ COLETIVO MandakNega

PERFORMANCES 

Charles Charles Davidson, Freddy Áfric, Lú Silva, Wallace Guedes e Yami Aledi Gangah Sandra Vilela

17h – SHOW CONEXÃO AFRICAN BEAT

17h35 – 2º MESA – PERCUSSIONISTAS RITMO, DANÇA E SINCRONIA

Mediador: Babilak Bah

1. Camilo Gan

2. Gal Duvalle

3. Jefferson Gomes

4. Jocasta Roque

5. José Nilson

6. Mamour Ba

7. Márcio Martins

8. Antônio Carlos – Negãozão 

19h05 – APRESENTAÇÃO CIA DE DANÇA BATAKA

19h25 – APRESENTAÇÃO ASSOCIAÇÃO CULTURAL ODUM ORIXÁS  

19h45 – APRESENTAÇÃO COLETIVO ADAYEBA

20h15 – SHOW SAMBA DA MEIA NOITE

Outras atividades – Ainda em dezembro, cerca de 50 alunos de duas escolas municipais de Belo Horizonte participarão de atividades que celebram a ancestralidade e africanidade com os dançarinos Yami Aledi Gangah Sandra Vilela e Charles Davidson. Essa ação será destinada especificamente aos alunos das aulas. As atividades do “Seminário Ìrántí Dança, Território, Saberes E Ancestralidade” fazem parte da ação Continuada do Festival de Arte Negra de Belo Horizonte – FAN BH 2023.

O que? SEMINÁRIO ÌRÁNTÍ DANÇA, TERRITÓRIO, SABERES E ANCESTRALIDADE

Quando: 3 de dezembro (domingo) – 13h às 21h

Onde: Teatro Francisco Nunes (Av. Afonso Pena, 1.321 – Centro/BH)

Entrada: gratuita – sujeito à lotação do espaço