Filme será exibido gratuitamente em sessão especial no Cine Santa Tereza, em Belo Horizonte, com foco na inclusão, na escuta e na pluralidade dos corpos
No dia 13 de junho, sexta-feira, o Cine Santa Tereza, em Belo Horizonte, recebe duas sessões do curta-metragem “Mouco: Um Quase Documentário Sobre Outras Audições”, de Uyan Vilela. A primeira exibição, às 14 horas, é voltada para uma escola de pessoas com deficiência auditiva. Já a segunda, aberta ao público em geral, acontece às 20h, com entrada gratuita e classificação livre.
Com duração de 26 minutos e formato híbrido, o filme é uma extensão do trabalho cênico “Mouco: Uma Dança para a Sociedade” e propõe uma experiência sensível que desloca a lógica tradicional da percepção e do convívio social. Por meio de imagens, danças, gestos e depoimentos, a obra oferece um mergulho poético nas múltiplas formas de escuta — especialmente aquelas que não passam pela audição.
Com direção de Ítalo Augusto, o filme é protagonizado por Uyan Vilela, tem roteiro de Esther Az, Luisa Machala, Uyan e Ítalo, o documentário apresenta relatos de artistas, professores, profissionais da acessibilidade e pessoas com deficiência, muitos deles diretamente envolvidos com a obra cênica original. A narrativa é entrelaçada por uma trilha sonora original de Fellipe Martins e uma direção de arte afetuosa assinada por Esther Az.
É a partir de Uyan Vilela — artista da dança, do circo e pessoa com deficiência auditiva — que o filme acontece. “Não se trata apenas de estar presente. É preciso pertencer, fazer parte ativa dos processos de criação, decisão e atuação. Mouco é um grito de pertencimento que atravessa a escuta e desestabiliza a normatividade corporal”, destaca o diretor.
“Mouco é, antes de tudo, uma proposta de deslocamento. Deslocar o olhar, a escuta, a escuta do olhar. Um convite para repensar os critérios que definem o que é considerado ‘normal’ no corpo e nas artes”, afirma o diretor Ítalo Augusto.
A fala crítica e poética do ensaísta e professor Paulo Caetano também compõe a obra, contribuindo com reflexões sobre inclusão, identidade e empatia. Um dos momentos marcantes do filme é a participação especial de Théo Henriques, sobrinho do artista, que simboliza o afeto como ferramenta de escuta e acolhimento.
“Mais do que um produto audiovisual, Mouco é movimento. Um gesto político e poético que exige do espectador outra disposição para ver e ouvir”, define Augusto. “O documentário se constrói no entre – entre a obra e o mundo, entre a norma e a exceção, entre a escuta e o silêncio.”
Ao propor uma inversão da lógica hegemônica do corpo, o filme convida o público a experimentar uma nova ética da presença – uma presença que não deseja apenas ser contemplada, mas efetivamente integrada à sociedade e à arte. “Mouco não é um fim. É insistência. É continuidade. É presença que não recua. É o corpo que se faz linguagem, provocação e possibilidade“, finaliza o diretor.
Exibição do filme “Mouco: Um Quase Documentário Sobre Outras Audições”
📍 Local: Cine Santa Tereza
📌 Endereço: Praça Duque de Caxias, 562 – Santa Tereza, Belo Horizonte (MG)
📅 Data: Quinta-feira, 13 de junho de 2025
🕒 Horários:
• Sessão exclusiva para escola de pessoas com deficiência auditiva: 14h
• Sessão aberta ao público: 20h
🎟️ Entrada: Gratuita
🔞 Classificação etária: Livre
Adicionar Comentários