Filarmônica de Minas Gerais homenageia Rossini na última apresentação da série “Fora de Série” neste ano

Com regência do maestro Fabio Mechetti, Orquestra interpreta peça original do compositor italiano e apresenta releituras feitas por Respighi e Britten

Encerrando a série Fora de Série na Temporada 2023, a Filarmônica de Minas Gerais faz homenagem exclusiva a Gioacchino Rossini. Primeiramente, interpretando uma peça original do compositor italiano, Sonata nº 5 em Mi bemol maior. Em seguida, por meio da magistral utilização de várias de suas obras, refletidas na alegria incontida de La boutique fantasque de Respighi e nas suítes de Britten, Matinées Musicales, op.24, e Soirée Musicales, op. 9. Neste ano, com o tema Segundas Opiniões, a série “Fora de Série explorou como os compositores contribuíram com novas interpretações de obras de outros artistas. A última apresentação do ano, desta série, será no sábado, dia 9 de dezembro, às 18h, na Sala Minas Gerais, com regência do maestro Fabio Mechetti, Diretor Artístico e Regente Titular da Filarmônica de Minas Gerais. Os ingressos estão à venda no site www.filarmonica.art.br e na bilheteria da Sala Minas Gerais.

Este projeto é apresentado pelo Ministério da Cultura e Governo de Minas Gerais, e conta o patrocínio da Porto Seguro e da ArcelorMittal, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Apoio: Circuito Liberdade. Realização: Instituto Cultural Filarmônica, Secretaria Estadual de Cultura e Turismo de MG, Governo do Estado de Minas Gerais, Ministério da Cultura e Governo Federal.

Maestro Fabio Mechetti, Diretor Artístico e Regente titular

Desde 2008, Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, sendo responsável pela implementação de um dos    projetos mais bem-sucedidos no cenário musical brasileiro.

Ao ser convidado, em 2014, para o cargo de Regente Principal da Orquestra Filarmônica da Malásia, Fabio Mechetti tornou-se o primeiro regente brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática. Depois de quatorze anos à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville, Estados Unidos, atualmente é seu Regente Titular Emérito. Foi também Regente Titular da Sinfônica de Syracuse e da Sinfônica de Spokane. Desta última é, agora, Regente Emérito.

Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Da Orquestra Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente.

Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Orquestra Sinfônica de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais de verão nos Estados Unidos, entre eles os de Grant Park em Chicago e Chautauqua em Nova York.

Vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, na Dinamarca, Mechetti dirige regularmente na Escandinávia, particularmente a Orquestra da Rádio Dinamarquesa e a de Helsingborg, Suécia. Na Finlândia, dirigiu a Filarmônica de Tampere; na Itália, a Orquestra Sinfônica de Roma e a Orquestra do Ateneo em Milão; na Dinamarca, a Filarmônica de Odense e na Argentina a Filarmônica do Teatro Colón.

No Brasil, foi convidado a dirigir a Sinfônica Brasileira, a Estadual de São Paulo, as orquestras de Porto Alegre e Brasília e as municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro. Trabalhou com artistas como Alicia de Larrocha, Thomas Hampson, Frederica von Stade, Arnaldo Cohen, Nelson Freire, Emanuel Ax, Gil Shaham, Midori, Evelyn Glennie, Kathleen Battle, entre outros.

Em 2023, estreou no Festival Casals com a Sinfônica de Porto Rico e voltou a se apresentar com a Orquestra Sinfônica Nacional da Colômbia, em Bogotá.

Repertório

Gioachino Rossini (Pesaro, Itália, 1792 – Passy, França, 1868) e a obra Sonata nº 5 em Mi bemol maior (1804)

As seis sonatas para cordas de Rossini foram todas escritas em 1804, quando o músico tinha apenas 12 anos. Um comerciante chamado Agostino Triossi convidou o jovem prodígio para sua casa de campo em Conventello, na região norte da Itália, e pediu que as escrevesse para que pudesse tocá-las no seu instrumento de preferência, o contrabaixo. Segundo o próprio Rossini, todas elas foram finalizadas em um espaço de apenas três dias. Mais tarde na vida, o compositor desdenhou de seus esforços de infância, acusando seu desconhecimento de harmonia na época, mas uma escuta atenta revela que as sonatas já apontavam para o brilho que tornaria as suas óperas tão populares nas décadas seguintes. A Sonata em Mi bemol maior é aberta com um tema principal executado pelos violinos e acompanhado pelo contrabaixo, para depois introduzir um tema secundário a cargo do violoncelo. O segundo movimento é mais lento e dramático, enquanto o terceiro é alegre e contagiante, encerrando a obra com um contentamento tipicamente rossiniano.

Benjamin Britten (Lowestoft, Inglaterra, 1913-1976) e a obra Matinées musicales, op.24 (1941)

As Matinées Musicales de Britten são uma espécie de continuação de outra obra sua escrita cinco anos antes, as Soirées Musicales. Em 1939, às vésperas da entrada do Reino Unido na Segunda Guerra Mundial, Britten decide se mudar para os Estados Unidos com o tenor Peter Pears, seu companheiro no amor e em muitas parcerias artísticas. Já integrado aos circuitos culturais da nova casa, o compositor foi convidado, em 1941, pelo diretor da Companhia Americana de Balé, Lincoln Kirstein, a escrever uma nova suíte inspirada em temas de Rossini, à moda das Soirées Musicales, para o novo espetáculo do coreógrafo George Balanchine. As Matinées seguem a mesma estrutura da irmã mais velha: os três movimentos centrais são baseados em peças das Soirées Musicales originais de Rossini, compostas entre 1830 e 1835; o primeiro movimento é inspirado no “Pas de six” do 1º ato de Guilherme Tell; e o quinto e último movimento bebe da coleção de estudos vocais Gorgheggi e Solfeggi, de 1827. A suíte de Britten foi estreada na turnê sul-americana da Companhia Americana de Balé, em 1941, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. 

Ottorino Respighi (Bolonha, Itália, 1879 – Roma, Itália, 1936) e a obra La boutique fantasque: Suíte (1918)

Respighi sempre se interessou por revisitar os antigos mestres da música italiana, e, no final dos anos 1910, estava particularmente engajado no estudo de obras para piano solo que Rossini escreveu no fim da vida. Com esse material em mãos, procurou o diretor dos Balés Russos, Sergei Diaghilev, que, por sua vez, já estava desenvolvendo com o coreógrafo Léonide Massine um espetáculo sobre a história de amor de dois bonecos de brinquedo que ganham vida. Coincidentemente, Respighi também vivia, naquele momento, um romance com sua aluna Elsa, com quem se casaria em janeiro de 1919. Talvez essa tenha sido a fonte de inspiração para o brilhante trabalho que o compositor realizou a partir das peças de Rossini, já detentoras de alto grau de excelência por si só. O encontro dos talentos de ambos fez com que a música criada para o balé capturasse perfeitamente a magia fantasiosa de uma loja de bonecos encantados. La boutique fantasque estreou no Teatro Alhambra de Londres, em junho de 1919. Seu imenso sucesso ajudou a construir o caminho que levou Respighi à fama internacional na década seguinte, consolidada por obras como Pinheiros de Roma (1923), Os Pássaros (1927) e Festivais Romanos (1928).

Benjamin Britten (Lowestoft, Inglaterra, 1913-1976) e a obra Soirée Musicales, op. 9 (1936)

Em 1935, Britten começou a compor trilhas sonoras para os filmes institucionais da GPO Film Unit, um departamento de produção audiovisual do então serviço de correio britânico. Para um desses filmes, o curta-metragem The tocher (“O dote”), ele se inspirou em um conjunto de árias e duetos de câmara escritos por Rossini no início da década de 1830 – uma escolha curiosa, dada a discrepância da obra de ambos, pelo menos à primeira vista. Em 1936, Britten decidiu retrabalhar a peça para orquestra, adicionando dois novos movimentos e lhe conferindo o mesmo nome da coletânea original de Rossini: Soirées Musicales (“Noites Musicais”). Escrito quando o compositor italiano já havia se aposentado da produção operística que o consagrou, o material transita por vários ânimos, do dramático ao festivo, com melodias ricas, que são aproveitadas com inteligência por Britten nos três movimentos centrais (de cinco). O movimento de abertura, por sua vez, é inspirado na marcha dos soldados do 3º ato de Guilherme Tell, uma das óperas mais famosas de Rossini. A suíte se encerra de maneira dançante, com uma típica tarantela siciliana, construída a partir do tema de um dos seus Três coros religiosos, “La charité” (“A caridade”).

Fora de Série

Segundas Opiniões – Inspirações na obra de Rossini

9 de dezembro – 18h

Sala Minas Gerais

Fabio Mechetti, regente

ROSSINI                      Sonata nº 5 em Mi bemol maior

BRITTEN                      Matinées Musicales, op. 24

ROSSINI / Respighi     La boutique fantasque: Suíte

BRITTEN                      Soirée Musicales, op. 9

INGRESSOS:

R$ 50 (Coro), R$ 50 (Terraço), R$ 50 (Mezanino), R$ 70 (Balcão Palco), R$ 90 (Balcão Lateral), R$ 120 (Plateia Central), R$ 155 (Balcão Principal) e R$ 175 (Camarote).

Ingressos para Coro e Terraço serão comercializados somente após a venda dos demais setores.

Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.

Informações: (31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br

Bilheteria da Sala Minas Gerais

Horário de funcionamento

Dias sem concerto:

3ª a 6ª — 12h a 20h

Sábado — 12h a 18h 

Em dias de concerto, o horário da bilheteria é diferente:

— 12h a 22h — quando o concerto é durante a semana 

— 12h a 20h — quando o concerto é no sábado 

— 09h a 13h — quando o concerto é no domingo

São aceitos:

  • Cartões das bandeiras Elo, Mastercard e Visa
  • Pix

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