CCBB BH inaugura exposição A.R.L. Vida e Obra 24/01 a 18/03

CCBB BH INAUGURA, NO DIA 24 DE JANEIRO, EXPOSIÇÃO “A.R.L. VIDA E OBRA”, QUE PERCORRE PRODUÇÃO ARTÍSTICA DE ANTÔNIO ROSENO DE LIMA

MOSTRA RESSALTA A SENSIBILIDADE E AS ASPIRAÇÕES DO NORDESTINO QUE VIVEU NA FAVELA TRÊS MARIAS ATÉ A SUA MORTE

O Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte – CCBB BH inaugura no dia 24 de janeiro a exposição “A.R.L. Vida e Obra”, que se aprofunda na produção de Antônio Roseno de Lima. O artista de Alexandria (RN), morou na favela Três Marias, em Campinas (SP), até a sua morte, em junho de 1998. A.R.L., como assinava nas pinturas, coloria seu barraco com obras comoventes, que partiam de materiais precários, a maioria encontrada no lixo. A curadoria da exposição é de Geraldo Porto, artista plástico e professor doutor do Instituto de Artes – UNICAMP. A exposição tem estreia nacional em Belo Horizonte e depois segue para os Centros Culturais Banco do Brasil em Brasília (DF), São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ).

Roseno não recebeu o devido reconhecimento em vida, participando de poucas exposições, sendo a primeira individual na Casa Triângulo (SP) em 1991, seguida pela coletiva “A pintura em Campinas: o contemporâneo no Centro de Informática e Cultura”, em 1992.  Ainda fez uma individual na Cavin Morris Gallery, em Nova Iorque, em 1995. Apresentado por jornais como favelado, semianalfabeto e doente, A.R.L. reagiu a tais rótulos escrevendo em vários quadros, em letras garrafais: “Sou um homem muito inteligente”.

A exposição demonstra a sensibilidade de Roseno frente ao cotidiano. Seus trabalhos parecem partir de uma “necessidade de estabelecer uma relação prazerosa com o mundo”, ressalta o curador. Nas obras, as diversas aspirações do artista são representadas, uma delas se repete em toda a sua arte: “Queria ser um passarinho para conhecer o mundo inteiro!”. Alguns dos sonhos de A.R.L. são concretizados nas pinturas: a casa bonita, colorida, com luz elétrica, o prédio moderno e a fábrica onde almejava trabalhar.

Apesar da extrema pobreza e falta de reconhecimento, na arte, Roseno encontrava espaço para se expressar e sonhar, de forma livre, criativa e surpreendente. “Sua força primitiva e selvagem preenchiam um vácuo no círculo artístico, em que a arte moderna virava instituição, academicizava-se. Ele tinha uma liberdade de fazer o quisesse que ninguém tinha; inventando e tentando, esse artista brasileiro procurou no lixo a matéria de sua poesia”, comenta Geraldo Porto.

Os materiais utilizados pelo artista vão de pedaços de latas retirados dos entulhos a papelões, madeira e esmalte sintético das sobras das latas utilizadas para pintar portas. Quando gostava de algum desenho, ele recortava-o em latas de vários tamanhos para usar de modelo, utilizando-se também de outros materiais como a lã, que priorizava em época de frio.

As palavras eram parte de sua expressão poética, como uma espécie de signos herméticos expostos respeitando a anterioridade das figuras e evidenciando desconhecimento de regras gramaticais. Sua identidade artística é forte, baseada em cores vivas e chapadas. As figuras e as molduras das pinturas são frequentemente contornadas de preto. Nos quadros, anexava um pequeno bilhete, no qual informava materiais, processo de criação, execução, conservação da pintura e arrematava: “Quem pegar esse desenho guarda com carinho. Pode lavar. Só não pode arranhar. Fica para filhos e netos. Tendo zelo atura meio século.” O que só reforça o cuidado profundo do artista com o que produzia.

Exposição “A.R.L. Vida e Obra”

Data: de 24 de janeiro a 18 de março de 2024

Horários de visitação: de quarta a segunda, das 10h às 22h

Local: Galerias do Térreo – Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte

Praça da Liberdade, 450 – Funcionários

Ingressos gratuitos, retirados pelo site ccbb.com.br/bh ou na bilheteria física do CCBB.

Classificação Indicativa: Livre

Mais informações: 31 3431 9400 – ccbb.com.br/bh

E-mail: ccbbbh@bb.com.br 

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