Espetáculo – A Comunidade do Arco-Íris com Bianca Byington 23/03

Últimos dias para ver o espetáculo “A Comunidade do Arco-Íris”, no CCBB BH. Única obra do escritor gaúcho Caio Fernando Abreu, dedicada ao público infantil

Texto inédito nos palcos da capital, a peça fica em cartaz, somente até 25 de março, segunda, no Centro Cultural Banco do Brasil sob direção de Suzana Saldanha, com Bianca Byington (no papel protagonista) e grande elenco. No sábado (23.03), haverá sessão com acessibilidade para Libras.

A montagem traz ainda participação especial de Malu Mader, composições de Tony Bellotto e direção musical de João Pedro Bonfá.

O público belo-horizontino tem até o dia 25 de março, segunda-feira, para conferir o espetáculo A Comunidade do Arco-Íris no CCBB BH. Primeira e única obra de Caio Fernando Abreu escrita para crianças fez sua estreia nacional em Belo Horizonte sob a batuta da diretora gaúcha Suzana Saldanha e supervisão de direção de Gilberto Gawronski. Na trama, brinquedos e seres mágicos decidem viver em uma comunidade na floresta, longe do mundo dos humanos, onde não há poluição e nem consumo desenfreado. A chegada de três gatos a esse recanto de paz, provoca discussões sobre confiança, respeito, amizade e democracia. A montagem cumpre temporada, no Teatro I do CCBB BH, sempre às sextas e segundas, às 18h, e aos sábados e domingos, às 16h. No dia 23.03, sábado, haverá sessão com intérprete de Libras. Ingressos a R$30 e R$15 (meia), no site ccbb.com.br/bhEste projeto conta com o patrocínio do Banco do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

“Apesar de escrita há mais de 40 anos, é uma peça ecológica e atual. Caio denuncia, naquela época, o mesmo que denuncio hoje, em 2024”, comenta a diretora Suzana Saldanha, que, em 1970, participava da fundação do inovador Grupo de Teatro Província de Porto Alegre, onde trabalhou com Caio Fernando Abreu. “Além de jornalista e escritor, era um belíssimo ator”, lembra. Logo depois, em 1971, Caio escreve “A Comunidade do Arco-Íris”. “O texto fala de forma poética sobre esse movimento de pessoas se organizando em comunidades, no auge da ditadura. Para nós, artistas, estava muito ruim. Mas nem todos iam da cidade para o campo. Caio foi para uma comunidade em Londres. Já eu fui morar, em 1973, com colegas de faculdade no Centro de Arte Sensibilização e Aprendizagem, onde também funcionava uma escola de teatro, em Porto Alegre”, recorda.

Quando volta ao Brasil em 1979, Caio entrega “A Comunidade do Arco-Íris” nas mãos de “Suzy Baby”, como chamava a amiga. “Eu fiquei louca com o texto”, lembra Suzana que, no mesmo ano, estreia o espetáculo sob sua direção. Em 2008, a diretora contribui para a montagem da peça com crianças da Escola Carlitos (SP). Em 2018, um novo encontro com a obra: Suzana apresenta o texto ao amigo e produtor Flávio Helder, que se apaixona, e decidem remontá-lo. “Eu quero mostrar ao público o lado amoroso e divertido de Caio Fernando, um autor que ficou muito marcado como porta-voz do mundo gay e que não conheceu a fama em vida, mas que hoje é lido por todos, sobretudo o público jovem”, afirma a artista.

Para a supervisão de direção, Suzana convida o ex-aluno Gilberto Gawronski, referência da cena teatral brasileira. “Ela acreditar nessa parceria me deixou muito feliz”, diz Gilberto. Vencedor dos prêmios Sharp, APCA e Shell, o ator e diretor ficou conhecido pela montagem de diversas peças de Caio Fernando Abreu, entre elas, “Dama da Noite” e “Pode ser que seja só o leiteiro lá fora”. Em “A Comunidade do Arco-Íris”, segundo Gawronski, Caio convida as crianças à reflexão sobre convívio e coletividade. “Não é um texto sobre empoderamento da mulher, nem sobre racismo, gênero, ou etnias se colocando. Mas abrange isso tudo. O Arco-Íris de Caio é uma ode à diversidade. Simboliza um lugar ‘outsider’, alternativo, uma busca pelo utópico, onde todos vivem em harmonia e a diferença é respeitada”, pontua.

A Cena

No palco, uma grande estrutura de ferro, flexível, com cerca de 7 metros de largura e 5 de altura, abrange o cenário interativo criado por Sérgio Marimba. Segundo Suzana, “em diálogo com a luz de Aurélio Simoni e os figurinos de Danielly Ramos, as crianças são levadas a um mundo de faz de conta, com ambientes coloridos em que os atores podem se dependurar, penetrar, subir e passear livremente”, explica.

Em meio a esse lugar que lembra uma espécie de “Rave” ou “festa hippie”, os personagens vivem afastados do mundo humano. Uma sereia cansada da poluição de mares e rios; uma bruxa de pano e uma bailarina de caixinha de música trocadas por videogame e outros eletrônicos; um soldadinho que não gosta de guerra com vocação para jardinagem; um mágico que deseja fazer suas mágicas sem ser criticado e ainda um roqueiro que quer tocar sua música na tranquilidade da natureza. “Hoje é quase impossível manter seu filho longe do acesso tecnológico e a pandemia acentuou isso. Nosso grande desafio é possibilitar que essa criança, que está no celular ou no tablet, viva o equilíbrio entre o mundo virtual e o presencial. Proporcionar a experiência do teatro é proporcionar o encantamento do mundo presencial”, comenta Gawronski.

No papel protagonista da Bruxa de Pano, Bianca Byington comenta que não conhecia esse lado de Caio “supreendentemente leve, que não perde o sarcasmo em pequenas brincadeiras”, comenta. Para a atriz, chama a atenção que, em 1971, o autor tenha dado importância à questão ambiental. “Abordagem simples, sem militância, mas no fundo fala o que realmente importa, a insatisfação em relação ao mundo capitalista, ao consumo”, diz. Sob a direção de movimento de Sueli Guerra, dividem cena com Bianca os atores Raquel Karro (Sereia), Tiago Herz (Roque), Lucas Oradovschi (Mágico), Lucas Popeta (Gato Simão), André Celant (Soldadinho), Renato Reston (Gato Tião) e Patricia de Farias (Gata Bastiana). A atriz Malu Mader faz participação especial na abertura do espetáculo.

A direção musical da peça é de autoria de João Pedro Bonfá que mescla inserções, canções gravadas e música ao vivo. “Sempre que posso utilizar o personagem Roque, feito pelo ator e músico Tiago Herz, como trilha sonora, é muito rico”.  Segundo Bonfá, Caio Fernando indica no texto uma letra com o hino da comunidade do Arco-Íris que, nesta montagem, é musicada por Tony Bellotto. “A música virou um baita Rock’ n roll no estilo Titãs. Nós gravamos de uma vez, no estúdio, igual banda de rock, com guitarra e bateria. Isso trouxe uma sonoridade final bem interessante”, conta.

Ficha Técnica

Texto: Caio Fernando Abreu

Direção: Suzana Saldanha

Supervisão de direção: Gilberto Gawronski

Elenco:

Atriz protagonista: Bianca Byington (Bruxa de pano);

Stand in da atriz protagonista: Gisele Fróes
Raquel Karro (Sereia)
Tiago Herz (Roque)
Lucas Oradovschi (Mágico)
Lucas Popeta (Gato Simão)

André Celant (Soldadinho)
Renato Reston (Gato Tião)

Patricia de Farias (Gata Bastiana)
Participação especial em vídeo: Malu Mader

Cenário: Sérgio Marimba

Iluminação: Aurélio de Simoni
Figurinos: Danielly Ramos
Direção de movimento/coreografia: Sueli Guerra 
Assistência de movimento/coreografia: Edney d’Conti 

Composições e supervisão musical: Tony Belloto
Direção musical: João Pedro Bonfá

Programação Visual: Juliana Della Costa

Assessoria de Imprensa: Beatriz França (Rizoma Comunicação & Arte)
Direção de produção: Jenny Mezencio

Coprodução: Byor Filmes, No Problem Produções, DaGaveta Produções Agojie Filmes

Coordenação geral e realização: Flávio Helder e BFV Cultura Esporte

Circuito Liberdade     

O CCBB BH é integrante do Circuito Liberdade, complexo cultural sob gestão da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), que reúne diversos espaços com as mais variadas formas de manifestação de arte e cultura em transversalidade com o turismo. Trabalhando em rede, as atividades dos equipamentos parceiros ao Circuito buscam desenvolvimento humano, cultural, turístico, social e econômico, com foco na economia criativa como mecanismo de geração de emprego e renda, além da democratização e ampliação do acesso da população às atividades propostas. 

“A Comunidade do Arco-Íris” no CCBB BH

1º a 25 de março – segundas e sextas, às 18h. Sábados e domingos, às 16h.

Teatro I do CCBB BH (Praça da Liberdade, 450 – Funcionários)

Classificação indicativa: livre | R$30 e R$15 (meia)

Retirada de ingresso pelo site ccbb.com.br/bh ou na bilheteria do CCBB BH

Mais informações para o público: tel.: 31 3431 9400

Redes sociais CCBB: (Instagram) @ccbbbh / (Facebook) ccbb.bh

SAC 0800 729 0722 – Ouvidoria BB 0800 729 5678 –

Deficientes Auditivos ou de Fala 0800 729 0088