Um mergulho no imaginário do sertão mineiro, “Santino”,Novo documentário de Cao Guimarães será lançado nos cinemas 14/11
“Santino” é o mais novo documentário do cineasta e artista plástico Cao Guimarães e marca o retorno do realizador ao sertão de Minas Gerais, espaço que ele tratou em diversos de seus trabalhos, entre eles “A Alma do Osso” (2004), “Andarilho” (2007) e “O Homem das Multidões” (2013). O filme, que competiu em 2023 no festival É Tudo Verdade, mantém o estilo observacional e poético de Cao, enquanto acompanha a vida de Santino Lopes Araújo, morador da bacia do Rio São Francisco, na região de Bonito de Minas, próximo à fronteira com a Bahia.
Santino é um veredeiro, não só por habitar as veredas mineiras, mas também por viver do plantio e cultivo da terra. O lançamento de “Santino”, produzido pela Cinco em Ponto, com distribuição da Livres Filmes, será nos cinemas no dia 14/11. O personagem-título vive entre o ativismo pela preservação da natureza e o contato com o misticismo pessoal e local. Com sensibilidade e escuta, Cao Guimarães mergulha o espectador no imaginário de Santino ao longo de conversas e andanças pela mata. Nessas caminhadas, Santino fala sobre crenças, espiritualidade, mediunidade, lendas e experiências transcendentais.
O filme também mostra o cotidiano familiar de Santino e as lutas engajadas em prol da defesa do meio ambiente junto à comunidade local. A ideia para “Santino” surgiu a partir de conversas entre Cao Guimarães e o músico Makely Ka, que assina argumento e codireção do filme. Em 2012, Makely fez uma viagem de bicicleta pelas regiões descritas por Guimarães Rosa no romance “Grande Sertão: Veredas” e conheceu diversas figuras do cerrado. Makely, junto a Damiana Campos, moradora da região e que assina produção, colaborou na pesquisa de personagens e encontrou Santino Araújo. O carisma e fascínio do veredeiro reconfiguraram todo o projeto, tornando-o o centro do filme.
FICHA TÉCNICA: Direção, fotografia e montagem: Cao Guimarães Produção executiva, produção, produção de finalização e fotografia: Beto Magalhães Argumento, codireção, assistência de direção, assistência de câmera e logger: Makely Ka Produção e pesquisa: Damiana Campos Desenho de som e trilha sonora: O Grivo Roteiro: Leandro Lopes Operador de áudio: Marcos Moreira. Produção: Cinco em Ponto Distribuição: Livres Filmes O filme tem investimento do FSA/BRDE/Ancine O filme tem investimento da ANCINE/ FSA//BRDE/ e patrocínio do Itaú. Apoio à distribuição com recursos da Lei Paulo Gustavo 2023, através Secretaria de Estado da Cultura e Turismo de Minas Gerais. Classificação Indicativa: Livre (documentário, 88 min, 2023)
Cao Guimarães – Diretor Cao Guimarães atua no cruzamento entre o cinema e as artes plásticas. Com produção intensa desde o final dos anos 1980, o artista tem suas obras em numerosas coleções prestigiadas como a Tate Modern (Reino Unido), o MoMA, o Museu Guggenheim (EUA), Fondation Cartier (França), Colección Jumex (México), Inhotim (Brasil), Museu Thyssen-Bornemisza (Espanha), dentre outras. Participou de importantes exposições como XXV e XXVII Bienal Internacional de São Paulo, Brasil; Insite Biennial 2005, México; Cruzamentos: Contemporary Art in Brazil, EUA; Tropicália: The 60s in Brazil, Áustria; Sharjah Biennial 11 Film Programme, Emirados Árabes Unidos e Ver é Uma Fábula, Brasil, uma retrospectiva com grande parte das obras do artista expostas no Itaú Cultural, em São Paulo. Realizou 12 longas-metragens: “Amizade” (2023); “Santino” (2023); “Espera” (2018), “O Homem das Multidões” (2013), “Otto” (2012), “Elvira Lorelay Alma de Dragón” (2012), “Ex Isto” (2010), “Andarilho” (2007), “Acidente” (2006), “Alma do Osso” (2004), “Rua de Mão-Dupla” (2002) e “O Fim do Sem Fim” (2001), que participaram de renomados festivais internacionais como Cannes, Locarno, Sundance, Veneza, Berlim, IDFA e Rotterdam. Ganhou retrospectivas de seus filmes no MoMA, em 2011, Itaú Cultural, em 2013, BAFICI (Buenos Aires), Cinemateca do México em 2014, Festival EDOC Equador (2024). Em setembro de 2017, inaugurou a maior exposição e retrospectiva acerca de sua obra em território europeu, no Eye Filmmuseum, em Amsterdã. É representado pela Galeria Nara Roesler (São Paulo, Rio e Nova York) e Galeria Xippas (Paris e Montevideo).
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