Casa Calixto chega à cena gastronômica de BH com braseiro e cozinha de fusão

Novo restaurante, localizado em imóvel tombado na rua Padre Odorico, tem pratos do chef João Paulo Oliveira com técnicas da chamada fusion cuisine

Um novo restaurante despontará na cena gastronômica de Belo Horizonte a partir de 11 de setembro. Especializada em pratos com ingredientes mineiros, feitos com técnicas da chamada fusion cuisine (cozinha de fusão), a Casa Calixto ocupa um casarão de 400m², tombado pelo patrimônio histórico, na rua Padre Odorico, 81, São Pedro, região Centro-Sul da capital. O estabelecimento, com capacidade para até 280 clientes sentados, é comandado pelo empresário Reginaldo Calixto. A expectativa é que, com a inauguração, sejam gerados 40 empregos diretos e indiretos.

O executivo revela que a decisão de abrir o espaço se dá não apenas para oferecer aos belo-horizontinos mais uma opção de estabelecimento com atendimento e menu de qualidade, em um ambiente agradável, como também aproveitar o potencial gastronômico da região, que, após a retomada da economia no pós-pandemia, vem se tornando um cenário promissor para novos bares, restaurantes e points noturnos na cidade.

Um dos diferenciais da Casa Calixto é a presença do moderno forno a carvão braseiro, uma das tendências da gastronomia contemporânea. O equipamento permite preparar uma variedade de alimentos, como carnes, peixes, frutos do mar, legumes, verduras e sobremesas, com o sabor incomparável da defumação. “Nosso braseiro é construído em aço inox, com capacidade para múltiplas grelhas e termômetro, de modo que possamos servir os pratos sempre na temperatura ideal”, destaca Reginaldo.

Ainda segundo o empresário, a razão por trazer esse tipo de equipamento para a casa é justamente oferecer um atrativo que ainda pode ser considerado incomum nos restaurantes de alta gastronomia de Belo Horizonte. “Em um mercado gastronômico cada vez mais competitivo e exigente, precisamos ter utensílios que viabilizem uma gastronomia especial para os paladares mais exigentes, além de experiências singulares. Temos certeza de que o braseiro vai proporcionar alimentos com mais sabor e qualidade. Isso sem falar do processo de preparação, bem mais rápido e eficiente.”

Fusion cuisine

A Casa Calixto vai mergulhar no vasto universo da cozinha de fusão, cuja origem remonta ao final do século XX, em razão da globalização e dos grandes deslocamentos migratórios. O modelo gastronômico consiste em combinar diferentes técnicas, culturas e ingredientes culinários.

Responsável pelo menu, o chef João Paulo Oliveira, que teve passagens por restaurantes renomados de Belo Horizonte, como Glouton, Trindade, Villa Roberti, e, mais recentemente, Ninita, Maracéu e Nicolau, promete uma miscelânea de sabores. O chef afirma que gosta de inovar, de fazer releituras de pratos clássicos, de recriar receitas. “Vamos mesclar procedimentos clássicos com métodos modernos”, afirma.

Haverá pratos, por exemplo, com técnicas indianas, asiáticas, entre outras. Já os molhos são feitos seguindo parâmetros da culinária francesa.

Entre as entradas, destaque para o ‘Envoltos de camarão’ (camarão rosa envolvo tem massa filo com molho agridoce de manga e especiarias), a ‘Burrata da casa’ (burrata artesanal com geleia de damasco e tomilho fresco ou molho romesco, servida com foccacia), as ‘Lulas douradas’ (anéis de lula empanados no fubá crioulo, com salsa fresca e toque de pimenta, a ‘Linguiça Bori’ (linguiça artesanal, grelhada, servida com molho roti, salsa capitão e panhoca dourada) e o ‘Gravlax Salmão’ (gravlax de salmão curado com mostarda djon, dill, creme azedo e pão de gergelim).

No casting de pratos principais, estão, por exemplo, o ‘Confit de pato’ (confit de perna de pato, servido com arroz de lentilha, bacon e banana-da-terra, acompanhado de purê de cenoura e molho roti), o ‘Flat Iron Steak’ (flat iron ao molho poivre, servido com tomate à provençal, salada de agrião e rúcula, acompanhado de batata rústica. Como opção vegetariana, a ‘Tian de Aubergine’ (lasanha de berinjela grelhada com muçarela de búfala, molho pomodoro fresco e mix de folhas). Como sugestão do chef, a barriga de porco prensada e cozida lentamente, com chucrute de repolho roxo, purê de batata com alecrim, compota de maçã verde e molho roti.

De acordo com o chef JP Oliveira, no menu, os preparos com as carnes Cara Preta e grande parte dos frutos do mar são finalizados o braseiro. “O forno a carvão são o grande destaque da cozinha e dos pratos”, diz.

Entre as sobremesas, estão ‘Brûlée a la brasil’ (clássico crème brûlée com um toque brasileiro de milho verde), ‘Verrine Taithi’ (verrine de limão taithi, com gel de basilico, hortelã e suspiro crocante, entre outras.

Drinkeria será destaque

A carta de coquetéis da Casa Calixto contará com os produtos de excelência da Lamas Destilaria, multipremiados internacionalmente. “Teremos desde bebidas clássicas às autorais”, destaca Reginaldo Calixto. Entre as clássicas, Penicillin, Clericot e Spritz.

No time de exclusivas da casa, os clientes poderão saborear o Lamas Cocktail, feito com figo fresco, bourbon, cachaça envelhecida em carvalho, avelã, limão taiti e Bitter Peychaud’s; Afogatto Mineiro, um delicioso picolé artesanal de goiaba com espresso, whisky e licor 43 com amêndoas; e Luís XIV, composto de gin, caramelo salgado, soda artesanal de maracujá, monin de flor de sabugueiro e bitter aromático, entre outras criações. O mixologista da casa é o paulistano Diego Cruz, que durante o processo de preparação da carta fez visitas à Lamas para entender o conceito da família.

Casarão histórico

O novo restaurante contempla quatro tipos de ambientes principais – amplo espaço externo para mesas nos jardins/afastamentos frontais, salões nos cômodos internos, áreas externas nos pátios localizados na porção interior da edificação, além de setor operacional e serviço.

Reginaldo explica que, no projeto original, a casa possuía o setor íntimo com seis quartos, o social com três salas, pátios internos, varanda e setor de serviço, com copa, cozinha e área de serviço. “A readequação para a Casa Calixto promoveu a integração entre os cômodos e ambientes da edificação, de modo que os clientes tenham a experiência de vivenciar espaços coletivos e voltados para a sociabilidade, característica muito comum das construções modernistas”. O projeto arquitetônico é assinado por Cláudio e Marina Bahia, arquitetos especialistas em conservação do patrimônio histórico. Ainda de acordo com Reginaldo, o projeto de restauração e intervenção no imóvel tombado foi concebido com a principal estratégia de valorizar a edificação, que se destaca como um exemplar singular da arquitetura modernista de Belo Horizonte. As intervenções propostas, segundo o empresário, visam não somente proteger e preservar a integridade do local, mas também seus traços e elementos únicos que o elevam ao status de uma construção simbólica na paisagem urbana.

“A nossa preocupação foi criar ambientes que permitam a contemplação dos elementos arquitetônicos originais da edificação, como o piso de taco de madeira e as esquadrias em tons claros, que trazem uma atmosfera de lar, de se sentir em casa”, pontua. Já a paleta de cores escolhida, composta por tons de bege, rosa e cinza, foi pensada para criar um ambiente aconchegante, porém de maneira elegante e contemporânea. “Para complementar, optou-se por integrar elementos naturais, como a palha, madeira e paisagismo”, finaliza Calixto.

Chef JP

O chef mineiro João Paulo Oliveira, natural de Timóteo, começou sua história com a gastronomia nessa cidade do Vale do Aço, quando acompanhava atentamente as experiências culinárias de sua mãe, sua inspiração em muitos pratos no restaurante. Aos 19 anos, foi para a Inglaterra, onde trabalhou em oito restaurantes. Em 2014, retornou para o Brasil e decidiu que queria fazer carreira na capital mineira.

Em Belo Horizonte, trabalhou no Glouton, de Léo Paixão, onde foi subchefe por quatro anos, entre outros restaurantes e, depois, no renomado bufê Club do Chef, de Massimo Battaglini e Idel Yarochewsky. Porém, o prazer era mesmo pela cozinha dos restaurantes. Recentemente, o chef era responsável pela cozinha do Ninita, em Lourdes, e dos recém-inaugurados Macaréu e Nicolau, no Belvedere. Agora, ele assume a cozinha da Casa Calixto, onde terá espaço para criar.

João Oliveira comenta que a cozinha do restaurante se baseará na culinária contemporânea, conceito que compactua com seu jeito curioso e entusiasta de cozinhar, e que vai ao encontro daquilo que ele prioriza na gastronomia, que é uma completa experiência sensorial.

Casa Calixto
@casacalixtobh
Rua Padre Odorico, 81 – São Pedro
Funcionamento: Segunda a sexta-feira, das 17h às 0h
Sábados e domingos, das 11h30 às 0h