2º edição do projeto “Encontro Regional da Serra com o Melhor Público”

Segunda edição do projeto “Encontro Regional da Serra com o Melhor Público” promove mais de dez apresentações gratuitas em instituições da capital até o fim de maio, enfocando o primeiro gênero musical genuinamente brasileiro

Realizado pela primeira vez em 2022, o projeto “Encontro Regional da Serra com o Melhor Público” chega agora à sua segunda edição, levando rodas de choro a Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) em Belo Horizonte. Produzida pelo Grupo Dolores (Bruna Toledo e Luciana Brandão), a iniciativa leva a moradores de lares de idosos, casas de repouso e clínicas geriátricas apresentações que enfocam um repertório de clássicos do primeiro gênero musical genuinamente brasileiro, cuja história acumula mais de 150 anos.

Até o fim de maio, serão realizadas mais de dez apresentações em instituições públicas e privadas da capital, sendo as próximas no dia 7/5, quarta-feira, às 10h, na Associação Assistencial Amor Fraterno (bairro São Salvador), às 15h30, e no Lar dos Idosos Recanto da Saudade (bairro Salgado Filho). O calendário completo está disponível no final do release. O projeto “Encontro Regional da Serra com o Melhor Público” é realizado com recursos da Lei Municipal de Belo Horizonte.

O projeto é idealizado pelos músicos do Grupo Regional da Serra, formado por Pedro Álvarez (flauta), Daniel Nogueira (pandeiro), Daniel Toledo (violão sete cordas) e Pablo Dias (cavaco). A ideia do grupo é ajudar a difundir o chorinho, ao mesmo tempo em que contribui para a melhoria da qualidade de vida de pessoas que, durante décadas, acompanharam o gênero evoluir. “Nós queremos difundir o choro e levar alegria para pessoas em contextos sociais diferentes do show ou do bar”, justifica o flautista Pedro Alvarez.

“O choro é o primeiro gênero musical do Brasil, popularizado pelo mestre Pixinguinha. Então, isso carrega a identidade de todos nós, incluindo dos idosos. Quando a gente toca choro, relembramos muita coisa, dos pais, dos tios, dos avós. Essa cultura é parte da nossa história, da nossa memória e do nosso passado”, diz o cavaquinista Pablo Dias. “Dessa vez, estamos bem mais à vontade, ouvindo os idosos, trocando com esse público tão diverso. O interessante, neste caso, não é nossa performance musical, mas a interação com eles”, pontua o pandeirista Daniel Nogueira.

Apresentações

A partir de uma tradicional roda de instrumentistas, cavaco, pandeiro, violão e flauta vão dar vida a clássicos da música popular brasileira nas apresentações do Regional da Serra nas ILPIs, como “Carinhoso”, “Doce de Coco” e “Noites Cariocas. O “melhor público”, como participante ativo do espetáculo, será convidado a cantar e a dançar, relembrando os saudosos tempos de “pé de valsa” de muitos dos presentes. “Faremos choros e sambas mais antigos, que fizeram sucesso em suas épocas. Também vamos tocar alguns boleros e valsas. Um repertório para os idosos reviverem suas memórias conosco”, adianta Alvarez.

Em um país em que, há cerca de dois anos, o número de idosos com 60 anos ou mais ultrapassou a quantidade de jovens entre 15 e 24 anos, segundo os dados mais recentes do IBGE, as políticas voltadas para a terceira idade têm, cada vez mais, a necessidade de assumirem uma abrangência e uma frequência maiores.

Para a aposentada Maria José Zaind, de 78 anos, que caiu na dança na primeira edição, ter a música em sua própria casa, junto a outros colegas que vivem em lares de idosos, é uma oportunidade de “despertar uma coisa boa”. “Eu gosto muito de música antiga. Eu sou muito refinada para a música e toda música é bem vinda, porque toca o coração da gente”.

Sobre o Regional da Serra

O Regional da Serra, tal como se configura hoje, também deriva do processo de reinvenção da cena de choro da capital mineira, a partir de 2018. “Crias” da roda do Salomão, os quatro músicos belo-horizontinos, que já tocavam juntos em alguns trabalhos profissionais, decidiram, nessa época, oficializar o grupo e batizaram-no com o bairro que os conectou.Os músicos do Regional da Serra trabalham individualmente e em outros coletivos há mais de dez anos, tocando em bares tradicionais de BH, como Pedacinho do Céu, Bar Brasil 41, Bar do Bolão, Bar Vila Rica, Bar Muringueiro e o já citado Bar do Salomão.

Os músicos do grupo já tocaram com importantes nomes da música brasileira, como João Camarero (violão sete cordas, RJ), Antônio Rocha (flauta, RJ), Hamilton de Hollanda (bandolim, DF), Zé da Velha (trombone, RJ) e Silvério Pontes (trompete, RJ), Yamandú Costa (violão sete cordas, RS), Monarco (cantor e compositor da Velha Guarda da Portela, RJ), Seu Mozart (violão, BH), Luiz Melodia (cantor e compositor, RJ), Emanuel Fulton Casara (bandolim, RO) e Pedro Paes (Saxofone, RJ).

Entre os mineiros, estão Ausier Vinícius (cavaquinista, BH), Acir Antão (cantor e presidente do Clube do Choro de Belo Horizonte, BH), Seu Tião do Bandolim (Bandolim, BH), Caetano Brasil (Clarineta, JF), Alaécio Martins (trombone, BH), Marcos Flávio, (trombone, Betim), Artur Pádua (intérprete e violão, BH) e Paulinho Pedra Azul (intérprete e compositor BH).

“2º ENCONTRO REGIONAL DA SERRA COM O MELHOR PÚBLICO”

7/5 (quarta-feira)

10h | Associação Assistencial Amor Fraterno

(Rua dos Tupiniquins, 93 – São Salvador)

15h30 | Lar dos Idosos Recanto da Saudade

(R. Carmelita Prates da Silva, 393 – Salgado Filho)

8/5 (quinta-feira)

14h | Centro Geriátrico Lar Frei Zacarias

(Rua Sabinópolis, 138 – Carlos Prates)

9/5 (sexta-feira)

10h | Lar dos Idosos Santa Rita de Cássia

(Rua Barão de Guaxupé, 362 – João Pinheiro)

14h30 | Instituto Geriátrico Afonso Pena – IGAP

(R. Domingos Vieira, 586 – Santa Efigênia)

12/5 (segunda-feira)

15h | Lar Dona Paula

(Rua Henrique Gorceix, 315 – Padre Eustáquio)

15/5 (quinta-feira)

14h30 | Asilo Nossa Senhora da Piedade – Lar da Vovó

(Rua Aziz Abdi, 55 – Paquetá)

16/5 (sexta-feira)

15h | Lar Santa Teresa Santa Terezinha

(Rua Divinópolis, 225 – Santa Tereza)

19/5 (segunda-feira)

14h | Residêncial Alma Sênior

(Avenida Otacílio Negrão de Lima, 5.450 – Bandeirantes)

20/5 (terça-feira)

14h30 | Maria Amélia Lar de Idosos

(Rua Euclídes da Cunha, 187 – Santa Mônica)

23/5 (sexta-feira)

14h | Lar Recanto Feliz

(Rua Terra Nova, 70 – Sion)

30/5 (sexta-feira)

15h30 | Instituto Marília Alves

(Rua Alfenas, 341 – Cruzeiro)