Núcleo Villa-Lobos passa a oferecer aulas de ukulelê

Instrumento tem origem portuguesa, mas ganhou o mundo a partir do Havaí e agora é febre mundial

Prático e versátil. Não é exagero falar que o ukulelê é um dos instrumentos que mais vem ganhando praticantes e admiradores em todo o mundo. Algumas das atuais estrelas da música passaram a utilizá-lo em seus shows, o que contribuiu para recente a popularização dele, principalmente entre os mais jovens. Pensando em atender essa demanda crescente, o Núcleo Villa-Lobos de Educação Musical passa a oferecer a partir deste ano aulas de ukulelê. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas nas unidades Vila da Serra e Santa Efigênia.

O ukulelê tem formato parecido com o do cavaquinho, também com quatro cordas. No entanto, em vez de utilizar cordas de aço, que são de tensão mais alta (precisa de muita força para apertá-las), ele é feito com cordas de nylon, que são mais confortáveis. O instrumento também é mais leve e tem um som diferente que o do cavaquinho.

“O ukulele, nesse ponto, se aproxima mais do violão, por usar cordas com menor tensão e podendo ser feito com madeiras mais finas, o que agride menos a mão do executante. É um instrumento também menos agudo que o cavaquinho. Quanto à afinação, ele tem uma ‘lógica’ semelhante à do violão, o que torna a maneira de tocar parecida com a do seu ‘primo’ maior”, conta o professor responsável pelas aulas de ukulelê no Núcleo Villa-Lobos, Alexandre Hilário, graduado pela UEMG e com mais de 15 anos de experiência ensinando baixo, violão e guitarra.

Por ser menor, mais leve e mais confortável, o ukulelê tem suas vantagens práticas, como a facilidade de transporte. Mas, como todo instrumento, para tocá-lo bem, o aluno precisa de muito estudo e dedicação, afinal, a teoria musical é a mesma. 

“Eu diria que usá-lo como instrumento iniciador na música é tão indicado como é o violão, que já vem sendo trabalhado pelo Núcleo Villa-Lobos há décadas. A vantagem pode ser, sim, o tamanho – na verdade, os tamanhos, já que ele possui algumas variações, que podem ser melhor adaptadas de acordo com a aptidão e o gosto de cada aluno”, afirma o professor Alê, como é conhecido, que fez um grande trabalho de pesquisa sobre o instrumento e as técnicas de execução.

HISTÓRIA – Ukulelê é uma palavra havaiana, porém (por mais estranho que pareça) ele é um instrumento de origem portuguesa, mais precisamente da Ilha da Madeira, arquipélago situado no Oceano Atlântico. Parente próximo do braguinha ou manchete, tradicionais no país europeu, ele foi levado à ilha norte-americana por imigrantes portugueses por volta dos anos 1800. Os havaianos ficaram encantados com aquele simpático instrumento e, não se sabe ao certo o motivo, batizaram o instrumento com uma palavra que significa “pulga saltitante”.

No fim do Século XIX, pressionado pela influência da cultura americana continental sobre seu povo, um rei local decidiu incentivar festas e rituais tradicionais e adotou o ukulelê como uma espécie de instrumento oficial do Havaí. Ele inclusive acompanha a tradicional “hula”, conhecida dança local.

Não demorou muito e o ukulelê foi levado pelos americanos para o continente e ele se espalhou pela América do Norte, ganhando fama principalmente nas cidades litorâneas. Muitos artistas passaram a gravar músicas com o instrumento. A partir da década de 1950, com o advento da guitarra elétrica e crescimento do rock’n roll, os instrumentos acústicos perderam força, e o ukulelê foi praticamente esquecido nos Estados Unidos, ficando restrito aos representantes da surf music e a poucos fãs apaixonados, como o beatle George Harrisson.

Já nos anos 2000, com o crescimento da música alternativa, impulsionada pela internet, e da valorização do verdadeiro som dos instrumentos, o ukulelê retornou aos tempos áureos, aparecendo em shows nas mãos de artistas consagrados, como Paul McCartney, Eddie Vedder (Perl Jam) e Jack Johnson. Aqui no Brasil, bandas do cenário independente e nomes como Marisa Monte e Malu Magalhães também contribuíram para a atual onda de popularização do ukulelê .

SOBRE O NÚCLEO – O Núcleo Villa-Lobos é uma das mais tradicionais escolas de música de Belo Horizonte, com 47 anos de existência, e possui duas unidades: Santa Efigênia e Vila da Serra. Sua missão é oferecer um trabalho de educação musical diferenciado, centrado na experiência musical, por meio de uma abordagem pedagógica criativa, lúdica e prazerosa.

O Núcleo utiliza metodologia e material didático próprios. Além de ser referência em musicalização para bebês, crianças, adolescentes e adultos, o Núcleo Villa-Lobos oferece aulas de instrumento, bandas de Rock e MPB, cursos de formação de professores em Educação Musical, preparação para o vestibular de música e estágios para universitários.

Aulas de Ukulelê

Onde: Unidades Santa Efigênia (Rua Grão Pará,660) e Vila da Serra (Alameda da Serra, 1021, 2º andar)

Período: De segunda a sexta-feira, uma vez por semana

Informações: (31) 3241-4177 / 3567-4810