Protótipo Para Cavalo: Corra, Aisha, Corra! 21/08 a 31/08

“Protótipo Para Cavalo: Corra, Aisha, Corra!” estreia no La Movida Microteatro

Com teatro e música, trilogia de performances marca primeiro solo da atriz Aisha Brunno. Trabalho parte da palavra “educação” pra levantar questões sobre gênero, sexualidade e cor

De 21 a 31 de agosto, o La Movida recebe a estreia de “Protótipo Para Cavalo: Corra, Aisha, Corra!”, trilogia de micropeças que compõem o primeiro trabalho solo da atriz Aisha Brunno. Com direção e dramaturgia de Bremmer Guimarães, a sequência de performances parte de uma pesquisa de linguagem, uma pesquisa sobre a linguagem, sobre a forma como estamos inseridas num sistema demarcado por signos, códigos e significados. 

Somos educadas por meio da palavra, dos gestos, das imagens, e esse processo de educação nos molda e nos condiciona desde a infância a exercer determinados papeis sociais. Como romper esse molde? Como pensar uma nova educação a partir de um olhar crítico sobre experiências de construção que muitas vezes castram nossas subjetividades? Essa é a busca de um corpo por estado de presença. O corpo de uma mulher, atriz, cantora e performer. Um corpo que corre para alcançar o impulso de seu voo derradeiro no mundo.

No obra, um pássaro de asas largas, pernas esguias e bico maleável, está com a cabeça presa dentro de uma gaiola de madeira. Um outro pássaro ama aquele primeiro, mas não é capaz de libertá-lo das suas grades. O trabalho é uma trilogia de micropeças que apresentadas juntas constroem uma dramaturgia que busca essencialmente a presença da performer em cena e o diálogo com o público, instaurando um ritual. 

A imagem do CAVALO perpassa toda a dramaturgia, figura simbólica, presente em diversas narrativas da nossa história, de cavalos alados a cavalos de Troia, chegando ao cavalo com fogo nas patas correndo em direção ao mar, de Por Elise. O que é ser cavalo? Quem são os cavalos do século XXI? Cavalo: animal muitas vezes marcado por rédeas, preso em estábulos, mas que também é capaz de correr e voar sem medo por um mundo imenso, ostentando sua crina e seu galope livre. 

O texto parte de uma pesquisa sobre a linguagem, sobre a construção da palavra, porque apesar do caráter performativo da encenação, o texto também é elemento essencial da cena. A dramaturgia, construída em processo, busca borrar discursos diretos. É mais uma tentativa de incitar reflexões e abrir lacunas, do que oferecer respostas. Temas como amor, homofobia, transfobia, racismo, violência, etc, surgem aqui como consequência dessa pesquisa, e não como um ponto de partida. 

Não se pretende um discurso de confronto com o espectador, não se pretende a afirmação de um discurso. Pretende-se justamente que essas percepções e reflexões se tornem uma consequência da experiência teatral. O trabalho também expande suas linguagens além do teatro, em forte diálogo com a música e outras tecnologias em cena. O músico Pelas DJ faz a discotecagem ao vivo do espetáculo e a preparação vocal é da cantora Sarah Reis.

SINOPSE

Neste experimento-manifesto, o amor é uma violência tão cruel quanto a guerra. As granadas estão camufladas em cada signo dado, em cada convenção criada, um verdadeiro extermínio. Reunindo teatro, poesia e música, “Protótipo Para Cavalo: Corra, Aisha, Corra!” é uma sequência de performances que partem de um olhar crítico sobre a educação e suas múltiplas ressonâncias em nossos corpos e nossas vidas, revelando seus efeitos e contradições.

O

De 21 a 31 de agosto no La Movida Microteatro

Quartas e quintas às 20h, 20h40 e 21h20

Sextas e sábados às 21h, 21h40 e 22h20

Ingressos: $10 por sessão/$5 para pessoas trans e travestis

Endereço: Rua Marechal Deodoro, 308 – Floresta (BH/MG)

FICHA TÉCNICA

Atuação e performance: Aisha Brunno

Direção e dramaturgia: Bremmer Guimarães

Preparação vocal: Sarah Reis

Trilha sonora: Pelas DJ (Alê de Paula)

Fotografia: Marina Colen

Realização: Anômala Teatro e Casa Anômala