O singular sambaião de Márcio Nagô

O samba feito em Minas Gerais tem particularidades marcantes, uma vez que desde suas primeiras criações sempre esteve influenciado por outras expressões musicais, sejam elas da região das montanhas ou vindas do Nordeste. Misturas sutis que tornam o samba mineiro distinto daquele que se faz no Rio de Janeiro ou na Bahia. Essa singularidade do samba mineiro pode ser apreciada no trabalho do cantor e compositor Márcio Nagô, sambista que trafega também com notável habilidade pelo baião, o xote, a toada e a bossa nova. Mas prefere definir seu trabalho de forma mais poética e sonora: “Eu faço é sambaião”, ele diz, com graça. Isso porque além dos grandes nomes do samba (Martinho da Vila, Paulinho da Viola, Dona Ivone Lara, Jorge Aragão), Márcio Nagô é fã incondicional de Luiz Gonzaga e de outros ilustres nordestinos, como o acordeonista Sivuca. E sua obra autoral vem sendo construída na miscigenação dessas expressões musicais.

Exuberância criativa em Flor de Laranjeira

Terceiro disco de sua carreira, Flor de Laranjeira marca o ponto de maturidade de Márcio Nagô, como compositor e intérprete e também como autor completo de uma obra, já que participou ativamente de todo o processo de produção do CD, da concepção das músicas às gravações. “Flor de Laranjeira é um trabalho com a minha cara. Atuei em todos os momentos, da análise das canções, da conceituação do disco, à seleção das faixas, passando pela direção musical e pela concepção dos arranjos”, ele conta, observando que os músicos que participaram do projeto tiveram liberdade para criar e fazer sugestões. “Muitas decisões foram tomadas no andamento das gravações”, conta.

Gravado no ATS Audio Track Studio, de Betim, “Flor de Laranjeira” reúne 13 canções e conta com a participação de músicos com reconhecida atuação em shows e gravações em Belo Horizonte. São eles, Aloízio Horta (contrabaixo), Robert Vinícius e Fernando Bento (cavaco), Henrique Martins (violão de 6 e 7 cordas e arranjos), Ramon Braga (bateria), Rodrigo “Diguinho” Martins e Robson Batata (percussão), Gleison Queirós (trompete), Marcos Flávio (trombone), Sérgio Danilo (sax, flauta e clarineta), Tiago Ramos (sax, em “Samba de Amor”), Nequinho (vocal) e Sérgio Saraiva (acordeom).

“O disco foi todo composto em colaboração. Eu coordenava os arranjos com o Henrique e o Robert e os outros músicos contribuíam com ideias e sugestões. Todos foram muitos solícitos”, explica Nagô, com um exemplo: “A gente fazia uma proposta de arranjo para o saxofonista e ele desenvolvia a sua parte da melodia, afinal é ele quem conhece bem o seu instrumento”. Sobre o processo de construção, o compositor é assertivo: “A música só fica pronta mesmo quando a gravação é finalizada. Até o registro final, ela pode ser trabalhada, redefinida”.

Flor de Laranjeira  traz uma rica variedade de temas e ritmos, muito bem sequenciados em 13 momentos: há, entre outras cadências, forró (“Flor de Laranjeira”) samba romântico (“Samba de Amor”), samba gafieirado (“Como Um Rio”), partido alto (“Embala Eu”, “Vou pra batucada”), samba de terreiro (“Capoeira Valente”), sambaião, samba com xote. É nessa diversidade que Márcio Nagô mostra seu talento como compositor e cantor e também sua maturidade como artista: embora diferenciadas e produzidas colaborativamente, as canções possuem a marca indelével de seu autor e intérprete.

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