Na próxima sexta-feira, 6/6, será realizada mais uma edição dos fóruns dedicados à “Promoção dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal – Patrimônio Cultural Brasileiro e da Humanidade”. Desta vez, o encontro será em Santa Rita de Jacutinga, na microrregião produtora Serras do Ibitipoca, no Santarritense Esporte Clube, às 14h. O evento conta com a parceria local da Associação dos Produtores de Queijo Minas Artesanal da Microrregião Serras da Ibitipoca (APROQ) e da Prefeitura Municipal de Santa Rita de Jacutinga, por meio da Secretaria Municipal de Agricultura, Pecuária e Meio Ambiente. O fórum integra uma série de encontros que buscam discutir e valorizar esse importante patrimônio cultural brasileiro e da humanidade.
A participação é gratuita e aberta ao público, oferecendo uma oportunidade única para produtores, autoridades locais e entusiastas da cultura queijeira debaterem as nuances que envolvem a produção do Queijo Minas Artesanal. Na microrregião Serras do Ibitipoca, a diversidade do relevo e o microclima contribuem para um queijo cheio de identidade. Conhecido por sua coloração amarelo-claro, massa firme, textura semidura e centro mais macio, ele reflete a riqueza do terroir local, que há séculos conquista paladares.
A produção de Queijo Minas Artesanal na microrregião não apenas preserva técnicas tradicionais, mas também impulsiona o turismo gastronômico local. Historicamente reconhecida, esta região destacou-se em 2018, quando a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) apresentou um trabalho de caracterização que atestou o valor patrimonial do queijo local. Embora a portaria inicial de 2018 do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) tenha classificado erroneamente a região, a nova portaria de 2016/2020 corrigiu essa diferença, destacando ainda mais a importância do queijo local.
Gabriela Santoro, diretora-presidente do Instituto Periférico, reforça a missão do projeto: “buscamos valorizar, por meio dos fóruns, as técnicas que envolvem a produção do Queijo Minas Artesanal, enaltecendo os saberes seculares presentes na nossa cultura alimentar. A participação das comunidades é essencial para o sucesso dessa iniciativa, que visa promover e preservar a rica tradição do estado de Minas Gerais”.
A presidente da Associação dos Produtores de Queijo Minas Artesanal da Microrregião Serras da Ibitipoca (APROQ), Maria Elisa de Almeida, ressalta: “tanto a identidade cultural quanto o desenvolvimento econômico da nossa região poderão ser fortalecidos pelos turistas, técnicos e autoridades, que aqui podem comprovar nossa força e vontade de vencer. Esperamos que, com o reconhecimento do QMA como patrimônio imaterial da humanidade, possamos alavancar a produção, o que será muito importante para pequenos produtores e fortalecerá a economia regional”.
Atualmente, a APROQ é composta por mais de 25 associados em quase todos os 15 municípios da região e desempenha um papel fundamental ao estimular os produtores a regularizarem suas queijarias, visando aumentar a produção e colocar o Queijo Minas Artesanal no mercado global.
“O QMA Serras da Ibitipoca carrega um sabor característico do clima de montanha e águas de excelente qualidade, além da cultura do ‘saber fazer’ o queijo”, conta Maria Dalva Pereira, coordenadora técnica regional de Bem Estar Social da Emater-MG em Ibitipoca. “A microrregião Serras do Ibitipoca tem uma característica distinta por sua proximidade com o Rio de Janeiro, historicamente produzindo queijos destinados à Coroa. Com o decreto de 1952, de Getúlio Vargas, as exigências de inspeção chegaram primeiro aqui, pressionando os produtores e levando à inviabilização temporária da produção do QMA. Hoje, trabalhamos para ressuscitar essa produção”.
Hildebrando Marcelo Campos Lopes, gerente regional da Emater-MG em Juiz de Fora, reforça: “este fórum é de extrema importância para o desenvolvimento da região do QMA Serras da Ibitipoca. Ele soma forças ao movimento regional que valoriza este patrimônio cultural imaterial da humanidade, envolvendo produtores, técnicos, a associação de produtores, prefeituras e secretarias municipais de agricultura”.
Em 2025, o projeto “Promoção dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal – Patrimônio Cultural Brasileiro e da Humanidade” já promoveu debates enriquecedores em sete microrregiões: Entre Serras da Piedade ao Caraça, Cerrado, Serra do Salitre, Triângulo Mineiro, Serro, Diamantina e Araxá, demonstrando o compromisso de incluir e fortalecer a política de patrimônio cultural. Hoje, 3 de junho, foi a vez do encontro na microrregião de Campo das Vertentes.
O projeto “Promoção dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal – Patrimônio Cultural Brasileiro e da Humanidade” é uma realização do Instituto Periférico, a partir de recursos contemplados via Plataforma Semente | Cemais, por meio do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), em parceria com a Secretaria Estadual de Cultura e Turismo de Minas Gerais, o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Associação Mineira do Queijo Artesanal (Amiqueijo), com apoio técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG)
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