Um dos nomes mais importantes da arte popular e ativista da capital – que já foi dos grotões brasileiros à Europa -, a companhia promove, nos dias 30, 31.05 e 01.06 (sexta, sábado e domingo), o Festival Parangolé 25 anos, que traz espetáculos, esquetes teatrais, shows com Titane e Sérgio Pererê, exposições de acervo, lançamento de livro, exibição de documentário, oficinas, sarau, discotecagem, feira de produtos e muito mais. A programação é totalmente gratuita e será conduzida pelo radialista Elias Santos, por Tita Marçal e pelos integrantes do Parangolé.
O Grupo Parangolé – conhecido por levar sua arte – inspirada em Oiticica, Brecht e Boal -, dos grotões do Brasil profundo à Europa -, está em festa e se prepara para realizar o “Festival Parangolé 25 anos”. Nos dias 30 e 31 de maio, sexta e sábado, e 01.06, domingo, a trupe abre as portas da Funarte MG para celebração ao lado do público e artistas parceiros, como Sérgio Pererê, Cida Falabella, Titane, DJ Naroca, Di Souza e muitos outros. Em três dias, com acesso totalmente gratuito, o evento reúne espetáculos, esquetes teatrais, oficinas, exposições de acervo, lançamento de livro, documentário, shows musicais, discotecagem, sarau, forró, uma feira popular de comidas, bebidas, artesanato, livros, produtos agroecológicos locais e muito mais. Mais informações: @grupo_parangole_mob.
“O Parangolé é menos um grupo e mais um movimento: ajuntamento de pessoas, ideias, causas e possibilidades de intervenção. Criamos mais de uma centena de peças, esquetes e performances artísticas. Quem junta mais gente que um show? um futebol arte? um carnaval? um círio de Nazaré? Colocamos nossos corpos e talentos pra mobilizar pra cidadania. E por isso somos resistência. Sobrevivemos 25 anos na contramaré das políticas culturais que em sua maioria vão em outra direção. Esse evento é pra dizer que não desistimos dos sonhos”, afirma o poeta, cordelista, educador e um dos integrantes da trupe, Rodolfo Cascão.
Parangolé: quando tudo começa
No início dos anos 90, Cascão e a companheira Fernanda, vindos de andanças pelo Mato Grosso, chegam em BH com o Projeto Araguaia Pão e Circo. Cascão é convidado a assessorar a Gerência de Mobilização Social da SLU – Superintendência de Limpeza Urbana de Belo Horizonte. “Passamos a fazer várias esquetes ligadas à coleta seletiva, trabalho com carroceiros, catadores, garis…”. De um coletivo de quinze jovens artistas, o ator e dramaturgo Rodolfo Cascão, a artista visual Fernanda Macruz, a atriz Sandra Albéfaro e o diretor Lucílio Gomes decidem seguir juntos e, em 1999, criam o Parangolé. “Já nascemos cunhando o conceito de Arte Mobilização: que é colocar a arte e seu potencial mobilizador a serviço de causas públicas e sociais, introduzindo a dimensão da festa e do lúdico, em processos participativos”, explica Cascão.
De lá para cá, a trupe criou mais de 100 trabalhos que misturam teatro, bonecos, música, cordel, folguedos, danças e festas populares, em performances, oficinas e estratégias participativas que pensam a arte a serviço da vida e da cidadania. Dos projetos realizados, a maioria carrega como propósito essa reverberação social e o protagonismo comunitário. Como consequência, o grupo acabou expandindo sua atuação para cidades de Minas Gerais (de Januária a Rio Acima, de Governador Valadares a Uberaba, de Chapada do Norte a Oliveira), tendo inclusive feito incursões em outras fronteiras (Brasília, Fortaleza, Vila Velha, Vitória, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiânia), e também uma participação internacional na Expo Zaragoza, na Espanha, em 2008.
“Nada mais coerente do que celebrar em um espaço público como a Funarte, que carrega marcas históricas das lutas e conquistas da classe artística. A arte como bem comum, como direito e como ato político”, comenta o ator, educador e também fundador Lucílio Gomes. Cascão concorda com o colega e completa: “Vai ser uma festa popular com sarau, barraquinhas e forró, num terreiro que possibilita essa informalidade, que vai acolher o nosso ônibus multimídia, o Cordel Móvel, que já trilhou esse mundão de meu deus afora, e finalmente o público de BH vai conhecê-lo de perto”.
Novos projetos
Além de celebrar, o grupo também anuncia projetos novos. Um deles em parceria com o Grupo Trampulim. “A ideia é a gente construir um espetáculo usando o cordel e a palhaçaria dentro do universo feminino”, conta a atriz Sandra Albéfaro.
A outra novidade é que a trupe adotou o viaduto da Av. Francisco Sales em frente à sua sede, no bairro Floresta, pelo Programa Adoro BH da PBH com o Projeto Via Arte Via Duto. “Pretendemos transformar o local num centro cultural com espaços para exposição de artes visuais, ensaios de grupos artísticos, blocos de carnaval e área de lazer para a comunidade do entorno. O objetivo é ocupar a cidade com o encantamento da cultura e eventos criativos para resignificar uma área atualmente degradada”, explica Cascão.
Destaques da Programação – “Festival Parangolé 25 anos”
O Festival Parangolé 25 anos completa o calendário de comemoração dos 25 anos de trajetória do Parangolé, na Funarte. “Vamos trazer um condensado ilustrativo dos trabalhos que o grupo vem desenvolvendo ao longo de mais de duas décadas”, adianta Cascão. Para celebrar, o Parangolé convidou diversos artistas parceiros desses 25 anos de estrada. “Celebrar com quem compartilha dessa travessia é reconhecer que a cena mineira é potente, múltipla e generosa. Queremos olhar pra trás com gratidão, e também pra frente. Queremos circular mais, dialogar com outros territórios, estreitar laços com as juventudes, com as quebradas, com quem faz arte pulsar na base”, ressalta Lucílio Gomes.
Durante a programação, estão previstas apresentações de três peças teatrais do Grupo: “O Rio Inventa Estórias”, “Cordéis do Cafundó” e “A Véia doida do Rio”, além da peça “Para Lembrar eu solo”, com a integrante Sandra Albéfaro, o espetáculo “Outono”, com a artista convidada Cida Falabella, e apresentações do Núcleo Artivismo e Resistência do Grupo Parangolé com as intervenções “O Tempo” e “Desigualdade S.A.”. “Criamos o Núcleo em 2022, que consiste em uma formação continuada com Oficinas Experimentais de Artevismo para mobilizações sociais e campanhas. Com teatro, música, dança, artes visuais, cordel, os participantes mergulham num laboratório criativo e colaborativo que resulta em intervenções poéticas apresentadas em jornadas de luta, manifestações, protestos e iniciativas populares dessa natureza”, contextualiza Cascão.
Durante o Festival, também serão oferecidas oficinas que dialogam com diversas linguagens artísticas, assim como se deu a trajetória da trupe: “Dança Circular” com William Vale, “Rap”, com o MC Russo APR, “Antropofagia na arte brasileira”, com Rafael Fares e Laura Belisário e “Bordado”, com Tatiana Sansi. A mostra inclui ainda muita música com Orquestra Circular do regente Di Souza, Coral da Marilu, o grupo de Forró Suvaco Xerôso, um Sarau com palco aberto e convidados e ainda Shows com Titane e Sérgio Pererê.
Para conduzir a festa, o evento conta com a presença do radialista Elias Santos como mestre de cerimônias, e a DJ Naroca na discotecagem. Estão previstos ainda os lançamentos do livro “Nas Trilhas do Grupo Parangolé – 25 anos de arte a serviço da vida – ” (obra sobre a trajetória do Grupo) e “Argamassa”, livro de poemas e cordéis, de autoria de Cascão. Também está prevista a exibição de um documentário sobre a história do grupo e uma grande Exposição de acervo com painéis, fotos, alegorias e figurinos, que percorre quatro facetas da companhia – Água, Educação Popular, Cordel e Carnaval/Artevismo: “É uma maneira de inscrever na história teatral e artística recente, a existência de um grupo de resistência e fora do eixo, com uma produção cultural profícua que transita na trilha da arte engajada, comprometida com a afirmação de um Brasil diverso, festivo e solidário”, comenta Cascão.
Durante toda programação ocorre uma Feira Popular com comidas, bebidas, artesanato indígena, livros e produtos agroecológicos, além de atividades infanto-juvenis do Grupo Atrás do Pano com seu “Estórias Cantantes” e o palhaço mágico Sapequinha, do grupo goiano “Asas do Picadeiro”.
Festival Parangolé 25 anos
Espetáculos e esquetes teatrais – Oficinas – Shows com Titane e Sérgio Pererê
Discotecagem DJ Naroca – Mestres e mestras de cerimônia: Elias Santos, Tita Marçal e integrantes do Parangolé – Lançamentos de Livros e Documentário –
30 e 31.05, sexta e sábado
01.06, domingo
+Info.: @grupo_parangole_mob
Sexta-feira noite – 30 de maio
18h00 – Acolhimento Artístico – Área Externa
18h00 – Feira (comes, bebes, livros, artesanato) – Área Externa
18h00 – DJ Naroca – Área Externa
18h00 – Exposição Parangolé 25 anos – Galpão 4
18h50 – Cortejo Abertura Parangolé – Área Externa
19h00 – Mestras de Cerimônias (Lucílio e Sandra) – Abertura: Lançamento de Livro Nas Trilhas do Grupo Parangolé e Vídeo Parangolé 25 anos – Cordel Móvel
19h30 – Sofá: Falas de Pedro Pontual, Cida Falabella, Rafael Barros e Eliane Parreiras – Cordel Móvel
20h15 – Cordéis dos Cafundó (Cascão, Sarah, Augusto e Valéria) – Cordel Móvel
Sábado tarde/noite – 31 de maio
14h00 – Acolhimento Artístico – Área Externa
14h00 – Feira (comes, bebes, livros, artesanato) – Área Externa
14h00 – Mestre de Cerimônias (Tita) – Área Externa
14h00 – Exposição Parangolé 25 anos – Galpão 4
15h00 – Estórias Cantantes – Grupo Atrás do Pano – Cordel Móvel
15h00 – Oficina Bordado (Tati) – Gramado Área Externa (ou Galpão 3)
16h00 – Oficina de Dança Circular (William Vale) – Galpão 5
16h00 – O Tempo – Artevismo e Resistência – Área Externa
16h30 – Asas do Picadeiro (Sapequinha) – Área Externa
17h30 – A Velha Doida do Rio – Grupo Parangolé – Área Externa
18h00 – Para Lembrar Eu Solo (Sandra Albéfaro) – Galpão 1
18h15 – Dança Circular coletiva (William Vale) – Área Externa
19h00 – Show Titane – Palco Música
20h30 – Show Pererê – Palco Música
Domingo tarde/noite – 01 de junho
14h00 – Acolhimento Artístico – Área Externa
14h00 – Feira (comes, bebes, livros, artesanato) – Área Externa
14h00 – Mestre de Cerimônias (Elias Santos) – Área Externa
14h00 – Exposição 25 anos Parangolé – Galpão 4
14h00 – Oficina Antropofagia na arte (Rafael e Laura) – Galpão 5
15h00 – Desigualdade S.A. – Artivismo e Resistência – Área Externa
15h45 – O Rio Inventa Histórias – Grupo Parangolé – Área Externa
16h00 – Oficina RAP (Russo APR) – Galpão 3
16h45 – Orquestra Percussão Circular (Di Souza) – Palco Música
18h00 – Outono (Cida Falabela) – Galpão 1
18h15 – Sarau “25 anos no ano 2025” – Cordel Móvel
19h15 – Coral da Marilu (Valéria Braga) – Cordel Móvel
20h15 – Show Suvaco Xerôso e Forró – Palco Música
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