Feirinha Aproxima – Culinária do Serro 26/05

Queijos, cachaças, quitandas e marmeladas são algumas das delícias que estarão no evento; Banda Santíssimo Sacramento Serro e Caboclada também marcarão presença na feira.

A culinária do Serro, a famosa “Terra do Queijo”, será mais uma vez destaque da Feirinha Aproxima do dia 26 de maio, no entorno do Museu Histórico Abílio Barreto (ruas Bernardo Mascarenhas e Josafá Belo), no bairro Cidade Jardim, em Belo Horizonte. O tema volta à programação devido à relevância gastronômica da região, com sua culinária mineira de raiz, quitandas, marmeladas, cachaça e, claro, sua grande produção de queijos.

A Feirinha Aproxima Especial Serro irá trazer para Belo Horizonte produtores de queijos, quitandeiras, doceiras e fubá de moinho d’água, além das atrações culturais da cidade como a Caboclada, grupo de dança típico da região, e a banda marcial centenária Santíssimo Sacramento do Serro, comandada pelo maestro Diney Morais. Serão contemplados, ainda, os distritos de Milho Verde e São Gonçalo do Rio das Pedras, além do município vizinho de Santo Antônio do Itambé.

Para ajudar a incentivar a economia local e valorizar os pequenos produtores, chefs e cozinheiros serão incentivados a usar produtos do Serro em suas receitas. Além disso, haverá uma grande barraca com produtos típicos da região (empório).  Ao todo, serão mais de 10 barracas de comida, repletas de história e sabores regionais.

Na barraca principal, o restaurante Dona Lucinha vai representar a região com queijo fresco da fazenda, requeijão preto, bombocado de queijo, jacuba (café coado, rapadura raspada, queijo e farinha torrada), empadão à moda do Serro (mistura de macarrão, linguiça, frango, batata, lombo e outros ingredientes, coberta com massa folhada), quitandas, torresmo à pururuca, linguiça com mandioca, mingau de milho verde, broa de fubá, tropeirinho, pé de moleque, farinha torrada, caldo de mandioca com carne de sol desfiada e romeu e julieta (goiabada com queijo) servido quente. Haverá também a galinha de doce de leite e a cutelaria do Duílio Guerra, entre outros produtos.

Já nas barracas de bebidas, o público irá encontrar as tradicionais cachaças da região, além de vinhos mineiros e cervejas artesanais, que estão presentes desde a primeira edição da Feirinha Aproxima. E, como já é tradicional, haverá também atividades lúdicas para as crianças, relacionadas ao tema do evento.

O queijo do Serro

De acordo com a advogada e pesquisadora Maria Coeli Simões Pires, autora do livro “Memória e arte do queijo do Serro – O saber sobre a mesa” e sócia fundadora da Associação de Amigos do Serro (AASER), a tradição do queijo do Serro teve início há mais de dois séculos. A técnica queijeira, trazida para o Brasil no século XVIII, por portugueses, foi adaptada ao ambiente das fazendas para dar suporte à promissora exploração de ouro na região. Com a queda do ciclo do ouro, a atividade agropecuária foi intensificada, e a produção do queijo passou então a garantir a base da economia no município e na região.

“O queijo se enraizou de tal forma na identidade da região serrana, que foi ardorosamente defendido como forte expressão cultural, resultando no reconhecimento da técnica queijeira serrana como bem imaterial da cultura do Estado e do Brasil. Um título que oficializa o seu valor como ícone da cultura, certamente um passaporte do produto do ‘terroir’ do Serro para as mesas internacionais”, ressalta Coeli.

Para ela, o que diferencia o queijo do Serro dos demais é o sabor peculiar, o aroma, a consistência da massa, o modo de reação quando é curado ou fundido, dentre outras peculiaridades. “Diriam os especialistas que a identidade vem da maior umidade e da acidez muito característica. O certo é que os fatores determinantes dessa especificidade são inúmeros e remetem ao que os franceses chamam de ‘terroir’, que envolve condições climáticas e geológicas, mas também o ‘savoir faire’”, completa.

No caso do queijo do Serro, o “terroir” envolve, além das características da pastagem, do clima, do relevo, das peculiaridades do rebanho, o saber fazer, isto é, a técnica queijeira. Alguns atribuem a caracterização do queijo, sobretudo, à cultura láctea utilizada na sua elaboração, o famoso pingo.

Em 2011, o queijo do Serro recebeu o registro de indicação geográfica, garantido pela Lei n. 9.279/96, assegurando aos produtores da região o direito exclusivo de identificá-lo pela localidade. “Ele é, certamente, o carro chefe, uma vez que, além de consumido in natura, está presente na maioria das receitas serranas. Ele entra sem cerimônia em qualquer prato, doce ou salgado”, ressalta Coeli.

Sobre o Serro

Localizada na Serra do Espinhaço, região centro-nordeste de Minas, a cidade do Serro fica a 230 km da capital. O município também faz parte do Circuito dos Diamantes, dentro do roteiro de Turismo Rural, onde os visitantes podem passear pelas antigas fazendas de produção de queijo e da cachaça mineira.

“O Serro como cidade tricentenária, com fortes influências do Brasil Colonial e do Brasil Império, com tradição de famílias numerosas e fiéis às suas raízes, não só preserva seus modos de fazer e a intimidade da cozinha, como também contribui para a valorização da culinária e para a disseminação do conhecimento nesse campo, especialmente por meio de empreendedores emblemáticos, como Dona Lucinha, assim como por meio de trabalhos de pesquisa e iniciativas que transcendem o interesse local da culinária serrana”, conclui Maria Coeli.

O queijo do Serro, assim designado o queijo da região geográfica do Serro, que envolve cerca de dez municípios produtores, tem grande relevância nesse campo. Trata-se de um produto tipicamente artesanal, com forte identidade, apreciado por diversos “Chefes de Cuisine” e “Gourmets”.

 

Quando: 26 de maio, das 10h às 17h

Onde: No entorno do Museu Histórico Abílio Barreto

Ruas Bernardo Mascarenhas e Josafá Belo

Entrada gratuita.