A Fundação Clóvis Salgado, por meio do Cine Humberto Mauro, dá continuidade à mostra permanente Sessão Cinema e Psicanálise, resultado de uma parceria com a Escola Brasileira de Psicanálise. Em sua sexta sessão, será exibido Precisamos Falar Sobre o Kevin (2011), thriller psicológico baseado no romance homônimo de Lionel Shriver.
O filme será comentado por Lúcia Grossi, professora titular de Psicologia da Universidade FUMEC e doutora em Psicologia pela Université de Paris 7. Sua área de pesquisa engloba psicose, psicanálise e acompanhamento terapêutico e já desenvolveu estudos com distúrbios alimentares, menor infrator e toxicomania. Junto ao público, Grossi abordará questões psicanalíticas presentes ao longo do filme.
Dirigido por Lynne Ramsay, Precisamos Falar Sobre o Kevin tem como plano de fundo um massacre escolar pela perspectiva da mãe do assassino, Eva Khatchadourian, numa aclamada performance de Tilda Swinton. Acompanhando a conflituosa relação entre uma mãe e um filho que desde pequeno já apresenta um comportamento cruel, duas narrativas que se alternam durante o filme: a história da família e a criação de Kevin, interpretado por Ezra Miller, e o cotidiano de Eva após a prisão do filho.
Precisamos Falar Sobre o Kevin explora o conflito entre socialização e índole e como cada uma forma a maneira de ser do indivíduo, quando a culpabilidade de própria Eva é medida contra a maldade inata de Kevin – tanto por ela própria quanto por aqueles ao seu redor.
Cinema e Psicanálise – Contemporâneos em seu nascimento, o cinema e a psicanálise se encontram primeiramente na dimensão do sonho. O pensamento transformado em imagens no sonho faz de cada sonhador o diretor de um filme que ele mesmo não compreende e precisa decifrar. O cinema, por sua vez é uma espécie de sonho coletivo que impregna de imagens e mensagens o psiquismo do espectador.
Psicanálise e cinema trabalham, cada um a seu modo, com a verdade em sua estrutura de ficção na construção de suas narrativas. Para Lacan, a tela de cinema seria “o revelador mais sensível” que permite mostrar, a um olhar oblíquo, marcas do que é assunto intocável para cada um. “Assim como a escuta psicanalítica nos conduz a observar fenômenos normalmente desapercebidos, tais como os atos falhos, os lapsos, os erros de memória ou mesmo um chiste, o cinema desperta um modo particular de percepção ao destacar, graças ao grande plano e à câmara lenta, elementos ocultos ao olhar imerso no fluxo contínuo do cotidiano”, explica Bruno Hilário, coordenador de cinema da Fundação Clóvis Salgado.
Local: Cine Humberto Mauro – Palácio das Artes- Av. Afonso Pena, 1537
Dia: 1º de setembro (sexta-feira)
Horário: 19h30
Entrada gratuita, com retirada de ingressos 30 min antes de cada sessão
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