3º Sarau Libertário de 2019 – Novos Olhares Sobre a Arte 16/06

Sarau Libertário discute os diferentes olhares sobre a arte em sua edição do dia 16 de junho, na Casa Kubitschek

3ª edição do evento em 2019 terá nomes como Deh Mussulini (Sonora), Kdu dos Anjos (Lá da Favelinha) e Thales Silva (Sarau Tranquilo)

Quais os diferentes olhares sobre o fomento e a fruição artística no Brasil, na contemporaneidade? É sobre essa inquietação que se apoia o tema do próximo Sarau Libertário, que acontece no dia 16 de junho, domingo, na Casa Kubitschek, na Região da Pampulha. O evento, que desta vez enfoca o tema “Novos Olhares Sobre a Arte” contará com a participação de Deh Mussulini (Sonora – Ciclo de Compositoras), Kdu dos Anjos (Lá da Favelinha), Thales Silva (Sarau Tranquilo) e Danilo Mata (Trupe Estrela). O evento é gratuito e acontece a partir das 10h, entrecortando conversas e apresentações artísticas.

Para Thales Silva, do Sarau Tranquilo, esta edição do projeto é uma oportunidade para debater um assunto já em voga nas conversas e ações sobre a cena independente da capital mineira. “O debate é muito importante. No Tranquilo, eu tento quebrar e reconstruir a noção de entretenimento que temos em BH, sempre associada de alguma forma à farra e ao descontrole, que são super importantes também. Mas esse lugar de se abrir para o diferente, de se deixar levar pela música, foi ficando de lado”, afirma o músico, que produz o sarau semanalmente, às terças-feiras, em sua casa. “Sou um músico que está produzindo um rolê, então sinto que consigo contribuir e trocar bastante, sobretudo com os músicos, sobre aspectos também organizacionais, políticos, de produção, de política”, completa, lembrando que até hoje já aconteceram 34 edições do evento.

“Eu acho que a arte não tenha a obrigação de ser algo político, porque ela não tem essa determinação. Afinal, no fim das contas, não deixa de ser expressão, a alma de cada pessoa que vai saber expressar sua própria arte. E no meu caso, assim como no de outras pessoas, vejo a arte, sim, como uma ferramenta de se expressar politicamente. Talvez por fazer parte de uma minoria, vejo mesmo este momento como o da voz”, reflete Deh Mussulini.

A artista lembra ainda, as questões que envolvem o Sonora, que traz à luz o trabalho de compositoras mineiras. “No nosso caso, vamos falar então do contexto do machismo, da diferença de gênero que a gente encontra historicamente. Vejo iniciativas como o Sonora ferramentas para formar senso crítico, porque muita gente que não percebia essas questões antes acaba tendo outro olhar, por exemplo, ao ver mulheres cantando sobre isso. A arte é muito contundente neste papel, ela fala para todas e de uma forma subjetiva. Faz um trabalho de desconstrução de paradigmas que cada pessoa carrega”, completa.

Thales Silva ressalta, ainda, a importância da descentralização da cultura em BH, um dos objetivos desta edição do Sarau Libertário, que acontece mensalmente durante todo ano, em quatro diferentes aparelhos culturais da Pampulha. “Morei na Pampulha até os 26 anos. E é uma das regiões mais bonitas de BH, senão a mais Percebo que o público da Zona Norte, que quer ter contato com os principais e eventos de cultura, tem que se deslocar sempre para a Região Centro-Sul”, defende.

Este projeto é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte.

Quando. 16 de junho, domingo, a partir das 10h
Onde. Casa Kubitscheck (Avenida Otacílio Negrão de Lima, 4.188
Bandeirantes – Pampulha)
Quanto. Entrada franca
Mais informações. www.facebook.com/PelejaMusical