1º Sarau Libertário de 2019 – Cultura Afro-brasileira 21/04

Sarau Libertário abre temporada de 2019 com edição dedicada à cultura afro-brasileira

Projeto levará ao Museu de Arte da Pampulha, no dia 21/4, atriz e cantora Elisa Lucinda, compositor Sergio Santos e rapper Tamara Franklin,

Reunir, em torno de assuntos caros aos nossos tempos, diferentes linguagens artísticas que se constroem a partir da palavra. Esse é um dos nortes do Sarau Libertário, projeto realizado em Belo Horizonte desde 2016. Neste ano, o evento contará com edições mensais, que ocuparão quatro equipamentos culturais da Pampulha. A edição que abre a temporada acontece no dia 21 de abril, domingo, no Museu de Arte da Pampulha, trazendo como tema a cultura afro-brasileira. Com mediação da cantora e jornalista Camila de Ávila, a programação, que é gratuita, costura-se entre conversas e apresentações da atriz e cantora Elisa Lucinda, do cantor e compositor Sergio Santos, da rapper Tamara Franklin e do escritor congolês Félix Kaputu.

Uma das produtoras do Sarau Libertário, Bruna Kalil Othero destaca a importância de evidenciar a cultura afro-brasileira e combater mazelas sociais como o racismo, a misoginia e a homofobia. “Acreditamos que a arte se faz pela alteridade, pela diferença. E, para que isso aconteça, é imprescindível ouvir artistas negros, mulheres, LGBTQs, indígenas e por aí vai. O exercício artístico é, em primeira instância, um exercício de empatia. E isso é muito importante para a nossa formação humana e cidadã”, defende.

A rapper Tamara Franklin faz coro. “Temos ouvido muito mais sobre os temas relacionados aos negros, em espaços que começaram a se abrir depois de muita luta. A contribuição das culturas afro-brasileiras é imensurável, contudo nosso país ainda é um dos mais racistas do mundo. Os espaços para que os negros possam falar sobre si são espaços de reparação histórica”, sublinha, lembrando a importância da mistura entre vertentes artísticas. “As culturas do povo preto brasileiro se manifestam de muitas formas, através de diversos olhares. Acho importante, até por uma questão de representatividade, que diversas linguagens estejam presentes”, diz.

Segundo Kalil Othero, a curadoria foi feita pensando em vozes relevantes da cultura afro-brasileira contemporânea, como a da cantora e atriz capixaba Elisa Lucinda. “O passo decisivo na carreira de Elisa Lucinda foi marcado por sua atuação na peça teatral “Rosa – Um musical brasileiro”, do diretor Domingos Oliveira, em 1989, sendo reconhecida pela classe artística do Rio de Janeiro como uma atriz que canta, ou uma cantora que atua. Mas o talento da artista não se resume à dramaturgia: ela é também escritora, poeta e ativista”.

“Sergio Santos é um dos maiores compositores do Brasil e Tamara Franklin é uma importante referência para mulheres MCs em BH. Além desses incríveis artistas brasileiros, teremos a presença especial do escritor congolês Félix Kaputu, que está no Brasil cursando pós-doutorado na UFMG. Ele é um refugiado e nos trará outras perspectivas sobre o assunto”, continua a produtora. “Um dos diferenciais do Sarau é justamente o diálogo entre várias modalidades artísticas, como literatura, teatro e música. Em se tratando de arte contemporânea, é muito difícil separar as diferentes linguagens, já que os artistas estão cada vez mais optando por construir obras transdisciplinares”, completa.

A produtora, que é moradora da Pampulha, destaca ainda a importância de descentralizar a cultura em BH. “É muito importante para nós, moradores da região da Pampulha, trazer nosso trabalho para essa parte da cidade, que é distante da Centro-Sul, onde geralmente acontecem os eventos culturais”, pontua.  “Passamos recentemente por processos políticos que deixaram nítida a importância de dialogar para além das nossas bolhas. A mensagem precisa chegar e, em se tratando de arte, o artista precisa ir onde está o povo. Particularmente, me agradam muito essas iniciativas descentralizadas. Foi um dos pontos que mais me deixou empolgada com o convite”, completa Tamara Franklin.

Este projeto é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte.

Quando. 21 de abril, domingo, a partir das 11h

Onde. Museu de Arte da Pampulha (Av. Otacílio Negrão de Lima, 16585, Pampulha)

Quanto. Entrada franca

Mais informações. www.facebook.com/PelejaMusical