13ª edição do “Cinecipó – Festival do Filme Insurgente” – 04 a 14/06

Composta por 24 filmes de diversas partes do país e produções internacionais, a 13ª edição do festival conta, este ano, com debates realizados por diretores, curadores e pesquisadores em todas as sessões e uma oficina. O destaque desta edição é a atividade “Encontro com Ruy Guerra”, dias 7 e 8 de junho, com a exibição de quatro filmes e presença do cineasta

Entre os dias 4 e 14 de junho, acontece, em Belo Horizonte, a 13ª edição do “Cinecipó – Festival do Filme Insurgente”, composta por 14 sessões, sendo oito longas e 16 curtas-metragens de estados como Amapá, Ceará, Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo, Pará, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e de países como Argentina, Cuba, Paraguai e Moçambique. De 4 a 8 de junho, a partir das 16h, serão exibidas, no Cine Santa Tereza, 12 sessões que compõem a mostra, incluindo a sessão infantil, que será realizada no dia 14 de junho, às 16h30. O destaque desta edição é a atividade “Encontro com Ruy Guerra”, cineasta, poeta, dramaturgo e professor luso-brasileiro nascido em Moçambique, em 1931, e radicado no Brasil desde 1958, um dos maiores nomes do cinema brasileiro e latino-americano. O público pode fazer inscrições antecipadas para garantir o ingresso ou retirá-lo meia-hora antes no site www.cinecipo.com.br ou na bilheteria do cinema. Mais informações no Instagram @cinecipo.  

A atividade “Encontro com Ruy Guerra”, dias 6, 7 e 8 de junho, vai exibir quatro filmes do diretor, que estará presente em duas sessões da mostra, nos dias 7 e 8 de junho, no Cine Santa Tereza, participando das sessões e conversando com o público sobre sua trajetória, sua obra e os caminhos do cinema insurgente.

No dia 3 de junho, foram exibidas, no Espaço Comum Luiz Estrela, duas sessões da mostra, compostas pelos filmes “Bibiru: Kaikuxi Panema”, de Latsu Apalai e André Lopes, e “Yvy Pyte – Coração da Terra”, de Alberto Álvares e José Cury. Os filmes poderão ser vistos novamente na programação online do festival, de 10 a 30 de junho, no site do Cinecipó.

“Estamos contentes com a oportunidade de trazer para Belo Horizonte mais de 15 realizadores de diversas partes do Brasil e estabelecer essa ponte com o público. Serão dias de importantes trocas, de assistir parte da produção contemporânea brasileira e fazer essa homenagem ao Ruy Guerra, uma das vozes mais potentes e inquietantes do Cinema Novo. Ao lado do cineasta, teremos a presença do professor e pesquisador Mateus Araújo Silva (USP), da professora Cláudia Mesquita (UFMG), do curador Luís Flores, do pesquisador Pedro Veras e de Carla Maia, coordenadora do Cine Santa Tereza”, diz Cardes Amâncio.

Com curadoria de Arthur Quadra, Gabriela Albuquerque, Luís Flores e assistência de curadoria de Giovanna Villefort, Lucas Mendes, Marcelle Won e Pedro HBS, todas as sessões da 13ª edição do “Cinecipó – Festival do Filme Insurgente” serão comentadas e haverá vários debates com realizadores, curadores e pesquisadores. Os filmes abordam assuntos sobre povos quilombolas, biodiversidade, territórios ancestrais e contemporâneos, trabalho infantil, gênero, emergência climática, fome e violência no campo, e histórias lúdicas e divertidas. 

A programação da mostra conta, ainda, com a oficina “Minha câmera é minha flecha”, ministrada por Natália Tupi e Richard Wera Mirim, dias 4 e 5 de junho, às 16h, na Sala Multimeios do Cine Santa Tereza. As inscrições podem ser feitas no site www.cinecipo.com.br ou na bio do Instagram @cinecipo. 

“Além do período do festival, nós realizamos ao longo do ano oficinas audiovisuais e sessões em escolas e centros culturais públicos, disponíveis no nosso site e em nossas redes. Segundo dados do Fórum dos Festivais, 30 milhões de pessoas assistem filmes em festivais brasileiros. São eventos com uma importantíssima função de formação de público e de profissionais, pois as programações sempre oferecem cursos e oficinas”, destaca Cardes.

Segundo Luís Flores, há artistas que atravessam os tempos como enigmas acesos, fagulhas que não se esgotam nem se decifram por inteiro. “São presenças plutônicas, que ardem em silêncio, desafiando como brasas o sopro do esquecimento. Incandescências teimosas iluminam a noite, acendem pavios, nos lembram que a arte, quando verdadeira, é forte como o fogo, não se curva ao poder nem aceita acomodação. Ruy Guerra é feito dessa matéria”, diz o curador.

O Cinecipó conta com patrocínio da MGS, através da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte e da Secretaria de Cultura e Turismo do Governo de Minas Gerais e do Ministério da Cultura, através da Lei Paulo Gustavo.

Sobre Ruy Guerra

Nascido em Lourenço Marques (hoje Maputo, 1931), em Moçambique, e tornado brasileiro por escolha e insurgência, Ruy Guerra forjou uma obra que atravessa fronteiras geográficas, estéticas, e simbólicas, movendo-se entre continentes, gêneros e linguagens com a câmera na mão e a palavra no pulso. Poeta da contradição, cineasta da inquietação, artífice da linguagem, Guerra não é apenas um contador de histórias. Ele desestabiliza as formas, desloca as certezas e desafia os limites do cinema convencional, arquitetando abalos telúricos ou vulcânicos, devolvendo à arte sua função incendiária e seu espanto fundamental.

Figura seminal do Cinema Novo, Ruy Guerra abriu caminhos para uma geração de criadores insubmissos, participando da formulação do cinema brasileiro moderno ao lado de Glauber Rocha, Joaquim Pedro de Andrade, Helena Solberg, entre outros cineastas. Seus filmes, como “Os Cafajestes” (1962), “Os Fuzis” (1963), e “A queda” (1978) tomaram parte ativa nas disputas em curso do país, em suas vias reais e imaginárias, aliando a radicalidade formal a um profundo compromisso político e social.

“Ruy é um dos últimos remanescentes dessa geração mítica, que não apenas reivindicou um cinema autenticamente nacional, como também multiplicou os gestos de resistência e experimentação no campo da imagem. Os três filmes contarão com comentários de especialistas e com a presença ilustre do próprio cineasta, para um encontro histórico com o público”, diz Luís Flores.

Sobre os filmes de Ruy Guerra

O filme “Os fuzis” é uma das obras mais contundentes do Cinema Novo e um marco do cinema político latino-americano. Com estética dura e realista, e uma linguagem que transita entre documentário e ficção, o filme está inscrito nos debates da “estética da fome”, e constitui, assim como “Vidas secas”(Nelson Pereira dos Santos, 1963) e “Deus e o Diabo na Terra do Sol” (Glauber Rocha, 1964), uma tentativa de representar o sertão brasileiro como território de conflito, violência e exploração. Na narrativa, em que um grupo de soldados ocupa um vilarejo assolado pela fome, vêm à tona algumas das tensões fundamentais do país, no cruzamento complexo entre autoridade, fé e revolta.

Em “A queda”, por sua vez, Guerra revisita personagens de “Os fuzis”, agora operários da construção civil em uma metrópole hostil. Co-dirigido com Nelson Xavier, o filme expande o olhar sobre a opressão, deslocando-a para o ambiente urbano e expondo as contradições do trabalho, da culpa e da sobrevivência nas franjas do progresso e nas garras da ditadura.

Por fim, “Mueda, memória e massacre”(1979) reafirma o vínculo de Ruy Guerra com a história de seu país natal. Rodado em Moçambique, logo após a independência, o filme recria, de forma documental e teatralizada, o massacre de Mueda, um marco da luta contra o colonialismo português. Primeiro longa-metragem do país, o filme é também um gesto de memória, justiça e reconstrução política pela linguagem cinematográfica.

“A trajetória de Guerra, feita de cinema, música, literatura e luta, traz também um chamado para o presente ao abordar temas como a sensibilidade, a coragem e a insubmissão, impulsos inalienáveis para a continuação das lutas sociais e políticas em nosso país, tão prementes hoje como outrora”, ressalta Cardes Amâncio.

Sessão Infantil

No dia 14 de junho, às 16h30, acontece, no Cine Santa Tereza, a sessão infantil da 13ª edição do “Cinecipó – Festival de Cinema”, acessível com audiodescrição, LSE (legendas para surdos e ensurdecidos) e Libras. Serão exibidas as animações “A Cachoeira dos Pássaros”, de Thiago Pombo (Pernambuco, 2024), sobre diversos passarinhos que habitam uma região banhada por cachoeiras e um novo empreendimento que pode trazer mudanças na dinâmica desse ecossistema; e “Anacleto, o Balão”, de Carol Sakura e Walkir Fernandes (Paraná, 2023), sobre alguns balões coloridos que participam de festas e cantam parabéns e o balão Anacleto, que gosta de dar sustos. 

A sessão conta, ainda, com a exibição do filme “Kwat e Jaí – Os Bebês Heróis do Xingú”, de Clarice Cardell (Distrito Federal, 2023), sobre a história de Kwat e Jaí, que estão em busca de sua mãe que foi capturada por uma sucuri, mostrando o heroísmo dos personagens e a presença da mãe com suas canções de ninar, que levam a eles uma aventura até o aconchego da comunidade.

Outro destaque da 13ª edição do “Cinecipó” é a sessão infantil, que acontecerá no dia 14 de junho, composta pelos filmes “Memórias da Infância”, dirigido por alunas e alunos do EMEF Manuel Pereira Ramalho – Projeto de animação (Ribeirão Vermelho, Minas Gerais, 2023), inspirado pelo poema “Infância”, de Carlos Drummond de Andrade, onde crianças entrelaçam suas memórias mais delicadas como brincar na várzea com irmãos, cuidar de pintinhos, buscar a vaca no pasto ou tomar banho de rio de água limpa e cheia de peixes; e “Só Rezando” (Rio Grande do Norte, 2023), dirigido por alunos da Escola Municipal Dionízia Batista da Silva, projeto de animação do Instituto Marlin Azul, que conta a história de três caçadores que estão na mira da comadre Fulozinha e do Acauã. Para se proteger, eles procuram Dona Chiquinha, uma afamada benzedeira da região. História contada e encenada por crianças de São Vicente/RN.

Oficina “Minha Câmera, Minha Flecha”

Nos dias 4 de 5 de junho, acontecerá, das 14h às 16h, na Sala Multimeios do Cine Santa Tereza, a oficina de criação audiovisual “Minha Câmera, Minha Flecha”, ministrada por Natália Tupi, realizadora audiovisual e cineasta indígena, e Richard Wera Mirim, fotógrafo e comunicador indígena. A oficina tem como objetivos refletir sobre o papel do audiovisual como instrumento de luta, resistência e preservação cultural dos povos indígenas; compartilhar experiências e vivências de produção audiovisual a partir de uma perspectiva decolonial, e estimular a criação de conteúdos conscientes, buscando descentralizar o audiovisual, ampliando e democratizando seu acesso. As inscrições podem ser feitas no site www.cinecipo.com.br ou na bio do Instagram @cinecipo.

PROGRAMAÇÃO “13º CINECIPÓ – FESTIVAL DO FILME INSURGENTE”

Local: Cine Santa Tereza

Data: 4 de junho, quarta-feira

Sessão 3, às 16h30, seguida de comentário

A CÂMARA
Dir. Cristiane Brum Bernardes e Tiago de Aragão, Doc. 80′, Brasil, 2023 (Livre)

Das entranhas do parlamento brasileiro, acompanhamos deputadas fazendo política. Temas como direitos reprodutivos, educação, estado laico, racismo e polarização política vêm à tona, enquanto acompanhamos essas mulheres de perto em seus embates e performances políticas.

Data: 4 de junho, quarta-feira

Sessão 4, às 19h, seguida de debate com os realizadores

NOSSO PANFLETO SERIA ASSIM
Dir. Leandro Olímpio, Doc. 25′, São Paulo, 2024 (12 anos)
Eu, meu amigo sindicalista, a Petrobras e o Brasil.

MINHA CÂMERA É MINHA FLECHA
Dir. Natália Tupi e Guilherme Fascina, Doc. 19′, São Paulo, 2023 (Livre)

Richard Wera Mirim é um jovem comunicador indígena do Povo Guarani M’bya da Terra Indígena Jaraguá, território que ainda resiste às margens da Rodovia dos Bandeirantes, em São Paulo. O filme traz um pouco de sua trajetória, aliada à força do audiovisual e do uso das redes sociais na luta e resistência indígena. Mostra a câmera como uma flecha, uma ferramenta de comunicação poderosa, uma arma para registrar e retratar com o olhar de quem vivencia a cultura, os conhecimentos, os territórios e demais aspectos dos povos originários pelo direito de existir.

AGUYJEVETE AVAXI’I
Dir. Kerexu Martim, Doc. 21′, São Paulo, 2024 (Livre)

O documentário celebra a retomada do plantio das variedades do milho tradicional do povo Guarani M’bya na aldeia Kalipety, onde antes havia uma área seca e degradada, consequência de décadas de monocultura de eucalipto. Considerado como um dos verdadeiros alimentos que os seres divinos possuem em suas moradas celestes, o milho passa por rituais e bênçãos desde o plantio até a colheita, quando a aldeia se junta para festejar. Comê-lo mantém a vitalidade dos seres humanos em equilíbrio, à semelhança das divindades.

Data: 5 de junho, quinta-feira

Sessão 5, às 16h30, seguida de debate com os realizadores

CAVALO SERPENTE
Dir. Priscila Smiths, Doc. 6′, Ceará, 2024 (Livre)

Através de fotografias, são investigadas pistas de um segredo que minha tataravó repassou para minha irmã e ficou guardado em um sonho até eu nascer.

OS SONHOS GUIAM
Dir. Natália Tupi, Doc. 20′, São Paulo, 2023 (Livre)

Para o Povo Guarani M’bya, “os sonhos são como se fossem portais para tudo aquilo que não vivemos no mundo físico… são como uma raiz de árvore que se conecta com a Terra. Eles nos permitem ver pessoas que não vemos mais nesse plano ou interagir com algo que se queria muito na vida”. Este filme retrata algumas das experiências espirituais e sensoriais do jovem líder indígena Mateus Wera, morador da Terra Indígena Jaraguá, em São Paulo. Os sonhos compartilhados são a conexão entre ele e o irmão, Karaí Poty, e entrelaçam os caminhos da vida do cacique nas lutas atuais do seu povo.

CARAVANA DA CORAGEM
Dir. Pedro B. Garcia, Experimental 11′, Distrito Federal, 2024 (Livre)

Três amigos de diferentes regiões do Distrito Federal se reúnem em um parque à noite para compartilhar e detalhar seus medos. O filme percorre a cidade, esboçando imagens enquanto o som ecoa, mesclando-se ao anseio pela vida e pelo movimento.

O LADO DE FORA FICA AQUI DENTRO
Dir. Larissa Barbosa, Drama 25′, Minas Gerais, 2024 (10 anos)

Marina está grávida e descobre, com sua irmã, um passado em que os trabalhadores negros que ergueram a capital foram excluídos. Depois de uma experiência sobrenatural, essas mulheres querem de volta o que lhes foi tomado.

Data: 5 de junho, quinta-feira, no Espaço Comum Luiz Estrela

Sessão 6, às 19h, seguida de debate com os realizadores

VIVENTES
Dir. Fabrício Basílio, Fic. 20′, Rio de Janeiro, 2024 (12 anos)

Desempregado há um bom tempo, Paulinho tem uma entrevista de emprego amanhã. Porém, antes disso, ele precisa imprimir o seu currículo.

SEGUNDA-FEIRA, ENTÃO
Dir. Júlio Pereira, Fic. 25′, Pernambuco, 2023 (12 anos)

Claudia, mãe solteira de Jade, faz entregas de iFood para pagar suas contas. Seu senhorio, Ciro, cobra o aluguel do carro de forma sinistra e invasiva. Ela tem o prazo de sete dias para pagar seu aluguel.

SE EU TÔ AQUI É POR MISTÉRIO
Dir. Clari Ribeiro, Ficção 21′, Rio de Janeiro, 2024 (Livre)
Rio Novo, 2054. A renomada bruxa Dália chega ao porto com uma missão: estabelecer o clã mais poderoso que já existiu e, assim, derrotar a Ordem da Verdade. No futuro, muitas pessoas serão trans, mas apenas algumas serão bruxas.

Data: 6 de junho, sexta-feira

Sessão 7, às 17h, seguida de comentário com os realizadores

A PORTAS FECHADAS
Dir. João Pedro Bim, Doc. 66′, São Paulo, 2023 (Livre)

“13 de dezembro de 1968. O Conselho de Segurança Nacional se reúne para promulgar o Ato Institucional Nº 5. A reunião foi gravada, mas ficou secreta por décadas. Do lado de fora das portas do palácio, a ditadura elabora, sobre si mesma, imagens de redenção nacional.”

Data: 6 de junho, sexta-feira, no Cine Santa Tereza

Sessão 8, às 19h, seguida de comentários de Cláudia Mesquita

OS FUZIS
Dir. Ruy Guerra, Drama 80′, Brasil/Argentina, 1963 (12 anos)

Um grupo de soldados armados é enviado ao Nordeste do Brasil na tentativa de impedir que a população faminta da seca no sertão invada e saqueie um depósito de alimentos. Enquanto a alienação e a loucura de um povo em delírio pela fome latente são conduzidas pelas previsões de um religioso, um motorista de caminhão observa a situação e fica dividido entre sua amizade com os soldados e sua revolta contra a falta de ação do governo para sanar a miséria que assola a região.

Data: 7 de junho, sábado

Sessão 9, às 15h30

O HOMEM QUE MATOU JOHN WAYNE
Dir. Diogo Oliveira e Bruno Laet, Doc. 70′, Brasil, 2017 (12 anos)

O cineasta e autor Ruy Guerra imagina um encontro inesperado com John Wayne. Revoltado contra este ícone do imperialismo americano, o diretor moçambicano agride o astro e acaba causando a sua morte. Esta é a porta de entrada para uma viagem fantástica através da obra e das entrevistas de Guerra, desde os primeiros filmes até suas produções mais recentes. Com depoimentos de Werner Herzog, Chico Buarque e Gabriel García Marquez.

Data: 7 de junho, sábado, no Cine Santa Tereza

Sessão 10, às 16h30, seguida de conversa com Ruy Guerra e mediação de Mateus Araújo

MUEDA, MEMORIA E MASSACRE
Dir. Ruy Guerra, Doc. 75′, Moçambique, 1979 (12 anos)

O filme documenta uma reconstituição do massacre de Mueda, ocorrido em 1960 e levado a cabo por portugueses no distrito de mesmo nome em Moçambique. O episódio significaria uma virada na história da resistência colonial que, a partir daí, desenvolver-se-ia na Luta Armada de Libertação Nacional. Este filme de Ruy Guerra é considerado o primeiro longa-metragem moçambicano, realizado imediatamente após sua independência de Portugal.

Data: 7 de junho, sábado, no Cine Santa Tereza

Sessão 11, às 19h10

*Sessão acessível com audiodescrição, LSE (legendas para surdos e ensurdecidos) e Libras

SOMBRAS DE MACUMBA NA LUZ DA MEMÓRIA
Dir. Mysteryo, Doc. 15′, Rio de Janeiro, 2024 (10 anos)

Entre páginas antigas da Hemeroteca, segredos enterrados emergem, revelando um antigo Rio de Janeiro imerso em mistério e magia, onde sombras ecoam cantos luminosos e rituais ancestrais se eternizam.

VOLLÚPYA
Dir. Jocimar Dias Jr., Éri Sarmet, Fic. 21′, Rio de Janeiro, 2024 (10 anos)

Ao final do século XX, em uma pista de dança em Niterói, corpas dissidentes se encontram em fricção, fazendo aflorar o prazer dos sentidos. Os vestígios de uma histórica boate gay dos anos 1990 são descobertos por um viajante intergaláctico, vindo de um futuro pós-apocalíptico. Nessa insurreição (cuir) contra o baixo-astral normativo, as imagens de arquivo vislumbram a construção de uma comunidade, inspirando transformações no aqui e agora.

QUANDO AQUI
Dir. André Novais, Ficção 30′, Minas Gerais, 2024 (Livre)

Viajar no tempo sem sair do lugar.

Data: 8 de junho, domingo

Sessão 12, às 15h30, seguida de conversa com Ruy Guerra e mediação de Mateus Araújo

A QUEDA
Dir. Ruy Guerra e Nelson Xavier, Drama 106′, Brasil, 1976 (12 anos)

Quando um trabalhador da construção civil sofre uma queda e morre devido a uma negligência deliberada nas normas de segurança, o genro do encarregado da construção tenta obter alguma indenização da construtora para a viúva do homem.

Data: 8 de junho, domingo

Sessão 13, às 19h, seguida de debate com realizadores

*Sessão acessível com audiodescrição, LSE (legendas para surdos e ensurdecidos) e Libras

BABILÔNIA
Dir. Duda Gambogi, Doc.Fic. 23′, Brasil/Cuba, 2024 (10 anos)

Babilônia é um projeto híbrido de curta-metragem que se passa em Babilônia, uma festa de transformismo em Güira de Melena, que é o principal ponto de encontro da comunidade LGBTQIA+ na província de Artemisa. O filme se passa durante a primeira apresentação de Candy, uma jovem drag queen de 20 anos, e um apagão inesperado, que disparam encontros ainda mais extraordinários que o habitual da noite de sábado.

MONALISA
Dir. Tainá Lima, Ficção 17′, Minas Gerais, 2024 (Livre)

Entre lembranças e fantasias, Marcos, Maria e Monalisa enfrentam suas inseguranças, desejos e medos.

EXPRESSO PARADOR
Dir. JV Santos, Ficção 25′, Rio de Janeiro, 2023 (Livre)

No Rio de Janeiro, no pior sistema de transporte público do mundo, Lidiane Oliveira, uma atriz negra de 30 anos, moradora de Jardim Palmares, cruza a cidade num ônibus. Ela precisa fazer um teste para uma novela, um bico de teatro infantil no shopping e ainda estrear seu espetáculo como protagonista no lado oposto da cidade. Durante a viagem, um encontro inusitado bagunça passado, presente e futuro.

SESSÃO INFANTIL – CINE SANTA TEREZA

Data: 14 de junho, às 16h30

*Sessão acessível com audiodescrição, LSE (legendas para surdos e ensurdecidos) e Libras

A CACHOEIRA DOS PÁSSAROS
Dir. Thiago Pombo, Animação 8′, Pernambuco, 2024 (Livre)

Diversos passarinhos habitam uma região banhada por cachoeiras, porém um novo empreendimento pode trazer mudanças na dinâmica desse ecossistema.

ANACLETO, O BALÃO
Dir. Carol Sakura e Walkir Fernandes, Animação 12′, Paraná, 2023 (Livre)

Alguns balões são bem coloridos. Alguns participam de festas e cantam parabéns. Alguns balões trabalham com palhaços. Outros esvaziam e encolhem. O balão Anacleto gosta de dar sustos.

KWAT E JAÍ – OS BEBÊ HERÓIS DO XINGÚ
Dir. Clarice Cardell, Ficção 20′, Distrito Federal, 2023 (Livre)

Kwat e Jaí estão em busca de sua mãe que foi engolida por uma sucuri. O heroísmo dos personagens e a presença da mãe com suas canções de ninar levam eles a uma aventura até o aconchego da comunidade.

MEMÓRIAS DA INFÂNCIA
Dir. Alunas e alunos EMEF Manuel Pereira Ramalho, Ribeirão Vermelho, MG/Projeto Animação/IMA, Animação 3′, Minas Gerais, 2023 (Livre)

Inspiradas pelo poema “Infância”, de Carlos Drummond de Andrade, crianças entrelaçam suas memórias mais delicadas como brincar na várzea com irmãos, cuidar de pintinhos, buscar a vaca no pasto ou tomar banho de rio de água limpa e cheia de peixes.

SÓ REZANDO…
Dir. Alunos da Escola Municipal Dionízia Batista da Silva/ Projeto Animação – Instituto Marlin Azul, Animação 14′, Rio Grande do Norte, 2023 (Livre)

Três caçadores estão na mira da comadre Fulozinha e do Acauã. Para se proteger, eles procuram Dona Chiquinha, uma afamada benzedeira da região. História contada e encenada por crianças de São Vicente/RN.

13º edição do “Cinecipó – Festival do Filme Insurgente”

Data: entre os dias 4 e 14 de junho de 2025

Local: Cine Santa Tereza – Rua Estrela do Sul, 89, Santa Tereza, BH

Destaque da mostra: 

Sessão “Encontro com Ruy Guerra”, com a exibição de quatro filmes e presença do cineasta, seguida de conversa com o público

Data de exibição dos filmes: 6, 7 e 8 de junho

Presença de Ruy Guerra nas sessões: 7 e 8 de junho

Filmes exibidos: “Os fuzis” (1963), “A queda” (1978) e “Mueda, Memória e Massacre (1979)

*Sessão acessível com audiodescrição, LSE (legendas para surdos e ensurdecidos) e Libras

Sessão infantil

Data: 14 de junho, às 16h30, no Cine Santa Tereza

*Sessão acessível com audiodescrição, LSE (legendas para surdos e ensurdecidos) e Libras 

Oficina “Minha Câmera, Minha Flecha”, ministrada por Natália Tupi e Richard Wera

Data: 4 e 5 de junho
Horário: 14h às 16h
Local: Cine Santa Tereza – Sala Multimeios
Quantidade de vagas: 15

Inscrições: site www.cinecipo.com.br e bio do Instagram @cinecipo
Público-alvo: pessoas interessadas em comunicação, memória, direitos humanos e cultura indígena.